Lula quer distância de eleições no Congresso

sáb, 31/01/09
por Cristiana Lôbo |
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     O presidente Lula marcou para segunda-feira – o dia inteiro – a primeira reunião ministerial de 2009. Foi lembrado a ele que era o mesmo dia das eleições para as presidências da Câmara e do Senado, dia em que deveria estar no Palácio do Planalto para arbitrar qualquer conflito. Lula insistiu e marcou a reunião ministerial.

     – Por isso mesmo. É uma eleição do Congresso e não do Executivo – encerrou.

      Lula, agora, quer distância das disputas na Câmara e no Senado. Afinal, nas duas Casas, são aliados que estão em confronto. O Planalto tem suas preferências, mas já não as revela mais – exceção para o caso de Michel Temer (PMDB), candidato à presidência da Câmara.

      No Senado, Lula pensou em abençoar a candidatura de Sarney, mas o próprio senador negou que fosse entrar na disputa. Acabou entrando, mas depois do lançamento do petista Tião Viana. Lula torce por Tião, seu correligionário, mas não quer ser vista puxando a brasa para o petista. Não quer comprar briga com o PMDB.

     A propósito: aliados de Sarney já veem movimento do governo em favor de Tião Viana. Estão reclamando alto.

Sarney se diz perplexo com tucanos

sex, 30/01/09
por Cristiana Lôbo |
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     Mesmo depois de o PSDB declarar apoio formal à candidatura de Tião Viana (PT) na disputa pela presidência do Senado, o senador José Sarney continua telefonando para os tucanos. Ele se disse “perplexo” com a decisão tomada pela bancada do PSDB na noite de quinta-feira.

     Da mesma forma, Roseana Sarney se disse surpresa com a decisão do PSDB. Segundo ela, a candidatura de Sarney foi articulada a pedido de alguns tucanos e, na última hora, eles mudam de rumo. Se Roseana ficou surpresa, Sarney, nem tanto, disse a senadora, lembrando que a participação de Arthur Virgílio na reunião com os líderes dos outros partidos que apoiam Sarney não havia sido boa. O tucano não havia gostado e disso  Sarney já havia sido informado.

      Os tucanos tentam mostrar que estão com Tião Viana porque avaliam que o fisiologismo na candidatura de Sarney havia superado os limites – tendo chegado até à criação de mais um cargo, o de líder da Minoria no Congresso para o senador Efraim Moraes. Já os partidários de Sarney dizem que os tucanos estão excessivamente vorazes por cargos e como havia compromissos com outros partidos, debandaram.

     E, assim, a troca de farpas segue. O fato é que os tucanos abandonaram uma candidatura vitoriosa – se estivessem apoiando Sarney a candidatura de Tião Viana havia morrido por inanição – e foram apoiar o PT, o que é, no mínimo, inusitado.

Desabafo

qui, 29/01/09
por Cristiana Lôbo |
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     De um senador tucano ao justificar a decisão do partido de apoiar Tião Viana (PT) e não José Sarney, com quem vinha negociando.

     - Nós temos de dar satisfações à opinião pública e não estamos aqui para redimir Renan Calheiros e  Fernando Collor…

      A coisa está feia…

PSDB dá apoio a Tião Viana

qui, 29/01/09
por Cristiana Lôbo |
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     Numa reviravolta na reta final da campanha, a bancada do PSDB no Senado decidiu declarar apoio à candidatura do petista Tião Viana (AC).  A decisão foi tomada na noite desta quinta-feira e já comunicada ao senador petista e também ao comando da candidatura de Sarney.

       A base do entendimento, segundo o presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PE) foi a assinatura da carta compromisso por Tião Viana. Nela, os tucanos pediam a independência do Senado em relação ao Palácio do Planalto,  reformas internas no Senado e democracia no funcionamento da Casa, abrindo espaço à minoria. O PSDB tem 13 votos. Com o apoio dos tucanos, a candidatura de Tião Viana se fortalece, mas José Sarney continua como favorito.

      – Estou muito contente com o apoio que vem por conta de princípios e não de cargos – disse há pouco o senador Tião Viana.

