No Sul e no Nordeste

sex, 30/09/11
por Cristiana Lôbo |
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O bom desempenho de Dilma Rousseff nas regiões Sul e Nordeste, mostrado pela pesquisa CNI-Ibope divulgada hoje, se dá por motivos diferentes: no Nordeste, por conta dos programas sociais e de transferência de renda, o Bolsa-Família é o mais conhecido; já na região Sul, é resultado do “jeito Dilma de governar”, em especial, por ter demonstrado intolerância maior com a corrupção e ter passado a idéia de que faz uma faxina no governo

O resultado surpreende porque Dilma Rousseff perdeu as eleições na região Sul e, agora, conforme a pesquisa CNI/Ibope, é nesta região que lidera em aprovação – maior até do que no Nordeste onde, tradicionalmente, o padrinho político Lula conquistou seus melhores índices de aprovação e que se repetiram na disputa no ano passado.

Pesquisa paralela feita pelo Ibope, por exemplo, mostra que em Porto Alegre ela tem melhor aprovação do que o governador e o prefeito da cidade, o que se repete em Florianópolis. Isso mostra que a região Sul, onde o candidato José Serra foi preferido na disputa presidencial do ano passado, agora aprova o estilo Dilma de governar.

Segundo a pesquisa CNI-Ibope, 71% dos brasileiros aprovam o jeito Dilma de governar, sendo que na região Sul o percentual bate em 75%, contra 73% no Nordeste, 69% no Sudeste e 67% no Centro-Oeste. Quando a pergunta é se confia na presidente Dilma Rousseff, 72% no Sul dizem sim; 71% no Nordeste; 68% no Sudeste e 67% na região Centro-Oeste. De julho para cá, também caiu o número de brasileiros que desaprovam o governo Dilma Rousseff.

Revisão, para baixo

qua, 28/09/11
por Cristiana Lôbo |
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    O Banco Central deve apresentar nesta quinta-feira o relatório sobre inflação e, ao mesmo tempo, uma revisão de estimativa de crescimento do país para o ano de 2011. Segundo fontes do governo, haverá revisão para baixo – em lugar dos 4,4% anteriores, o Banco Central espera que este ano o crescimento do país fique em torno de 3,5%.

      O relatório sobre a inflação deve apontar na direção de que a inflação ficará no topo da meta este ano (e não extrapole) e teria o objetivo de contestar analistas que tem afirmado que o Banco Central abriu mão do controle da inflação para assegurar um crescimento maior.

     A conferir.

Para a platéia ouvir

qua, 28/09/11
por Cristiana Lôbo |
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     O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse à bancada do PSDB na Câmara que esta não é a hora de lançamento de candidaturas à presidência da República, e completou, categórico. “Na hora certa, contem comigo, seja  para enfrentar Dilma ou para enfrentar Lula”. Era o que a bancada queria ouvir: o compromisso de Aécio de disputar a eleição presidencial em 2014.

     O encontro com a bancada foi uma iniciativa do senador, apontado como o candidato do PSDB à presidência, mas sobre quem havia dúvidas sobre o seu interesse em entrar na disputa para enfrentar o PT que terá cumprido três mandatos no comando do país.

      Numa fala a 41 dos 53 deputados do PSDB, Aécio começou dizendo que a arte da política é administrar o tempo. “Uma decisão certa no tempo errado é uma decisão errada”, disse ele, recomendando aos deputados que “administrassem a ansiedade” até o momento certo de lançar a pré-candidatura tucano.

     Segundo Aécio, o tempo agora é de “realinhamento programático” do PSDB. A ideia do partido é se valer dos resultados apontados  pela ampla pesquisa que o partido encomendou e “fortalecer a identidade do PSDB”. A pesquisa mostrou que o PSDB é visto como um partido de quadros, de nomes, mas não deixa mensagem de atuação coletiva. Para atualizar o programa partidário, o PSDB vai realizar neste mes de outubro um seminário com debates sobre economia/desenvolvimento, saúde e educação.

      Ao mesmo tempo, o partido quer aprimorar a utilização de ferramentas de comunicação, como a internet, por exemplo, porém de forma mais planejada e de modo a mobilizar a sociedade. Um exemplo citado na reunião foi o fato de a arrecadação do país estar subindo 13% real e o PT ter votado a favor da criação de um novo imposto, a CSS para financiar a saúde. “A sociedade é contra novos impostos, o PT votou a favor, mas ninguém divulga isso”, disse o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), defendendo atuação mais orgânica do partido na comunicação.

