O PMDB e o poder

sáb, 25/10/08
por Cristiana Lôbo |
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     O presidente Lula pretende entrar em campo a partir de segunda-feira para “juntar os cacos” de sua base parlamentar. O ministro José Múcio Monteiro, coordenador político, é o escalado para conversar com os aliados e tentar superar as arestas eventualmente deixadas pela campanha política.

     O principal alvo é o PMDB, o principal aliado do Palácio do Planalto.

     Lula quer ao mesmo tempo aparar as arestas e garantir os espaços do PT. É que o PMDB tem acordo com o PT no qual o partido ficaria com a presidência da Câmara. Mas o PMDB do Senado não abre mão da vaga que é destinada àquele dono da maior bancada. Aí, é o PT que quer a vaga. O duelo promete. É Renan Calheiros quem comanda a tropa peemedebista em busca da vaga – só para tirar o espaço de Tião Viana – o petista que seria o sucessor de Garibaldi Alves.

      Geddel Vieira Lima, que na Bahia pode derrotar o PT, é quem promete para ajeitar as coisas para Lula. E tirar o PMDB da frente para dar a vaga a um petista.

     Confusão e tanto à vista.

Na hora da chegada

sáb, 25/10/08
por Cristiana Lôbo |
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         Se forem confirmadas nas urnas as pesquisas deste sábado, nas quais Gilberto Kassab poderá bater de 60% a 40% dos votos em Marta Suplicy, o PT será obrigado a rever sua atuação em São Paulo. Afinal, o partido escolheu seu melhor nome para entrar na disputa e ter mais chances de governar a maior cidade do país. E não terá dado certo. Marta sai da campanha menor do que entrou.

      Em 2004, Marta também perdeu. Mas na ocasião a derrota foi para José Serra – hoje, pode ser considerado o principal líder da oposição. Pelo menos, é o nome mais forte do PSDB para disputar a presidência da República em 2010, também segundo as pesquisas para a disputa presidencial. Agora, se peder, Marta terá sido derrotada pela “criatura” – pelo discípulo de Serra, o prefeito Gilberto Kassab.

     A avaliação de que Marta sai da eleição com cacife político menor do que entrou é também do próprio PT e, particularmente, do presidente Lula. O PT avaliou, equivocadamente, que teria recuperado espaço perdido em São Paulo – no Estado e na Capital.~

     Não é o que dizem as pesquisas.

     A conferir com o resultado das urnas.

Duro embate

qui, 23/10/08
por Cristiana Lôbo |
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    Aquela máxima de Duda Mendonça sobre campanhas eleitorais – “quem bate, perde” – não está foi considerada nesta reta final da campanha de segundo turno. Na maioria das capitais, valeu mesmo a teoria da “desconstrução” do candidato. Que, na verdade, é mesmo a pancadaria.

      Em alguns casos, deu resultado. Belo Horizonte é um deles. Lá, Márcio Lacerda que perdeu a dianteira para Leonardo Quintão, tentou – e conseguiu – mostrar em seu programa eleitoral que era apenas um “personagem” o que  Quintão mostrava em sua propaganda, quando aparecia de bom moço e jeitão caipira. O primeiro lance foi mostrar Quintão em comício na campanha de seu pai à prefeitura, dizendo que iriam “chutar a bunda dos petistas”. Era um tom bem mais virulento do que aquele que usava em sua campanha. Os petistas que o apoiavam, se recolheram.

      Curiosidade: Duda Mendonça, agora, é consultor de Márcio Lacerda.

      A troca e ataques também prevaleceu na reta final da campanha no Rio, em Salvador e também em Porto Alegre. Como diz o ditado, em campanha, o feio é perder. Todo mundo deixou os bons modos de lado para tentar ferir de morte a candidatura do adversário.

      Agora, falta do debate da TV Globo. E esperar o domingo. 

Caso a caso

qui, 23/10/08
por Cristiana Lôbo |
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     O ministro Guido Mantega, da Fazenda, pretende conversar com os comandantes dos maiores bancos do país para pressionar para que reabram o crédito para estimular a produção e o consumo no país. A palavra de ordem é acabar com o “empoçamento” de recursos nos bancos e fazer o dinheiro circular.

      Desta vez, a idéia é o ministro conversar separadamente com cada dirigente de grande banco. E não mais por meio da Federação dos Bancos, Febraban.

