ter, 31/03/09
por Cristiana Lôbo |
A oposição não aceitou o fato de a Polícia Federal ter deixado de citar PT, PV e PTB em seus relatos sobre a operação Castelo de Areia, na qual são identificadas doações para campanhas políticas de parlamentares de sete outros partidos e prometeu dar o troco: vai recolher assinaturas para instalar a CPI da Petrobras, com o objetivo de investigar as denúncias de que houve superfaturamento nas obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que está sendo feita pela Petrobras.
Na tarde desta terça-feira, vários senadores dos mais diferentes partidos, deram depoimento emfavor do senador José Agripino Maia (DEM-RN), apontado pela Polícia Federal como um dos supostos beneficiários de doação para campanha política. Agripino disso que a doação recebida era legal e mostrou recibos.
Ao mesmo tempo, a oposição pretende convocar o ministro da Justiça, Tarso Genro, a dar explicações sobre o andamento da operação Castelo de Areia. A própria Polícia Federal divulgou nota hoje também explicando que o objetivo da operação era o de investigar a remessa de dólares para o exterior e não a investigação sobre doação de recursos para campanhas políticas.
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ter, 31/03/09
por Cristiana Lôbo |
O governo encaminhou ao Congresso nesta terça-feira, o plano nacional de habitação “Minha casa, minha vida”, lançado semana passada pelo presidente Lula. Horas depois de receber a mensagem do governo, o senador Almeida Lima (PMDB-SE), presidente da comissão de Orçamento, nomeou o senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO) como relator do projeto e prometeu que o projeto será votado no prazo regulamentar pela Comissão.
– Não sou muito chegado a ficar empenado as coisas dos outro -, disse o senador.
A promessa de rapidez nos trabalhos da Comissão de Orçamento surpreende. Nos últimos tempos, projetos de interesse do governo têm tramitado de forma muito lenta por lá. O exemplo mais lembrado é o da emenda constitucional que propunha a prorrogação da CPMF, ainda em 2007. O então relator designado, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) demorou três meses para apresentar seu parecer. Só o apresentou depois que conseguiu do governo a nomeação do ex-prefeito do Rio, Luiz Paulo Conde, para a presidência de Furnas.
A demora atrasou os trabalhos no Senado e o governo foi derrotado.
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seg, 30/03/09
por Cristiana Lôbo |
Sem eleições à vista e com crise financeira mundial afetando o dia a dia das empresas brasileiras, a Confederação Nacional da Indústria espera neste ano de 2009 ter mais condições de avançar em sua agenda legislativa do que no ano passando, quando apenas dois projetos foram aprovados: a lei do gás e a da micro e pequena empresa. A agenda legislativa mínima da indústria para 2009 tem 13 itens e vai desde a reforma tributária até projeto de licenciamento ambiental. A interpretação do presidente da Câmara, Michel Temer, de que as Medidas Provisórias trancam apenas as votações de projetos de lei ordinária, o que foi referendado em liminar do STF, também poder ajudar a acelerar as votações no Congresso este ano, espera o presidente da CNI, Armando Monteiro.
– Selecionamos projetos que vão melhorar o ambiente de negócios no Brasil – disse Armando Monteiro, ao apresentar a relação dos 13 projetos considerados prioritários pelos diversos setores da indústria.
Começa a lista com a reforma tributária e segue com os projetos que cria o cadastro positivo; o que trata da reestruturação do sistema de livre concorrência (mudanças no CADE); a atualização da tabela do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica; o que trata de Direitos do Contribuinte; alterações na Lei das Licitações; a regulamentação das Agências Reguladoras; projeto que trata do Licenciamento Ambiental; projeto sobre Resíduos Sólidos; Compensação Ambiental e, ainda, a redução da jornada de trabalho.
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seg, 30/03/09
por Cristiana Lôbo |
A pré-candidatura de Aécio Neves à presidência da República sofreu dois golpes nos últimos dias: o primeiro, a decisão do TSE de quea campanha pelas prévias eleitorais só podem ser feitas junto aos militantes do partido, e não para a sociedade; e a segunda, a pesquisa CNT-Sensus, mostrando que a pré-candidata do PT, Dilma Roussef, se apresenta melhor que ele na pesquisa espontânea e também na simulação de segundo turno, embora em margem bastante apertada.