    - Foi um ótimo encontro – comentou o deputado Luiz Fernando (PSDB-SP).

Tripudiando

qua, 28/09/11
por Cristiana Lôbo |
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    Valdemar da Costa Neto escapou por 16 votos a dois da abertura de investigação por suposta quebra de decoro parlamentar – por ter sido acusado de envolvimento em superfaturamento de obras no Ministério dos Transportes e, também, de ter pedido propina, em São Paulo.

     Mas, na sessão do Conselho de Ética, seus aliados foram ainda mais longe. Quando alguém propôs que fosse ouvido o vereador Agnaldo Timóteo, que citou o nome de Valdemar em casos de pedido de propinas em feiras de São Paulo, o deputado Anderson Ferreira (PR-PE), fez troça:

      – Se quiser ouvir o Agnaldo Timóteo eu tenho um CD dele no carro, que é do meu motorista – disse o deputado, segundo relato dos colegas.

A terceira força

ter, 27/09/11
por Cristiana Lôbo |
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      Enquanto comemorava o registro nacional do PSD, o secretário-geral do novo partido, o ex-deputado Saulo Queiroz fazia as contas: “será a terceira força política na Câmara”, disse, no restaurante Piantella, antigo reduto de políticos em Brasília. Segundo ele, 47 deputados já declararam publicamente que vão se filiar ao PSD, enquanto outros 18 estão “apalavrados” e deverão se manifestar nos próximos dias. Com essa perspectiva, o PSB, partido que Gilberto Kassab disse que não será de esquerda nem de direita, poderá chegar a pelo menos 60 deputados, nos cálculos dos seus organizadores, ficando atrás apenas do PT e do PMDB.

     Saulo Queiroz diz ter consciência de que o PSD se forma numa hora adequada para atrair descontentes de todas as legendas. Ele não se preocupa com o ideário do partido. “O último partido ideológico aqui é o PT que, aliás, já jogou longe sua ideologia”, afirmou. Mas observa que um partido que tem como presidente Gilberto Kassab, primeira  vice Kátia Abreu e segundo-vice Afif Domingos e ele próprio como secretário-geral será um partido mais liberal. Segundo ele, o PSD deve receber nomes importantes do PSDB e até do PT, além do ex-ministro Reinold Stephanes, que foi ministro de Lula na cota do PMDB.

     A maioria dos integrantes do PSD foi esperar o resultado da votação no TSE sobre o registro do novo partido na casa do deputado Fábio Faria (RN), mas Saulo preferiu o restaurante habitual, onde esperava o advogado do partido, Admar Gonzaga. Tanta animação regada a brindes de champagne tinha um motivo: além de ser a terceira força na Câmara, o PSD espera eleger pelo menos 600 prefeitos no ano que vem.  “Pelo menos 10% das prefeituras que somam 5.600 em todo o país”, disse o deputado Vilmar Rocha (GO). Nos cálculos dos comandantes, o PSD poderá superar o PT em número de prefeituras no ano que vem.

     – As pessoas não têm noção do que é esse novo partido. Nem nós – reconheceu Saulo Queiroz, na expectativa de crescimento da nova legenda.

     Entusiasmado, o advogado Admar Gonzaga, chegou a quebrar uma taça enquanto calculava que o partido poderá surpreender em 2012. Juntos, lembravam que o PSD tem hoje 45 prefeitos no Paraná, mais 28 em Goiás, 72 em São Paulo e 47 no Ceará, totalizando só nestes quatro Estados242 prefeitos. “O PSD passou o rodo no Ceará e ainda não contamos nos Estados do Amazonas e Santa Catarina, onde o partido tem o governador”, lembrou o advogado.

      Agora que obteve o registro nacional, o PSD poderá lançar candidato às eleições municipais do ano que vem. O partido se transforma numa “janela” para os que querem deixar o partido pelo qual se elegeram sem correr risco de perder o mandato. Por isso, o PSD, que terá como número o 55, atraiu tanta gente, em particular, de oposicionistas: 18 saíram do DEM, quatro do PPS e dois do PSDB. Mas a porteira continua aberta pelos próximos 30 dias. Conforme a legislação, quem quiser trocar de partido tem 30 dias para fazer isso. Mas só não correrá o risco de perder o mandato aquele que tenha registrado participação na organização deste novo partido.

