Ajuda de fora

ter, 31/05/11
por Cristiana Lôbo |
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     O ministro Antonio Palocci está recebendo reforço externo para contornar a crise em que está envolvido por conta do crescimento rápido de seu patrimônio: empresários de vários setores têm acionado parlamentares para defender a permanência do ministro-chefe da Casa Civil no posto.

     – Isso é natural porque o ministro Palocci é um importante interlocutor com todos os setores, e também tem posições muito equilibradas – disse o líder do PTB no Senado, Gim Argelo.

      Quando eclodiu o caso Palocci, a avaliação do governo e dos políticos era a de que em uma semana o assunto estaria encerrado. Mas, se deu o contrário: esta é a terceira semana em que o tema está na imprensa e ninguém aposta quanto por quanto tempo vai permanecer. Diante disso,  parlamentares que têm ligações com o setor empresarial estão recebendo telefonemas com aconselhamentos para que o caso seja esvaziado mais rapidamente.

      – Todos os setores estão preocupados. Empreiteiros, industriais e também o setor financeiro – completou outro parlamentar.

     Já na base governista, a avaliação é a de que o assunto não tem prazo para acabar e já estaria afetando o desempenho do governo. Por isso, as baterias se voltam, agora, para o ministro da Articulação Política, Luís Sérgio.  O PMDB é o partido que se movimenta com maior desenvoltura porque gostaria de ter espaço no centro da articulação do governo.

     O nome do PMDB para este papel é o do vice-presidente Michel Temer. Tendo sido presidente da Câmara, ele tem como atributo conhecer pessoalmente a maioria dos parlamentares e também foi presidente do PMDB – função da qual está licenciado.

Lula é convidado especial do programa do PMDB nesta quinta

ter, 31/05/11
por Cristiana Lôbo |
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O PMDB leva ao ar na próxima quinta-feira, dia 2, o programa nacional de TV do partido, principal sócio da aliança com o PT. Além das lideranças peemedebistas, o programa terá participação especial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na abertura do programa, estará o atual presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Serão exibidos depoimentos de líderes e ministros. O encerramento será feito por Lula.

Pagando para ver

seg, 30/05/11
por Cristiana Lôbo |
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Os sites de notícias, hoje, divulgam foto da presidente Dilma Rousseff com o vice-presidente Michel Temer num encontro na Base Aérea de Brasília para transmissão do cargo, momentos antes do embarque dela para  o Uruguai em viagem oficial. Como esta é uma transmissão automática do cargo, há muito não se via tal foto de presidente e vice. Agora foi necessário exibi-la para mostrar que está tudo em paz entre os dois porque briga e rompimento entre presidente e vice é crise na certa. Não se pode dizer que está tudo em paz entre PT e PMDB. A convivência entre os dois partidos é tumultuada e tem a marca da desconfiança.

Esta foto é feita exatamente sete dias depois do principal entrevero entre os dois partidos e que atingiu os dois personagens – Dilma e Temer. Na última terça-feira, portanto, na manhã seguinte ao telefonema entre Palocci e Temer, no qual Temer admite que “elevou o tom de voz” com o ministro, estava sendo organizado um encontro do PMDB, inclusive Michel Temer, com a presidente Dilma. Irritada com a insistência do PMDB em apresentar a emenda 164 ao Código Florestal (sem deixar que a mesma proposta fosse feita em emenda de Ronaldo Caiado, do DEM) Dilma desmarcou a conversa.

Quando os peemedebistas chegaram ao Planalto e começaram a conversa com os ministros envolvidos – Luiz Sérgio e Antonio Palocci – foram informados de que Dilma estava “muito irritada” e que seria melhor deixar a conversa para outro momento, já que os peemedebistas não se dispunham a não apresentar a tal emenda – aquela em que ela disse que sua proposta “envergonharia o Brasil”, conforme relatou o líder Vacarezza no encaminhamento da votação do Código Florestal.

