Nas últimas três eleições para a presidência da República, portanto, as de 1998, 2002 e 2006, o vencedor já despontava nas pesquisas eleitorais um ano e meio antes do pleito. Ou seja, em abril do ano anterior. Ou seja, em abril de 97, Fernando Henrique estava na frente e venceu; em abril de 2001, Lula estava na frente e venceu; e, por fim, em abril de 2005, Lula estava na frente e venceu.
Isso quer dizer que José Serra, que está na frente nas pesquisas de hoje, já pode ser considerado vencedor? Não. Mas é o franco favorito.
É preciso saber qual o grau de transferência de votos de Lula, o mais popular presidente da República dos últimos tempos. As pesquisas mostram Lula neste segundo mandato muito mais forte do que no primeiro. Nunca se teve um presidente tão forte eleitoralmente como cabo eleitoral. Aí, pode fazer a diferença em favor da candidatura por ele apoiada.
Os especialistas dizem que Lula vai para a galeria dos mais importantes presidentes do Brasil da história. Ficará ao lado de Getúlio Vargas e Juscelino Kubstchek.
Mas, nem assim, dizem os pesquisadores, ele pode ter certeza de que irá fazer o sucessor – ou a sucessora. Embora, ele repita esta convicção mesmo nas conversas mais íntimas. Ele não se deixa abater pelas pesquisas que mostram sua preferida, Dilma Roussef, numa distância considerável de Serra. Lula acha que vai reverter esse quadro.
Porém, para os especialistas, Dilma, embora subindo nas pesquisas, ainda que lentamente, tem o desempenho que qualquer outro petista teria se seu nome for apresentado ao eleitor como “candidato do Pt e candidato de Lula”. Ou seja, a exposição que Dilma tem tido nos últimos tempos ajuda, mas ainda não dá para saber o que ela cresce sozinha na preferência do eleitor.
A esta altura da trajetória de campanha – que ainda nem é campanha porque a legislação não permite – o eleitor avalia três coisas: conhecimento, simpatia e currículo, nesta ordem. E, como tem enfrentado eleições de dois em dois anos, o brasileiro tem se mostrado “vacinado” por nomes novos que aparecem de repente. Porém, mais do que nunca, este eleitor está dando valor ao currículo do candidato.