O saldo de Dilma
Ao cabo de um mes de articulações com os partidos que hoje dão sustentação ao governo Lula, a pré-candidata Dilma Roussef conquistou, até agora, o “pré-compromisso” do PMDB – maior partido do país que, se ficar a seu lado na eleição, vai lhe assegurar o dobro do tempo de televisão durante a campanha eleitoral. Os demais partidos ouviram a ministra, fizeram acenos, mas não assumiram um lado na campanha do ano que vem.
A perspectiva de aliança com o PMDB não é pouco para a ministra Dilma Roussef. Representa muito, exatamente, por conta do tempo de televisão para a campanha. Em troca, o partido exigiu – e levou – a vaga de candidato a vice na chapa petista.
O que se nota é que, até agora, foi a força política e eleitoral do presidente Lula que arregimentou tantos partidos para ouvir a pré-candidata petista. Mas, quando a bola fica com ela – afirnal, o candidato não é Lula e sim Dilma -, os partidos pisam no freio e pedem tempo para definir o posicionamento na campanha do ano que vem.
Entre os partidos de esquerda e tradicionais aliados do PT, o PC do B terá reunião na semana que vem e deve receber as visitas de Lula e Dilma. Difícil imaginar que o PC do B ficará com outro candidato que não o petista. Nunca antes aconteceu isso, embora o PSB, se mantiver a candidatura Ciro Gomes, alimente essa expecttiva. E o PSB, ocioso explicar, ficará com Dilma somentes se Ciro se transferir para disputar a eleição ao governo de São Paulo. Aliás, essa é a estratégia do PT: recolher apoios de todos os aliados, isolar Ciro de moda a que ele só tenha como caminho a candidatura ao governo de São Paulo.
O mes de outubro, portanto, foi importante para a pré-candidatura de Dilma Roussef. Afinal, ela conquisou a promessa de apoio do principal partido, o PMDB, embora a aliança não tenha sido formalizada. Mas, só a promessa já é importante. Os demais – PP, PR, PDT -, adiaram a decisão. O que eles querem? A seguraça de que a candidtura de Dilma é mesmo competitiva. O padrinho é fortíssimo, o presidente Lula, mas a candidata ainda não demonstrou que será capaz de vencer. É isso que eles esperam que apareça nas próximas pesquisas, depois de tamanho esforço de exposição nos últimos dias. Tal exposição será coroada no programa eleitoral do PT, em novembro, onde Dilma será a principal estrela.