Os peemedebistas concordaram. “Então, é melhor mesmo não haver encontro algum pois, se o tom vier alto, subirá daqui também”, disse um dos presentes. E bateram em retirada do Palácio do Planalto para articular, do Congresso, aquela que seria a primeira importante derrota do governo no Congresso. Assim, o Código Florestal foi aprovado sem que tenha havido uma única conversa da presidente com o líder do PMDB na Câmara,  Henrique Eduardo Alves.

A partir daí, o ambiente foi ficando cada vez mais tenso, mesmo sem ter havido outro encontro entre Dilma ou Palocci com a cúpula do PMDBm, mas com a divulgação do telefonema entre Palocci e Temer, num diálogo áspero – quando Palocci transmitiu o recado de Dilma de que a presidente poderia demitir ministros peemedebistas se o partido insistisse na emenda 164 – que afinal foi apresentada e aprovada por 273 votos contra 182.

Quando o assunto chegou aos jornais com aspecto de “crise institucional” – um quase rompimento entre Dilma e Temer, uma vez que os dois não mais se encontraram, Temer tomou a iniciativa de telefonar para a presidente da República. Ironia do destino, a linha caiu e Dilma, aí sim, tomou a iniciativa de retonar a ligação. Foi quando marcaram os encontros da semana: o de hoje na Base Aérea, mais um amanhã e na quarta-feira, o almoço com a bancada do PMDB com a presença de Temer.

Vale ressaltar: Dilma foi quem primeiro cancelou o encontro com o PMDB na manhã de terça-feira passada – e o PMDB concordou; e foi Temer quem telefonou primeiro para reatar as relações e ela retornou porque a ligação caiu.

Fica, então, evidente o estilo Dilma de se relacionar com os políticos: ela toma a decisão e paga para ver.

Neste caso, Temer foi quem levantou primeiro a bandeira branca.

Tentativa de reaproximação

sáb, 28/05/11
por Cristiana Lôbo |
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A presidente Dilma Rousseff telefonou neste sábado (28) ao vice-presidente Michel Temer para convidá-lo para três encontros.

Foto: Dilma e Temer durante a Marcha dos Prefeitos em Brasília, no dia 11 de maio (Foto: Fábio Pozzebom / Agência Brasil)

A iniciativa da presidente se dá após enorme tensão entre PT e PMDB na votação do Código Florestal. Dilma tenta, com o gesto, recompor a relação política com o PMDB, partido do vice e que tem a segunda maior bancada na Câmara e a maior no Senado.

 

Na terça-feira passada, Temer, sabendo da irritação da presidente Dilma com a decisão do PMDB de apresentar a emenda 164 ao Código Florestal, preferiu não ir ao encontro da presidente.

 

O primeiro encontro entre os dois será na segunda feira, na base aérea, quando ela viajará ao Uruguai e ele assumirá o exercício da Presidência.

 

Será uma oportunidade para os dois serem fotografados juntos depois das notícias de que estariam estremecidas as relações de Dilma com o vice, e também as relações do vice com o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci.

 

Antes da votação do Código Florestal, Palocci conversou com Temer em nome de Dilma e chegou a ameaçar de demissão os ministros do PMDB.

 

Na terça-feira, Dilma deve ter uma audiência com o vice e na quarta-feira ele participará de almoço com a presidente e a bancada do PMDB.

A fila andou no PSDB, e Aécio está na frente

sáb, 28/05/11
por Cristiana Lôbo |
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José Serra conseguiu o que queria na convenção do PSDB: um cargo de destaque na estrutura administrativa do partido ao ser indicado presidente do Conselho Político, que foi reforçado com uma assessoria para atendê-lo. Mas perdeu o que já teve, a condição natural de ser o candidato à Presidência pela legenda. O resultado da convenção mostrou que a fila andou e está à frente agora Aécio Neves.

(Foto: AndréDusek / Agência Estado)

O senador Aécio Neves terá de ter, no entanto, a partir de agora, uma atuação mais firme no partido para manter esse primeiro lugar na fila tucana. José Serra mostrou que quer atuar como militante político até para tentar se viabilizar como candidato a presidente da República mais uma vez.

 

“Eu sempre fui um ativista político, um militante, um soldado. Onde tiver um problema, podem me chamar que eu vou, seja onde for”, disse Serra no discurso, revelando sua disposição de percorrer o país como o nome do PSDB.