     No mesmo tom, o senador Sérgio Guerra disse que a mudança de rumo do PSDB se deu por conta dos entendimentos com o candidato petista e, também, porque a discussão com o comando da candidatura de Sarney não evoluiu.

       – Não gostamos da forma como a discussão se estabeleceu – disse Sérgio Guerra, evitando fazer críticas diretas á campanha de Sarney.

    O rompimento das conversas com o grupo de Sarney se deu em função das disputas por cargos. O líder do PMDB, Renan Calheiros tinha compromissos com a própria bancada e outros partidos e não se dispunha a abrir espaços aos tucanos. Para completar, foi lançada de última hora a idéia de criar liderança da minoria no Congresso para abrigar o senador Efraim Moraes (DEM-PB) que deixa a primeira-secretaria do Senado. Ele foi obrigado a demitir vários parentes que havia contratado no Senado.

     

Pomo da discórdia

qui, 29/01/09
por Cristiana Lôbo |
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     A Comissão de Relações Exteriors (CRE) tornou-se a mais cobiçada pelos partidos neste momento e é a que está emperrando acordos no Senado.

      O PTB deu apoio a Sarney e pediu a CRE para Fernando Collor. O PSDB quer a mesma comissão para o senador Eduardo Azeredo. Mas Renan Calheiros, o novo líder do PMDB, está reservando a vaga para Garibaldi Alves. Ninguém quer ceder.

      A quem ponto chegamos…

O papel de Renan

qui, 29/01/09
por Cristiana Lôbo |
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      O presidente Lula atribui ao senador Renan Calheiros a pressão forte sobre o senador José Sarney para que ele mudasse de opinião e se tornasse candidato à presidência do Senado – o que está tendo reflexos na Câmara e pode até, no limite, afetar a eleição de Michel Temer, o nome preferencial do Palácio do Planalto.

     – O Renan tem mede de perder o poder que ainda tem – disse o presidente Lula a um interlocutor nesta manhã, quando falavam da sucessão nas duas Casas.

     Lula, agora, não quer se envolver mais na disputa. Mas é possível notar no Palácio do Planalto certa irritação com o papel do PMDB. Ninguém por lá ousa, contudo, ir para o confronto com o maior partido na Câmara e no Senado.

     Pelo menos, por enquanto.

Lula: “Maracanã é o templo do futebol”

qui, 29/01/09
por Cristiana Lôbo |
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      Na conversa que teve com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, nesta manhã, o presidente Lula acabou revelando suas preferências entre as cidades que tentam se habilitar para serem sede de jogos da Copa do Mundo. Ele fez comentários sobre cada uma das 17 cidades brasileiras que disputam as 12 vagas, e, exaltou o estádio do Maracanã como que numa defesa do Rio de Janeiro como cidade para abrigar o jogo final da Copa de 2014.

     – O Maracanã é o templo do futebol -.

      Blatter emendou dizendo que pisou no Maracanã pela primeira vez em 1975 e que ficara muito impressionado com a vibração do estádio brasileiro.

      O presidente Lula fez comentários sobre cada uma das 17 cidades brasileiras que tentam ser sede da Copa, e defendeu que sejam escolhidas duas da Amazônia – Manaus e também Belém. A preferência, até o momento, é de Manaus, mas Lula deixou claro que torce também por Belém.  Depois de ouvir Lula, Blatter pediu que ele fizesse as mesmas colocações por escrito.

     – Não, isso não! – esquivou-se o presidente, segundo um dos presentes.

     São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, praticamente certas como cidades-sede da Copa, agora disputam qual delas abrigará a Abertura dos jogos de 2014. A vantagem é de São Paulo, neste momento. Também é dado como certo que três cidades do Nordeste abrigarão jogos da Copa – Salvador, Recife e Fortaleza.  Estão na lista como força de vencer, ainda, Porto Alegre e Curitiva. Uma disputa ficaria entre Campo Grande e Cuiabá, para ser a cidade do Pantanal que irá abrigar jogos da Copa. E, também, Goiânia e Florianópolis disputariam a última vaga – se não prevaler a ideia de Lula de que duas cidades amazônicas sejam sede dos jogos.