Os próximos passos

qua, 21/09/11
por Cristiana Lôbo |
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      A vitória de Ana Arraes na disputa pela indicação para uma vaga no Tribunal de Contas da União terá desdobramentos importantes na política nos próximos anos. O papel de “noiva cobiçada” que coube ao PMDB na última campanha eleitoral pode ser transferido para o PSB de Ana e do filho dela, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

      Esta é a razão pela qual Eduardo Campos mergulhou tão fundo na campanha da mãe pela vaga no TCU. Ao demonstrar capacidade de articulação política e de unir, ao mesmo tempo, o PT com Lula e o PSDB com Aécio Neves, Eduardo conseguiu amplar seu campo de ação no Legislativo. E o PSB com apenas 35 deputados pode comandar um bloco que poderá superar o número de cem deputados, unindo o PTB e o PSD que está sendo criado por Gilberto Kassab. Este novo bloco, quando formalizado, ultrapassará o PMDB e o PT, ganhando força até para indicar o novo presidente da Câmara no ano que vem.

       Porém, mais do que as disputas no Congresso, esse movimento abre caminho para o próprio Eduardo Campos nas próximas eleições. Como ele já não pode mais disputar o governo do Estado (já foi eleito duas vezes) ele tem dito que não disputará vaga no Estado (para o Senado ou deputado federal) e, assim, sobre a possibilidade de disputar a presidência da República ou a vice. O sonho dele é a presidência, mas pode ser que ele comece pela vaga de vice – e, assim, iria destronar o PMDB que hoje tem Michel Temer na vaga.

     Muita gente no Congresso diz que se em 2014 o PT sair com Lula, e não com Dilma, a parceria de hoje na disputa por uma vaga no TCU pode se repetir, com Eduardo Campos compondo a chapa para a volta de Lula ao poder.

     A propósito, Lula, Eduardo Campos e Michel Temer estavam juntos no Palácio do Jaburu quando saiu o resultado da indicação de Ana Arraes para a vaga no Tribunal de Contas da União.

A radiografia do PSDB

qua, 21/09/11
por Cristiana Lôbo |
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    O PSDB encomendou ampla pesquisa ao cientista Antonio Lavareda para conhecer seus pontos fortes e pontos fracos na percepção do eleitor. O resultado da pesquisa, quantitativa e qualitativa, foi apresentado ontem e vai servir para nortear o partido na disputa municipal do ano que vem e, principalmente, se preparar para eleição presidencial de 2014.

     O principal aspecto negativo para o PSDB, segundo a pesquisa, é o distanciamento do discurso do partido da expectativa do eleitor. O PT é bem mais identificado com questões populares  e melhoria da qualidade de vida dos brasileiros.

      Para os tucanos, isso é decorrência de erro na comunicação do partido nas últimas três campanhas presidenciais. Ao valorizar os candidatos, o partido acabou perdendo para o adversário PT algumas de suas bandeiras do passado. Um exemplo citado foi o da Lei de Responsabilidade Fiscal, em que o PT é visto como o autor dela, quando, na verdade, votou contra a proposta do governo Fernando Henrique. Mas o Plano Real, que estabilizou a economia, voltou a ser reconhecido pelo eleitor como obra do governo tucano.

    - As pessoas percebem que o Brasil começou a mudar com o Plano Real – contou o senador Aécio Neves, revelando que o partido pretende insistir na tecla de que o PSDB  é o partido capaz de pensar o Brasil para os próximos 20 anos, estabelecendo uma nova agenda para o país.

       Os tucanos consideram como resultado positivo o fato de, segundo a análise feita pelo cientista Antonio Lavareda, pela primeira vez, o governo do PT ser identificado com casos de corrupção, com ineficiência e com aparelhamento da máquina pública. Daqui em diante, os discursos de tucanos vão insistir nestes pontos críticos.

       A pesquisa mostrou, ainda, que o PSDB perde de longe para o PT a chamada “guerra nas redes sociais”. O PT tem conseguido reproduzir de forma mais competente e organizada  nas redes sociais as informações e análises que lhe são favoráveis; enquanto as notícias sobre o PSDB logo perdem espaço.

      No quesito combate à corrupção, a imagem da presidente Dilma Rousseff, segundo a pesquisa encomendada pelo PSDB, fica difusa: 40% acham que ela é a favor da faxina para combate à corrupção, mais outros 40% acham que a ação dela é seletiva.

     O PSDB pretende uniformizar o discurso e cumprir a estratégia de difundir seus aspectos positivos e enaltecer nos críticos aos adversários para tentar crescer na eleição municipal do ano que vem. O partido pretende investir particularmente nas 64 cidades que têm mais de 200 mil eleitores. Isso se dará já a partir do ano que vem porque, segundo a análise de Lavareda, a eleição municipal tem paralelo com a eleição parlamentar dois anos depois, onde são definidos dois pontos importantes para os partidos: o tempo de televisão nas eleições nacionais e o fundo partidário.

