A terceira força

ter, 27/09/11
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

      Enquanto comemorava o registro nacional do PSD, o secretário-geral do novo partido, o ex-deputado Saulo Queiroz fazia as contas: “será a terceira força política na Câmara”, disse, no restaurante Piantella, antigo reduto de políticos em Brasília. Segundo ele, 47 deputados já declararam publicamente que vão se filiar ao PSD, enquanto outros 18 estão “apalavrados” e deverão se manifestar nos próximos dias. Com essa perspectiva, o PSB, partido que Gilberto Kassab disse que não será de esquerda nem de direita, poderá chegar a pelo menos 60 deputados, nos cálculos dos seus organizadores, ficando atrás apenas do PT e do PMDB.

     Saulo Queiroz diz ter consciência de que o PSD se forma numa hora adequada para atrair descontentes de todas as legendas. Ele não se preocupa com o ideário do partido. “O último partido ideológico aqui é o PT que, aliás, já jogou longe sua ideologia”, afirmou. Mas observa que um partido que tem como presidente Gilberto Kassab, primeira  vice Kátia Abreu e segundo-vice Afif Domingos e ele próprio como secretário-geral será um partido mais liberal. Segundo ele, o PSD deve receber nomes importantes do PSDB e até do PT, além do ex-ministro Reinold Stephanes, que foi ministro de Lula na cota do PMDB.

     A maioria dos integrantes do PSD foi esperar o resultado da votação no TSE sobre o registro do novo partido na casa do deputado Fábio Faria (RN), mas Saulo preferiu o restaurante habitual, onde esperava o advogado do partido, Admar Gonzaga. Tanta animação regada a brindes de champagne tinha um motivo: além de ser a terceira força na Câmara, o PSD espera eleger pelo menos 600 prefeitos no ano que vem.  “Pelo menos 10% das prefeituras que somam 5.600 em todo o país”, disse o deputado Vilmar Rocha (GO). Nos cálculos dos comandantes, o PSD poderá superar o PT em número de prefeituras no ano que vem.

     – As pessoas não têm noção do que é esse novo partido. Nem nós – reconheceu Saulo Queiroz, na expectativa de crescimento da nova legenda.

     Entusiasmado, o advogado Admar Gonzaga, chegou a quebrar uma taça enquanto calculava que o partido poderá surpreender em 2012. Juntos, lembravam que o PSD tem hoje 45 prefeitos no Paraná, mais 28 em Goiás, 72 em São Paulo e 47 no Ceará, totalizando só nestes quatro Estados242 prefeitos. “O PSD passou o rodo no Ceará e ainda não contamos nos Estados do Amazonas e Santa Catarina, onde o partido tem o governador”, lembrou o advogado.

      Agora que obteve o registro nacional, o PSD poderá lançar candidato às eleições municipais do ano que vem. O partido se transforma numa “janela” para os que querem deixar o partido pelo qual se elegeram sem correr risco de perder o mandato. Por isso, o PSD, que terá como número o 55, atraiu tanta gente, em particular, de oposicionistas: 18 saíram do DEM, quatro do PPS e dois do PSDB. Mas a porteira continua aberta pelos próximos 30 dias. Conforme a legislação, quem quiser trocar de partido tem 30 dias para fazer isso. Mas só não correrá o risco de perder o mandato aquele que tenha registrado participação na organização deste novo partido.

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Um Comentário para “A terceira força”

  1. 1
    Francisco Valderi Carvalho:

    - A terceira força -
    Quando fui criança, lá para os anos 50 e início de 60, até 64, quando foram extintos os partidos por ordem da ditadura militar. Lá, na nossa cidadezinha que é Mauriti/Ce, era pequena mas hoje, é de porte médio…Havia somente dois partidos: PSD e UDN.
    O PSD de Parsifal Barroso, político muito forte do Ceará e de meu pai que era partidário até demais, passava dos limites; e, a então, UDN, também do grande político Cearense Virgílio Távora e do meu avô materno. No entanto, eles, pai e o meu avô eram antagônicos na políticas mas, somente, quando um ganhava eleição e outro perdia a eleição. Pois a gente morava somente em uma casa, um casarão que pertencia ao meu avô, que era grande demais e comportava todos. só não comportava quando eles, os antagônicos políticos locais, discutiam e se agrediam e se gladiavam politicamente e oralmente. Eu tinha que sair de perto porque não podia torcer nem por um e nem pelo outro. Mas, meus sentimentos foram dirigidos sempore ao PSD. Mas já passou e deixou muitas lembraçss, marcas e cicatrizes.
    Agora, surge o novo PSD, que nem é da esquerda e nem da direito e, muito menos, de centro, como se diz e para que foi fundado o rancoroso PSDB. Agora!…Eu pergunto: E qual é a ideologia desse novo PSD?
    Ou será somente uma sigla para amparar os políticos desgostos ou os velhos políticos frustrados?
    Eu só sei que, cada partido tem os políticos, os quais o merecem!
    Portanto, tudo isto são sentimentos democráticos que nos faz bem e serve a democrácia atual.



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