  

Será?

qua, 28/01/09
por Cristiana Lôbo |
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       Acabo de ouvir de um deputado (do baixo clero) que está acontecendo uma “rebelião silenciosa” na Câmara e que ele não ficará surpreso se a disputa pela presidência da Casa for decidida no segundo turno. Isso seria uma grande novidade porque Michel Temer (PMDB) tem o apoio de 14 partidos o que lhe garantiria mais de 400 votos.

     Mas, por lá, as coisas não são bem assim. Não se pode fazer contas de somar para calcular os votos dos parlamentares. Muitos outros fatores influenciam e o placar sempre muda. Não se imaginava que mudaria tanto. O próprio Temer calcula que seriam necessárias mais de 150 traições para a disputa ser levada para o segundo turno.

     E, convenhamos, quando se fala em segundo turno na Câmara, todo mundo lembra do caso Severino Cavalcanti. O então candidato Luiz Eduardo Greenhalg não levou na primeira rodada e Severino surpreendeu no segundo turno e venceu.

     Agora, não se fala que Michel irá perder. Mas que a disputa irá para o segundo turno. E quando vai… ninguém aposta o resultado.

     Entre os quatro postulantes, se a disputa for para o segundo turno, o nome mais forte para disputar com Michel Temer, hoje, é Ciro Nogueira (PR). Se Aldo Rebelo crescer nesta reta final – e tem muita gente trabalhando para ele nesta hora – aí, a situação de Temer fica mais difícil.

      É esperar para ver.

      Eu mesma, não faço aposta alguma.

Dito pelo não dito

qua, 28/01/09
por Cristiana Lôbo |
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    O governo foi rápido. Aliás, errou e consertou rápido. Assim, o mionistro da Fazenda, Guido Mantega e o interino do Desenvolvimento, Ivan Ramalho, anunciaram que não haverá mais necessidade de licença para importação.

     Desde o governo Collor, as tais licenças foram abolidas. E as importações eram automáticas.

     Mas, temendo o déficit na balança comercial, o governo criou a LI – Licença para Importação -, sob o argumento de que gostaria de saber quais os setores importam mais. Teria efeito mais estatístico.

      Porém, a medida pegou mal. Muito mal. Fez lembrar o passado, quando licenças ficavam engavetadas por até 60 dias a espera do melhor momento da balança comercial para serem liberadas, e passou um sinal contraditório, o de que o Brasil estava disposto a impor barreiras burocráticas à importação.

     Com reação tão forte, a medida durou apenas 48 horas.

Exigências tucanas

qua, 28/01/09
por Cristiana Lôbo |
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      Os senadores tucanos discutem, neste momento, uma pauta de exigências que vai apresentar aos dois candidatos à presidência do Senado – José Sarney (PMDB) e Tião Viana (PT) – em troca do apoio de toda a bancada.  A primeira delas, deve ser um posicionamento firme contra a idéia de terceiro mandato para o presidente Lula, ou seja, uma emenda que eventualmente vise a dar o direito a Lula de disputar mais um mandato não tramitaria com facilidade pelo Senado; e, ainda, maior rigor com as medidas provisórias editadas pelo presidente da República e, por fim, rodízio entre os partidos nos cargos de relatoria de matérias de importância, uma forma de garantir espaço aos partidos minoritários.

      O PSDB, como se sabe, tem dois candidatos à presidência da República em 2010 já apresentados – José Serra e Aécio Neves – e tem a expectativa de vitória. Porém, se o adversário for o presidente Lula, que tem popularidade bastante alta, o partido avalia que teria mais dificuldades para vencer.

     Antes de começar a reunião, os tucanos pretendiam apresentar a plataforma aos dois postulantes. Mas os tucanos reconhecem que a maioria da bancada tem preferência pela candidatura de Sarney. Se o partido fechar hoje com Sarney, a candidatura de Tião Viana ficaria definitivamente prejudicada, pois ele vinha contando com votos do PSDB para melhorar seu desempenho na disputa.



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