Sarney venceu

qua, 14/09/11
por Cristiana Lôbo |
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     O deputado Gastão Vieira (PMDB-MA) foi chamado agora à noite ao Palácio do Planalto pela presidente Dilma Rousseff para receber convite para ocupar o Ministério do Turismo, em substituição a Pedro Novais que pediu demissão nesta tarde. O convite a Gastão é uma vitória do presidente do Senado, José Sarney. Além de amigo de Gastão, Sarney ficaria contrariado se perdesse o ministério do Turismo com a saída de Novais e, ainda, com a presença de um adversário político na mesma pasta – o ex-deputado Flávio Dino, que é presidente da Embratur.

     A escolha de Gastão, deixa para trás nomes da preferência de Henrique Eduardo Alves – que primeiramente indicou Marcelo Castro (PI) e deputado Manuel Junior (PB); e também um nome que agradaria Michel Temer como o de Lelo Coimbra.

Peemedebistas apostam em Gastão Vieira para ministro do Turismo

qua, 14/09/11
por Cristiana Lôbo |
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O deputado Gastão Vieira (PMDB-MA) circula entre peemedebistas como o mais forte candidato para ocupar a vaga deixada por Pedro Novais no Ministério do Turismo. O nome de Vieira frequentou as conversas de parlamentares do partido em jantar na noite desta quarta.

Segundo relatou um deputado, o vice-presidente Michel Temer comunicou à bancada do partido na Câmara que a escolha da presidente Dilma Rousseff recairá sobre Vieira. As lideranças peemedebistas decidiram não fazer uma lista de indicados e colocaram à disposição de Dilma os nomes de todos os deputados da bancada.

Na noite desta quarta, ao lado de Temer, Gastão Vieira foi recebido por Dilma no Palácio do Planalto.

Vieira está no quinto mandato de deputado federal e é o preferido do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O deputado Pedro Novais, que teve de pedir demissão após denúncias de uso de verbas públicas para fins particulares, também é do PMDB do Maranhão.

Gastão Vieira se licenciou do mandato de deputado por duas vezes para assumir cargo executivo no governo de Roseana Sarney, no Maranhão. De 1995 a 1998, foi secretário de Educação e, de 2009 a 2010, ocupou a pasta de Planejamento e Orçamento.

Outros nomes cogitados, mas menos cotados, para a vaga de ministro do Turismo são os dos deputados Manoel Jr. (PMDB-PB) e Lelo Coimbra (PMDB-ES).

 

 

 

PMDB busca na bancada da Câmara substituto de Novais

qua, 14/09/11
por Cristiana Lôbo |
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Enquanto discutem os termos da carta de demissão de Pedro Novais do Ministério do Turismo, lideranças do PMDB articulam o substituto do ministro.

Novais, que diz que não pediu para ser ministro, foi colocado no posto com o patrocínio da bancada do PMDB na Câmara, indicado pelo líder do partido na Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (RN).

Para surpresa do governo, porém, a informação que chegou ao Planalto foi a de que ele resiste à ideia de pedir demissão. Para discutir como tratar o assunto, a presidente Dilma Rousseff chamou para um almoço o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência.

A preferência de Henrique Alves é por um integrante da bancada peemedebista na Câmara. Ele cogita indicar o deputado Marcelo Castro (PI), mas o Planalto não é simpático ao parlamentar piauiense, vetado para ocupar a liderança do governo no Congresso quando Mendes Ribeiro (PMDB-RS) deixou o cargo para se tornar ministro da Agricultura.

Também circula entre os parlamentares da bancada o nome do deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES). O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), é favorável ao deputado Gastão Vieira (PMDB-MA).

Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), um dos vices-presidentes da Caixa Econômica Federal e ministro da Integração Nacional no governo Lula, foi cogitado. Mas ele não é deputado e ainda enfrenta obstáculos porque é inimigo declarado do governador da Bahia, Jacques Wagner (PT), próximo a Dilma.

Outro nome ventilado é o de Moreira Franco (PMDB-RJ), atual ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos.

A definição, entretanto, depende da volta a Brasília, nesta quarta, do vice-presidente Michel Temer (PMDB -SP), que, além de estar afônico, teve de ser internado em São Paulo devido a uma intoxicação alimentar e recebeu alta nesta terça.

* Com Andréia Sadi, do G1, em Brasília



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