Dia importante

qua, 31/08/11
por Cristiana Lôbo |
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     Há grande atenção no governo quanto ao resultado da reunião do Comitê de Política Econômica, hoje, em Brasília. A expectativa é a de que o BC antecipe o processo de redução da taxa Selic em pelo menos 0,25 p.p. – de 12,50% atuais para 12,25%. Não é o que espera o mercado – que crê na manutenção da taxa, por conta das ameaças da inflação.

     A expectativa de redução da taxa Selic é do mundo político. Isso porque, ao antecipar o aumento da meta de superávit em R$ 10 bilhões, a presidente Dilma estaria acreditando num processo mais veloz da redução dos juros e que isso começaria já.

     Para petistas, a lógica do aperto fiscal só se sustenta se vier combinado com a redução dos juros.

      A conferir o resultado da reunião do Copom hoje a noite.

A absolvição de Jaqueline

ter, 30/08/11
por Cristiana Lôbo |
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     O placar eletrônico da Câmara não deixou dúvidas: a maioria da Câmara decidiu poupar Jaqueline Roriz de punição por ter recebido em dinheiro R$ 50 mil das mãos de Durval Barbosa, o delator do escândalo que ficou conhecido como “mensalão do DEM de Brasília”: 265 deputados votaram contra a cassação do mandato; 166 a favor e 20 se abstiveram. Jaqueline só seria cassada se pelo menos 257 deputados votassem com o relator, ou seja, 91 votos a mais em favor do parecer do relator Carlos Sampaio (PSDB-SP).

     O principal argumento que se ouviu na Câmara nesta terça-feira em favor de Jaqueline Roriz nada tinha a ver com as denúncias contra ela. Mas, sim, com o temor dos colegas de “abrir um precedente” - e permitir a abertura de processo contra outros parlamentares por denúncias anteriores ao mandato. No caso dela, a denúncia é de 2006, portanto, antes do mandato dela de deputada federal, que é de 2011. Vale lembrar que muitos expoentes do Legislativo escaparam de puniçãosob o argumento de que a denúncia era relativa a período anterior ao mandato.

     A absolvição de Jaqueline Roriz pode contribuir para o desgaste ainda maior do Legislativo, mas isso acontece de forma difusa – para o Legislativo como um todo e não recai sobre um ou outro deputado, uma vez que a votação foi secreta. Assim, não se sabe quem foram os 265 deputados que votaram pela absolvição dela. Mesmo com desgaste no primeiro momento, parlamentares avaliam que se Jaqueline Roriz fosse punida com a perda do mandato, isso poderia desencadear uma cobrança da sociedade por uma “faxina” no Legislativo. Do tipo, “todo-mundo-sabe-como-começa-e-não-sabe-como-termina”.

     Daí, quem iria escapar?

Rodolfo

dom, 28/08/11
por Cristiana Lôbo |
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     Não pude ir ao velório prestar a última homenagem ao Rodolfo Fernandes.  Daqui de Brasília, rezei e dediquei o dia às lembranças de passagens desses quase (ou mais que isso) 25 anos que conheci o Rodolfo.

    O jornalista todos conhecem. Texto impecável, via o fato político numa cena ou num gesto e buscava sempre a melhor palavra para decifrar a situação. Como chefe, agregador, generoso. Aprendi muito sob o seu comando e também com o seu silêncio.

    O amigo Rodolfo é daqueles, inesquecíveis. Em 89, uma vez por semana, nós saíamos da redação do Globo no Setor Comercial Sul para irmos à Ceasa comprar frutas frescas. Dividíamos as caixas de mamão, laranja lima, pinha e outras frustas da estação. Ele tinha preocupação com alimentação saudável. Assim, partilhávamos a feira. Certa vez, ele me deu de presente o livro “O poder do suco”, um dos pioneiros sobre receitas com alimentação natural.

  Às vezes, passávamos anos sem nos ver. Mas quando nos encontrávamos, era a mesma saudação: “Comadre!”, era como me chamava, por conta do comadrismo com o Moreno, que é padrinho do meu filho Gustavo. Rodolfo era capaz de, mesmo doente e com dificuldade para enviar e-mails, mandar mensagem elogiando o meu desempenho profissional numa ou noutra aparição na Globonews. 

