A campanha presidencial está mais perto de ser decidida no segundo turno, conforme pesquisa DataFolha divulgada nesta terça-feira na qual a candidata do PT, Dilma Roussef perde pontos em todos os estratos, com cortes por sexo, idade, região, escolaridade e renda. Em cinco dias, ela caiu de 49% para 46% das intenções de votos. José Serra, apenas oscilou de 28% para 29% das intenções de votos e Marina Silva de 13% para 14% das intenções de votos.
É na região Nordeste onde Dilma mantém maior vantagem sobre os adversários (59% contra 19% para Serra e 11% para Marina) o que permite afirmar que, se vencer no primeiro turno, terá sido a fidelidade do eleitor da região a responsável pela decisão. Neste cenário mais disputado, ganha mais importância ainda o debate entre os candidatos na TV Globo, na próxima quinta-feira.
Enquanto Dilma Roussef cai em todas os estratos, é Marina Silva quem ganha mais eleitores. No entanto, se em função deste crescimento da candidata verde a eleição for para o segundo turno, o beneficiado por isso será o candidato tucano José Serra que está estacionado – apenas oscilou de 28% para 29%. É que a diferença de Serra para Marina ainda é grande. Calculando os votos válidos, Serra tem o dobro dos votos de Marina, segundo o DataFolha.
A queda de Dilma Roussef começou na segunda semana de setembro com as denúncias de quebra de sigilo fiscal da filha de Serra, Verônica Serra, e se acentuaram com as denúncias envolvendo Erenice Guerra na Casa Civil. Serra bateu forte nos dois temas e a beneficiária foi Marina.
Agora, na reta final da campanha, a estratégia dos candidatos leva em conta basicamente este cenário: Dilma Roussef vai tentar ser identificada ainda mais com o presidente Lul. O caso Erenice é uma demonstração de que nada cola em Lula: as denúncias tiveram repercussão nas intenções de votos a Dilma, mas não abalaram a popularidade de Lula que é quem, em última instância, nomeou Erenice para a Casa Civil.
Já José Serra deve adotar uma linha mais suave nesta reta final da campanha – sem utilizar vídeos de denúncias ou críticos a seus adversários. A avaliação feita por tucanos é a de que o estrago em Dilma já foi feito – “tudo o que tinha de bater já foi feito”, disse um tucano” – e, agora, Serra tem se apresentar como candidato que “pode fazer melhor”. Já Marina Silva subiu o tom na última semana contra os dois principais adversários. Ontem mesmo voltou a criticá-los ao dizer que os dois intimidam a imprensa. Na véspera havia afirmado que Serra e Dilma são muito parecidos, como forma de se apresentar como a terceira via.
Nos dois últimos programas eleitorais – hoje e quinta-feira – essas estratégias serão exploradas.