Dilma na ponta

sex, 13/08/10
por Cristiana Lôbo |
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Dilma Roussef abriu uma vantagem de oito pontos porcentuais sobre José Serra na pesquisa DataFolha desta sexta-feira, o que mostra o crescimento continuado dela desde que teve seu nome lançado como candidata à presidência da República, em fevereiro deste ano, em encontro nacional do PT. De lá para cá, Dilma subiu até ultrapassar, pela primeira vez no Datafolha, o seu principal adversário, José Serra.

     A campanha presidencial deste ano está transcorrendo exatamente como calculou o presidente Lula ao escolher sua ministra-chefe da Casa Civil como candidata à sua sucessão: a disputa está polarizada entre ela e José Serra, sem qualquer movimento expressivo por conta da candidatura de Marina Silva (PV) e tampouco de Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), dois adversários que sairam das costelas do PT.

     Mais do que uma polarização, a campanha se dá em termos de comparação dos governos Lula e de Fernando Henrique, tal como também desejava o presidente Lula. Até aqui, está tudo como ele calculou.

      E, se a trajetória for mantida, Dilma poderá até vencer no primeiro turno – desejo que ele alimenta neste momento. Segundo o DataFolha, Dilma está a tres pontos porcentuais de vencer no primeiro turno.

Rodada dos candidatos

qua, 11/08/10
por Cristiana Lôbo |
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     Ao final da rodada de entrevistas dos três principais candidatos à presidência da República ao Jornal Nacional e ao Jornal das Dez da Globonews, vê-se que todos eles foram muito bem treinados paa se dirigirem ao seu público alvo. Dilma, Marina e Serra tentaram aproveitar ao máximo os 12 minutos de entrevistas na Globo e os 15 na Globonews. Quem conseguiu melhor se comunicar vamos saber nas próximas pesquisas – sexta-feira, por exemplo, pelo DataFolha.

      Dilma Roussef conseguiu passar com clareza aquilo que precisava: mostrar que tem experiência administrativa e que é a candidata do presidente Lula. As pesquisas mostram que há um eleitorado de renda mais baixa, feminino e na região Nordeste que ainda se apresenta como indeciso. Pode ser um nicho importante de votos para Dilma, pois é um eleitorado que é beneficiado pelo programa bolsa família.

     A principal acusação que é feita contra a petista, a de que nunca governou, aliada à crítica de que era durona, Dilma respondeu com sorriso e citou um a um os cargos que já ocupou. Ficou, portanto, afastada a expectativa da oposição de que ela perdesse a calma e respondesse com impaciência as perguntas dos entrevistadores.

     Marina Silva, por sua vez, mostrou suavidade – o que combina com sua imagem – e tentou mostrar que não é uma candidata de um tema só, a preservação do meio ambiente. Ela falou de economia e tentou afastar temores sobre um eventual governo do Partido Verde. Ela defendeu autonomia informal do Banco Central com manutenção do câmbio flutuante, meta de inflação e disse, ainda, que poderá ter boa convivência com o agronegócio.

     Ou seja, Marina falou bem, com desenvoltura, mas falou para um eleitorado classe “A”, quando, para vencer a eleição, é preciso falar para a massa do eleitorado. Para contrabalançar, ela lembrou que é de origem humilde e que foi alfabetizada aos 16 anos – por isso, defenderá maior investimento para a educação.

     O último dos entrevistas foi José Serra, nesta quarta-feira. Falou de forma articulada e tentou mostrar sem citar nomes, que Dilma Roussef iria “na garupa” – não seria a comandante do governo. Para evitar a comparação dos governos FHC e Lula, recorreu a uma metáfora futebolística: disse que não poderia discutir a Copa de 2014 avaliando se Scolari ou Parreira  foi melhor técnico em Copas anteriores.

      Ele falou de pedágio e disse que as estradas de São Paulo são aprovadas por 75% dos usuários. Treinado, tal como Dilma, Serra lembrou-se de olhar para a câmera e tentou passar naturalidade. Fez questão de lembrar a origem “modesta”, como falou, para dizer que chegou onde chegou graças ao estudo em escola pública. E, mais uma vez, tentou emocionar o telespectador quando agradeceu ao pai e a mãe. Não pôde concluir o raciocínio porque o tempo acabou.