     Certa vez,  Rodolfo levou a Bárbara, minha filha mais velha, para jogar futebol no Polyteama, o time do Chico  Buarque. E, na volta, me contou, animado: ” a Bárbara ouviu hoje o que muitas mulheres do Brasil gostaria de ouvir… O Chico chamando “vem, Bárbara; vem…”. Era o convite para jogar no time dele.  Bárbara hoje é torcedora do Flamengo e desconfio que por influência do Rodolfo.

     Há pouco mais de dez dias, trocamos e-mails. Eu contava a ele que havíamos ido ao show de Bebel Gilberto, que teve a participação da norinha dele, a Luiza Jobim. Foi uma noite agradável. Ele, informado pelo Felipe, já sabia do encontro. E. como sempre, respondeu . Com otimismo, humor e uma palavra de carinho.

      Como disse alguém neste dia triste… Rodolfo era um príncipe.

     E é assim, com palavras doces, que vou sempre me lembrar dele.

Contrariado, Eduardo Cunha desiste da relatoria do Código Civil

qua, 24/08/11
por Cristiana Lôbo |
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Depois de conversar com o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi convencido a retirar a candidatura a relator do projeto do novo Código de Processo Civil.

Temer argumentou que a intenção de Cunha estava gerando um “enorme desgaste” para o partido. A indicação de Cunha sofreu resistência entre integrantes da bancada do PMDB pelo fato de ele ser um economista e não um jurista ou advogado.

Mesmo contrariado e depois de ter reiterado seguidas vezes que não retiraria a candidatura a relator, Eduardo Cunha aquiesceu.

Cunha afirmou em entrevista que não concorda com a tese de que é preciso ser jurista para ser o relator do novo código. “Não concordo com a tese. Fui presidente da CCJ e acho que teria condições de ser o relator da comissão do novo Código Civil. Isto é uma decisão política, é prerrogativa do líder do PMDB”, declarou.

Com a desistência de Eduardo Cunha e do petista João Paulo Cunha, que desistiu da presidência da comissão, PMDB e PT trocaram as posições – o PMDB indicará para presidente o deputado Fabio Trad (PMDB-MS) e o PT indicará Sérgio Barradas (PT-BA) para a relatoria.

Com Nathalia Passarinho, do G1

Dividindo tarefas

ter, 23/08/11
por Cristiana Lôbo |
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    Resistindo a substituir Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na relatoria da Comissão Especial que vai propor a atualização do Código Civil, o líder da bancada Henrique Eduardo Alves decidiu dividir as tarefas.

     Segundo ele, vai ser proposta a designação de quatro relatores e mais quatro subrelatores temáticos na discussão do Código e a criação de uma “Comissão de Notáveis”, formada por 15 juristas, que serão indicados pelos relatores da Comissão.

     Tudo isso é para tentar contornar a pressão dentro da bancada do PMDB que tem se queixado do que considera “privilégio” de Eduardo Cunha na designação de tarefas na Câmara. Henrique Alves disse que Cunha ganhou a relatoria porque foi o primeiro a pedir – e que teria feito isso em fevereiro, quando nenhumoutro parlamentar tratava do assunto.

     – É absoluta má fé ou total desinformação quando se fala isso (que as nomeações são feitas por indicação de Eduardo Cunha) – disse Henrique Alves, afirmando que as últimas indicações do partido foram feitas pelo conjunto da bancada do Rio de Janeiro.

    O líder disse que apenas um deputado, Artur Maia (BA) fez menção a Eduardo Cunha na reunião com o vice-presidente Michel Temer, ontem à noite. E que a deputada Rose de Freitas (ES) foi a única a pedir a substituição de ministro Pedro Novais, o que ele condenou:

     – A Rose pediu a demissão de Novais num desrespeito a um colega de bancada que tem sete mandatos de deputado federal; isso não é correto porque não se pode expor um colega dessa maneira – disse o líder.