Aécio pretendia, com as prévias no PSDB, fazer uma campanha nacional e, assim, tornar seu nome mais conhecido do eleitor. A maior dificuldade que tem ante seu oponente no PSDB é justamente o fato de ser pouco conhecido. O TSE decidiu que os partidos podem fazer prévias, mas devem se dirigir apenas aos seus filiados. E, ainda, que os candidatos não podem comprar espaço na mídia, como acontece, por exemplo, nos Estados Unidos.
A mais recente notícia negativa para Aécio Neves é a pesquisa CNT-Sensus divulgada hoje. Dilma Roussef, cresce na pesquisa espontânea de 2,5% para 3,6% das intenções de voto; e Aécio cai de 3,9% para 2,9% – ficando abaixo da candidata petista. Enquanto isso, José Serra segue na frente, em folgada liderança – com 8,8% na pesquisa espontânea e chega a 40% na estimulada. Em todos os cenários, Serra está na frente na disputa em segundo turno. Exceção para um eventual embate com Ciro Gomes, no qual não atingiria os 50% dos votos (beira isso com 49,9%), mas é o favorito.
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dom, 29/03/09
por Cristiana Lôbo |
Leitores do blog reclamam da falta de notícia sobre Luciana Cardoso, filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que é lotada no gabinete do senador Heráclito fortes (DEM-PI), mas que diz que trabalha em casa.
Tão grave quanto não comparecer ao local de trabalho – o que permite ser chamada de ”funcionária fantasma” – foi a explicação dada por ela à coluna de Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo. “O Senado é uma bagunça, tem milhões de gente trabalhando e o espaço é mínimo”, para acrescentar apenas que seu trabalho é o de cuidar dos arquivos pessoais do senador. Muito vago.
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dom, 29/03/09
por Cristiana Lôbo |
É certo que a frase do ministro Luiz Dulci em evento petista é reveladora da estratégia do PT na campanha de Dilma Roussef. Sabendo que ela não conquista, ainda, o voto do eleitor por diversas razões como falta de conhecimento, histórico político e até mesmo a falta de carisma, Dulci mostra que o objetivo é atrelar ainda mais a candidata ao presidente Lula, líder em aprovação popular. E faz isso de uma nova maneira. Não só dizendo que ela é a candidata de Lula, mas seria a única que, sendo eleita, abriria mão de um segundo mandato para dar espaço à volta de Lula.
Bem, isso é uma coisa.Frase da semana no quesito “revelação de estratégia”. Outra, é a pérola de Lula na semana passada, quando culpou “gente branca, de olhos azuis” pela crise financeira mundial. Esta foi mais visível. Foi dita diante do primeiro-ministro britânico Gondon Brown e repercutiu em toda Europa. Além disso, provocou reação de jornalistas ingleses que acompanhavam Brown na visita ao Brasil. Ainda neste fim de semana Lula tenta explicar o que pretendia dizer. Não conseguiu.
Fica, então, para Lula o troféu “frase da semana”. Mas, vale lembrar, Lula não para de falar e, assim, solta outras pérolas. Como a que disse em Pernambuco. Ele disse que a crise no Brasil era como uma gripe num cabra macho…
Vamos, agora, escolher, a cada domingo, a frase da semana.
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sex, 27/03/09
por Cristiana Lôbo |
Vai para o ministro Luis Dulci a “frase da semana”. Ele disse, diante de uma platéia de petistas em Osasco, São Paulo: “Se a oposição vencer a eleição no ano que vem, vai ser impossível Lula voltar em 2014.
Dulci pediu aos jornalistas que o ouviram que “contextualizassem” a frase, lembrando que ele falava para uma platéia de petistas.
A afirmação de Dulci vai como frase da semana por ser reveladora. Ela mostra a tônica da campanha do PT em favor de Dilma Roussef. É a seguinte: Vote em Dilma agora porque ela abrirá a volta de Lula em 2014″. Se a oposição vencer, a reeleição de um tucano seria mais fácil…
O PT traça a estratégia com antecedência e vai em frente, insistindo no discurso.