     O fato é que nenhum dos três cometeu erro grosseiro ou escorregão desastroso. Vantagem, aí, para Dilma sobre quem havia mais expectativa de que isso ocorresse.

      Agora, é esperar as pesquisas e saber quem conquistou votos com a aparição na TV.

PT recupera força

seg, 09/08/10
por Cristiana Lôbo |
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     Quatro anos após o episódio do mensalão, que atingiu lideranças importantes do partido, como José Dirceu, o PT recupera apoio popular e é apontado pelo Ibope como o partido de maior preferência dos brasileiros. Segundo a pesquisa, 26% dos eleitores preferem ou têm simpatia pelo PT. No segundo lugar estão o PMDB e o PSDB, ambos com 6% da preferência dos brasileiros.

    Na pesquisa Ibope, divulgada sexta-feira passada, foi incluída uma pergunta sobre preferência partidária e 49% responderam que não têm preferência por qualquer partido e 4% não souberam responder.

      Também pontuaram o PV com a preferência de 2% dos consultados. O DEM, o PTB, o PC do B, o PSB  e o PDT foram mencionados por 1% dos eleitores, cada um.

     O PT tem o melhor desempenho na região Centro-Oeste com a preferência de 30% dos eleitores, onde está Brasília e a sede do governo federal onde os petistas estão no comando; e o pior desempenho é no Sul, onde o partido tem a preferência de 18% dos eleitores, bem abaixo de sua média nacional. O PT também é mais forte das capitais e cidades com população acima de cem mil habitantes. O PSDB é mais forte no Sudeste e nas cidades com mais de cem mil habitantes.

No debate fica tudo igual

sex, 06/08/10
por Cristiana Lôbo |
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     Petistas estão na rede alardeando que Dilma Roussef venceu o debate da Bandeirantes na noite de ontem. Os tucanos da mesma forma avaliam que José Serra foi melhor. Marina Silva está entre os assuntos mais falados e Plínio foi ontem o sucesso na internet.

      Todos puxam a sardinha para sua brasa. Mas, o debate não mudou muito o cenário eleitoral que é favorável à Dilma Roussef. Ela, aliás, é quem mais ganhou, embora não tenha sido a melhor no debate.  É que Serra não foi um sucesso retumbante e nem ela um fracasso que a oposição esperava. Portanto, ela se sai bem do debate pois, de certa forma, pode mostrar que não está destemperada com perguntas inconvenientes e nem é apenas um poste de Lula – embora ela tenha gaguejado muito e mostrado a boca seca em vários momentos, além de trocar palavras.

     Nas conversas reservadas, tucanos e petistas reconhecem que tudo fica igual. Mas, para o grande público, os militantes querem mostrar vitória. Havia uma expectativa de que Serra nocauteasse Dilma, como já ocorreu em outros debates de campanhas eleitorais. Isso não aconteceu. Nem Dilma se impacientou – o que não é difícil de acontecer – a ponto de chamar o interlocutor de “menino” ou meu filho.

      Marina, mais uma vez tentou furar o bloco da polarização Dilma-Serra, mas não conseguiu. Este é o melhor momento para ela na campanha, pois terá tempo na televisão equivalente aos dois principais candidatos. Quando começar o horário eleitoral, Dilma terá 11 minutos por dia; Serra sete e Marina um minuto e 14 segundos de manhã e à noite. Então, ela precisaria se destacar agora. Se não conseguir, sua candidatura perderá força. E ela poderá ser tratada como candidatura nanica.

      Plínio de Arruda Sampoio foi um sucesso. Mas para quem não está pontuando nas pesquisas ou que chega a apenas um ponto porcentual, pode-se dizer que ele está longe de se tornar um candidato competitivo. Ou seja, o sucesso no debate não muda seu desempenho no conjunto da campanha.Mas, sem dúvida, foi ele quem animou o debate. Sem ele, seria muito sem graça e até daria sono.



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