     Na bancada do PMDB, hoje pela manhã, falou-se nos nomes de Danilo Fortes (CE) e Geddel Vieira Lima para o Ministério do Turismo, caso se confirme a saída de Pedro Novais. Os dois se apressaram a informar que não pretendem o cargo. Fortes foi presidente da Funasa, primeiro órgão do governo que Dilma Rousseff determinou mudanças e indicação de nomes mais técnicos (embora haja uma indicação petista) e Geddel foi ministro de Lula e não voltou para o governo Dilma.

     Ele respondeu, ainda, a acusação feita por colegas de PMDB segundo os quais um assessor da liderança despacha diariamente no Ministério do Turismo. Segundo o líder, o funcionário Bruzzi vai ao ministério por ordem sua para tratar de assuntos de interesse da bancada.

As pretensões

seg, 22/08/11
por Cristiana Lôbo |
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    Parcela da bancada do PMDB na Câmara está neste momento com o vice-presidente Michel Temer, em reunião no Palácio do Jaburu.

     O objetivo do encontro é mostrar que a bancada não aceitará, mais, passivamente, a força de Eduardo Cunha nas decisões do partido e nas indicações para o governo.

     Segundo peemedebistas, Temer e o líder Henrique Alves estão pensando apenas em projetos políticos próprios e, assim, deixando de lado os interesses de cada um dos deputados.

     Temer, segundo peemedebistas, pensa em se manter como vice na disputa em 2014; e Henrique Alves, em se candidatar ao Senado na próxima eleição. E, para os dois projetos passariam pela eleição de Henrique Alves para a presidência da Câmara no ano que vem.

      Os peemedebistas acham que não é bem assim. E colocam em dúvida os projetos dos dois.

À distância

seg, 22/08/11
por Cristiana Lôbo |
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    A presidente Dilma Rousseff não pretende se envolver na discussão sobre o novo indicado pela Câmara dos Deputados para o Tribunal de Contas da União.

    É que pelo menos cinco parlamentares de partidos que dão sustentação ao governo estão na disputa: Aldo Rebelo (PC do B); Ana Arraes (PSB); Sérgio Barradas (PT); Átila Lira (PMDB) e Jovair Arantes (PTB).

     Inicialmente, Dilma pretendia pedir apoio para a escolha de Aldo Rebelo. Mas como ele não conseguiu unir o grupo de partidos à esquerda (Ana Arraes manteve a candidatura), o governo vai ficar distante da discussão.

      As informações que chegam ao Planalto indicam que os nomes mais fortes são o de Aldo Rebelo e o do deputado Jovair Arantes.

       Esta vaga no TCU é uma das mais disputadas que já se viu.

A arca de Dilma

seg, 22/08/11
por Cristiana Lôbo |
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     Menos de oito meses depois de chegar ao Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff está sendo obrigada a conviver com problemas em sua ampla base parlamentar. Neste momento, a dificuldade não é somente dos partidos com o governo, mas, dentro dos próprios partidos. Três deles – PT, PMDB e PP - convivem com disputas ou contradições internas.  São os três maiores partidos da aliança governista.

     O PT vive o conflito entre as alas mais ligadas ao ex-presidente Lula e a que está mais próxima da presidente Dilma Rousseff. Não há comparação entre a força de Lula no PT com a de Dilma, que se filiou ao partido no ano 2000 e nem de longe tem o comando de Lula. Mas, detentora da faixa presidencial (e da caneta), Dilma conquistou seus aliados. E tem conseguido desagradar os mais chegados a Lula com a sua idéia de “faxina” na administração. Para os “lulistas”, isso pode imprimir a pecha de que Lula foi leniente com a corrupção ou mais do que isso, deixou para a sucessora “uma herança maldita”, alimentando o tom das críticas da oposição.

     Outro partido que vive crise interna é o PMDB. Neste momento, esta é mais complexa porque envolve grupos dentro do partido que disputam espaço no governo. O problema da hora é a atuação do líder da bancada na Câmara, Henrique Eduardo Alves. Segundo peemedebistas, ele privilegia seus amigos nas indicações para postos no Legislativo – como indicação para comissões e relatorias de matérias importantes. A situação chegou a tal ponto que uma ala do partido defende abertamente a saída de Pedro Novaes do Ministério do Turismo, onde chegou por indicação de Henrique Alves. Hoje, por exemplo, a  deputada Rose de Freitas, segunda-vice-presidente da Câmara, defendeu a saída de Novaes do Ministério.