 

Os discursos e abraços durante a convenção não esconderam os momentos de tensão que antecederam o acordo que levou José Serra ao comando do Conselho Político do PSDB. A estratégia de Aécio Neves era isolar completamente José Serra do comando partidário.

 

José Serra perdeu espaço no partido porque tentou ser presidente da legenda, mas o atual presidente Sérgio Guerra já havia conquistado os apoios necessários. Nas últimas horas, a pretensão de Serra era ser o presidente do Instituto Teotônio Vilela, cargo que acabou ficando com o ex-senador Tasso Jereissati, que é partidário de Aécio Neves.

 

Diante da ameaça de Serra de sequer comparecer à convenção, uma solução foi buscada nas últimas 24 horas de intensas reuniões. Um personagem central nessas conversas foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, segundo tucanos, teve a tarefa de dizer a Serra que o momento dele havia passado, e que agora é a vez de Aécio Neves.

 

Aliados de Serra reconhecem que o resultado da convenção mostra que a fila andou a favor de Aécio. E que o senador mineiro terá mais controle do partido. Mas os partidários lembram que não será essa executiva a que decidirá a escolha do candidato tucano à Presidência da Republica em 2014.

 

Já os partidários de Aécio comemoram a vitória, mesmo com a concessão feita a José Serra. Mas reconhecem que, daqui para frente, Aécio terá de mostrar mais determinação com as questões partidárias e com a reestruturação do partido após três derrotas consecutivas em disputas presidenciais.

 

“Para ser presidente da República, ele terá de fazer mais política e ter menos vida social.”

Tenso lá, também

sex, 27/05/11
por Cristiana Lôbo |
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     Fernando Henrique Cardoso, Geraldo Alckmin e José Serra conversam agora, em São Paulo,  sobre a composição do comando do PSDB. Serra quer ter a presidência do Instituto Teotônio Vilela (ITV), o instituto de debates do partido, mas o grupo de Aécio Neves, com apoio da bancada de senadores, indicou o ex-senador Tasso Jereissati.

     – O impasse continua – disse há pouco um aliado de Serra.

     Se não for encontrada uma solução do agrado de Serra, ele poderá não comparecer à convenção do partido, amanhã em Brasília – situação inusitada, uma vez que ele foi o candidato do partido à presidência da República e propagandeia que recebeu quase 44 milhões de votos.

      A crise no PSDB é grande.

O convite chegou

sex, 27/05/11
por Cristiana Lôbo |
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    O gabinete da presidente Dilma Rousseff convidou há pouco o vice-presidente Michel Temer para o almoço da presidente com a bancada de senadores do PMDB, no Palácio da Alvorada, na próxima quarta-feira.

     Será o primeiro encontro dos dois depois do telefonema de Antonio Palocci a Temer, a pedido da presidente, afirmando que Dilma poderia demitir os ministros do PMDB se o partido insistisse em votarno Código Florestal  a polêmica emenda 164 – o que, afinal, acabou ocorrendo.

      É uma oportunidade de desanuviar o ambiente entre presidente e vice que ficou tenso na votação do Código Florestal.

Tremor na aliança

sex, 27/05/11
por Cristiana Lôbo |
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A votação do Código Florestal, na noite de terça-feira, quando PT e PMDB ficaram em campos opostos, abriu uma fissura no governo que ainda deixa seqüelas. PT e PMDB ainda estão se estranhando.

O ponto crítico da relação entre os dois partidos aconteceu na noite de segunda-feira, quando o ministro Antonio Palocci, em nome de Dilma, disse a Temer que, se o PMDB não votasse com o governo (deixando de apresentar a polêmica emenda 164), Dilma poderia demitir os ministros peemedebistas.

Temer reagiu, lembrando que é vice-presidente – e não poderia ser “enquadrado” por um ministro. De lá para cá, Dilma e Temer não mais se encontraram. Uma reunião estava prevista para o dia seguinte mas, diante da ponderação sobre a irritação da presidente, os dois lados consideraram melhor cancelar o encontro.