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sex, 27/03/09
por Cristiana Lôbo |
A queda na avaliação do presidente Lula na última pesquisa está concentrada na avaliação das mulheres. Entre os homens, Lula tem 70% de avaliação entre ótimo e bom. Mas quando a mesma pergunta é feita às mulhres, o porcentual cai para 60%.
A indicação de Dilma Roussef como candidata à sua sucessão – evidentemente que ainda sem estar sacramentada por conta do calendário eleitoral – não reverte a situação. Entre os homens, Dilma tem 14% das intenções de voto; e entre as mulheres, isso cai para 8%.
Conclusão: é mais difícil convencer as mulheres. Elas são as últimas a decidir o voto; e são as primeiras a detectar problemas no governo e no cotidiano. Diante da primeira dificuldade, elas param e pensam para onde ir.
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sex, 27/03/09
por Cristiana Lôbo |
Sempre que é perguntado sobre o que pretende fazer depois que deixar o governo, em 1o de janeiro de 2011, o presidente Lula responde: “vou voltar para São Bernardo para fazer meu coelhinho na panela para os amigos”. Os assessores acham, no entanto, que Lula poderá fazer o primeiro coelhinho na panela, o segundo, mas no terceiro, vai procurar uma atividade política.
Alguns falam que ele pretende criar uma ONG voltada para ajudar os países africanos – o que faz sentido. Em suas prioridades, está sempre a África, assunto que ele, aliás, tratou com Barack Obama no encontro que teve com o presidente dos Estados Unidos, neste mes.
Lula tem dito que duas coisas não vai fazer: não quer dar palpite no governo de seu sucessor – seja ele aliado ou adversário -, nem quer fazer palestras pelo mundo afora, como faz Fernando Henrique Cardoso.
O fato é que Lula não gosta muito do assunto “fim de governo”. Ele mesmo diz que quando pensa em deixar o governo e a vida no Palácio da Alvorada sente “muita melancolia”.
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sex, 27/03/09
por Cristiana Lôbo |
Nos últimos tempos, a política brasileira tem sido sustentada no clientelismo e no fisiologismo. Cada vez que um partido é agregado à base do governo, a primeira discussão é sobre os cargos que estarão disponíveis no serviço público. Esta é a cultura que norteia a política no Executivo e não poderia ser diferente no Legislativo, onde os parlamentares têm o poder da caneta.
Foi precisamente esta cultura da nomeação de afilhados políticos, a busca de uma “colocação” para um apaniguado, que levou o Senado à situação em que chegou: ter 181 diretorias. (Agora, a direção diz que são “apenas” 38, mas a informação que chegou a 181 era oficial- embora vergonhosa).
A dificuldade que tem hoje a primeira-secretaria, responsável neste momento pela readequação da estrutura administrativa da Casa, é justamente cortar os diretores que têm padrinhos políticos. A primeira lista (de 50 demissões e que não foram efetivadas) continha muito mais concursados e não afilhados políticos. Ainda assim, as demissões não foram efetivadas por conta da pressão – pressão até legítima, quando uns estão ali a defender a tarefa que cumprem diariamente.
Existem dezenas, centenas, alguns dizem que pode chegar ao milhar, de funcionários que “têm as costas quentes”, um padrinho forte que não permitirá sua exoneração. Sempre foi assim. Mas, agora, as coisas devem mudar. Ou precisam mudar.
Está claro que vai ser difícil mudar o Senado. Primeiro, por conta da cultura do empreguismo, depois porque os senadores todos se unem quando o assunto é acabar com a verba indenizatória – a permissão de gastos de asté R$ 15 mil por mês com apresentação de nota de despesas para ressarcimento. Contra o fim da verba indenizatória se unem todos – dos partidos mais à esquerda aos mais à direita.
E, assim, se a temperatura baixar, tudo fica como está. Vai ser feito aquele tipo de movimento de mudar para deixar tudo igual.
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