       Um grupo de 35 deputados do PMDB, a maioria em primeiro mandato, questiona a ação de Henrique Alves e pretende levar a discussão do vice-presidente da República, Michel Temer. O grupo não concorda, particularmente, com a indicação do deputado Eduardo Cunha para representar o partido como relator da Comissão Especial que analisa a atualização do Código Civil, que começa a ser discutido na Câmara. Cunha foi indicado relator enquanto o PT indicara o deputado João Paulo Cunha para a presidência da Comissão Especial. Os problemas no PMDB podem respingar no vice Michel Temer, convocado para apaziguar a bancada.

      O terceiro partido governista com problemas é o PP que, também dividido, tem um grupo que quer o afastamento do atual ministro das Cidades, Mário Negromonte. O partido está rachado, com uma parcela a favor do ministro e outra pretendendo sua substituição.

     Em meio às crises nos partidos que lhe dão sustentação, o governo tenta passar ao largo.

     – Ninguém mais vai sair – disse hoje um auxiliar da presidente Dilma, tentando explicar que “a idéia de faxina” não é uma proposta de governo. “Essa é uma agenda secundária”, disse o auxiliar, destacando que a agenda do governo é levar o Brasil a se tornar um país de classe média, com mais emprego e distribuição de renda. A “faxina” iniciada no Dnit e que se estendeu ao Ministério dos Transportes e depois na Agricultura, foi consequência de denúncias que não contaram, segundo a fonte, com a participação do governo.

     Fica claro nas conversas com auxiliares da presidente que a agenda da “faxina” não interessa mais ao governo porque cria atritos dentro da própria base: com o PT, como já foi dito, porque passa a idéia de que Lula deixou “herança maldita” na composição do ministério; com o PMDB, pois já levou ao afastamento do então ministro da Agricultura, Wagner Rossi; nem ao PR que perdeu o ministro Alfredo Nascimento e, agora, deixa insegura a parcela da bancada do PP que apóia Mário Negromonte.

     – A faxina não é uma proposta de governo; mas se alguma malfeito aparecer, será corrigido – disse fonte do governo, observando que a publicidade que é dada à agenda da faxina acaba por esconder outas ações do governo, como o lançamento do programa Brasil sem Miséria e o feito na semana passada para inauguração de novas universidades em várias regiões do país.

De volta

seg, 22/08/11
por Cristiana Lôbo |
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Depois de uma semana fora, estou de volta.

A disputa pela Prefeitura de São Paulo

qui, 11/08/11
por Cristiana Lôbo |
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Gilberto Kassab tem falado tão abertamente que seu candidato à Prefeitura de São Paulo é o atual secretário do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, que pouca gente acredita nisso. Nos últimos dias, no entanto, os sinais de aliados do prefeito vão na mesma direção: o secretário de Educação Alexandre Schneider filiou-se ao PV de Eduardo Jorge, mesmo caminho seguido pelo vereador Gilberto Natalini, que deixou o PSDB para ficar com Kassab.

A avaliação feita por aliados do prefeito é a de, que se não se concretizar a criação do PSD, que está as voltas com o cumprimento da legislação eleitoral para se viabilizar para as próximas eleições, Kassab irá recorrer ao PV, que tem como principal estrela o secretário Eduardo Jorge.

Ao mesmo tempo, o deputado Gabriel Chalita começa a avançar sobre território de Kassab. Hoje, ele almoçou com a presidente do PC do B, Nádia Campeão, e com o vereador Netinho. Foi apenas o primeiro encontro com representantes do partido que, hoje, está na equipe de Gilberto Kassab.

O PC do B paulista tem feito chegar aos ouvidos dos candidatos que neste ano não pretende estar com o PT, como aconteceu nas eleições anteriores, nem mesmo se o candidato for o hoje ministro Fernando Haddad. Eles dizem que nestes anos todos de parceria só o PT ampliou seu espaço em São Paulo. Como o partido não tem como ficar com um candidato tucano, Chalita poderia ser uma alternativa. O pré-candidato do PMDB, então, está em campo para conquistar mais um aliado.

 



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