Na véspera da votação do Código a tensão foi tão grande que, num segundo telefonema na mesma noite, Palocci foi logo se desculpando com o vice:

- Desculpe pelo telefonema anterior; a tensão está grande, mas sempre fomos amigos.

Temer respondeu:

- Não, Palocci. Nunca fomos amigos íntimos.

Segundo peemedebistas, o problema foi superado, mas deixou uma marca na relação do partido com o governo:

- Ninguém trocou de mal, mas sempre fica alguma coisa – disse um representante do PMDB.

A irritação de Dilma com o PMDB se deu ao constatar que o partido aliado não abriu mão de apresentar e aprovar a polêmica emenda 164. Dilma pediu que o partido desistisse da emenda e, se quisesse votar aquelas propostas, que isso fosse feito na emenda do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO). Dilma preferia ser derrotada por uma emenda de adversário do que a de um aliado.

- Só na noite de segunda-feira que a ficha caiu e constatamos que o PMDB queria aprovar sua emenda, a 164 e derrotar o governo para mostrar que é o partido mais forte na aliança – disse um petista.

Foi neste momento que Dilma mandou, via Palocci, o recado para o vice Michel Temer – que é presidente licenciado do PMDB e foi o estopim da crise entre PT e PMDB. O partido, é claro, tomou as dores de Temer. Os peemedebistas não gostaram de saber que o vice-presidente foi obrigado a ouvir bronca de um ministro, e mais ainda, de saber que isso aconteceu em público porque Palocci, naquele momento, estava em reunião com petistas e colocou o telefone no sistema de viva-voz.

- Isso não está certo, expõe o vice. Ou eles querem viver no modelo Yeda Crusius – disse um peemedebista, lembrando que no Rio Grande do Sul a governadora brigou nos primeiros meses de mandato com o seu vice, o que lhe deu dores de cabeça por todo o governo, inclusive denúncias de corrupção que marcaram a gestão de Yeda.

Para o PMDB, o erro do Palácio do Planalto foi tentar transformar a discussão do Código Florestal em assunto de governo e exigir fidelidade dos aliados.

Tudo isso acontece neste momento em que Antonio Palocci está na defensiva por conta de denúncias sobre o aumento de seu patrimônio. Coincidência ou não, PT e PMDB não vêem só virtudes em Palocci na tarefa de interlocutor da presidente Dilma.

- Já que a presidente tem o estilo dela, mais durona e sem jogo de cintura, quem está ao lado deveria ponderar, tentar suavizar – disse um interlocutor do PMDB.

No próprio PT, há a avaliação semelhante – a de que Palocci deveria fazer o papel de escudo de Dilma.

 

Nem tanto

qui, 26/05/11
por Cristiana Lôbo |
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    No almoço de reaproximação da presidente Dilma com a bancada do PT, Marta Suplicy sugeriu que outros encontros fossem agendados para uma melhor afinação da presidente com os petistas. Dilma concordou e Marta então sugeriu um encontro a cada 40 dias. Dilma reagiu.

     – Aí não dá, Marta. É muito curto tempo… Como fiquei doente nos últimos dias, a agenda está atrasada.

De Palocci

qui, 26/05/11
por Cristiana Lôbo |
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     Na reunião de Dilma Rousseff com a bancada do PT no Senado, o ministro Antonio Palocci pediu a palavra para dar explicações sobre as denúncias de que teria aumentado seu patrimonio 20 vezes em quatro anos. Ele não citou as empresas que contrataram seus serviços e assegurou: “Nunca agi no limite da ética, sempre dentro da ética”.

     Palocci explicou aos senadores que fez questão de cumprir a quarentena (não teve atuação profissional por quatro meses depois de deixar o Ministério da Fazenda), mas depois, trabalhou em palestras e consultorias e, assim, ganhou muito dinheiro, conforme disse. Sua principal atuação foi junto a empresas no período da crise financeira mundial.

     O ministro não informou quando encaminhará à Procuradoria Geral da República as explicações sobre o aumento de seu patrimônio. Ele prometera fazer isso esta semana, mas pode deixar para a próxima.



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