Temperatura alta

qui, 23/10/08
por Cristiana Lôbo |
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    O presidente Lula está preocupadíssimo com a crise financeira internacional e suas repercussões por aqui. Muito diferente daquele que há menos de um mês disse que havia uma tsunami no mundo, mas que aqui só chegaria uma ‘marolinha’ na qual não daria nem para surfar. A crise está tomando a maior parte do tempo do presidente que cobra dos auxiliares medidas eficazes e no tempo certo.

      A maior preocupação do presidente, neste momento, é com a situação de empresas brasileiras que aplicaram seus recursos no mercado financeiro e, com a valorização do dólar, agora estáo em grandes dificuldades. Lula chega a ficar irritado ao saber, quase diariamente, que mais uma empresa está nesta situação e o governo não tem como aferir qual o tamanho do buraco.

      – A situação está parecida com o que passamos na época da CPI do mensalão , em que cada dia, aparecia uma novidade, sempre pior do que a outra. A cada dia chega a notícia de que mais uma empresa especulou no mercado financeiro e perdeu. Agora ninguém avalia qual o tamanho do buraco – disse um interlocutor do presidente, traduzindo a preocupação do governo.

     A irritação maior do presidente é que as empresas podiam fazer tal aplicação em derivativos e o governo não tem qualquer registro das operações e não tem condições, portanto, de fazer qualquer estimativa do tamanho do buraco.

     – Nem o Banco Central tem qualquer registro. Era tudo feito no balcão – desbafou o presidente a um interlocutor.

Mais para Gordon que para Paulson

qua, 22/10/08
por Cristiana Lôbo |
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      A medida provisória 443, que permite que o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, comprem ações de instituições financeiras em dificuldades está sendo considerada no Ministério da Fazenda mais semelhante à proposta do primeiro-ministro da Inglaterra, Gordon Brown, do que à idéia original do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson que, inicialmente, propôs a compra dos chamados créditos podres de instituições financeiras.

     – Nossa proposta está mais para Gordon Brown do que para Henry Paulson – disse um assessor do Ministério da Fazenda.

     A proposta de edicão da MP que ganhou o número de 443 foi apresentada ao presidente Lula na segunda-feira, em São Paulo, pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Na reunião, estavam presentes também o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, a presidente da Caixa Econômica, Maria Fernanda, o presidente do Banco do Brasil, Lima Neto, e o do BNDES, Luciano Coutinho. O presidente concordou com a medida e o texto lhe foi apresentado, em sua forma final, já em Brasília e aprovado. Na sexta-feira passada, Mantega conversou sobre a idéia com representantes de grandes bancos e também com dirigentes da Febraban, apresentando a proposta como uma medida preventiva, para uma eventual necessidade.

     Se tecnicamente o governo agiu com presteza, na parte política, deixou a desejar. Auxiliares do governo agora reconhecem que foi um erro político a proposta não ter sido apresentada à Câmara na tarde de terça-feira, quando lá estiveram os ministros Guido Mantega e Henrique Meirelles. A reação da oposição foi bastante negativa.

O senhor, o eleitor

qua, 22/10/08
por Cristiana Lôbo |
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     Nesta eleição municipal, o eleitor está se mostrando muito mais interessado na disputa do que se supunha. Ele pode até não estar militando o tanto quanto se esperava, mas está avaliando muito bem o que o prefeito pode fazer para melhorar sua vida – ou não. Isso explica as mudanças nas intenções de voto tão bruscas. De semana para semana. Importante também, e cada vez mais, é a estrutura de comunicação do candidato.

     O caso mais notável é o de Belo Horizonte. No primeiro instante da campanha, o candidato Márcio Lacerda (PSB), apoiado por Aécio Neves e Fernando Pimentel, subiu como um foguete conforme as pesquisas de intenção de votos. Bateu em 40% das intenções de votos em menos de um mês e tudo indicava que poderia vencer no primeiro turno. Foi quando apareceu o adversário, Leonardo Quintão (PMDB).

       Ele subiu tanto que foi comparado a um fenômeno de comunicação, pelo jeito simples de se comunicar com o eleitor. Agradou. Subiu e, na primeira simulação de segundo turno, parecia que iria vencer. Foi aí que as coisas começaram a mudar em Minas. Quintão virou uma espécie de doce de leite com côco. Tão bom, tão doce que, parece, enjoou.

      No embate mais duro do segundo turno ele não segurou o tranco. Teve desempenho fraco nos debates e também cometeu erros. Márcio Lacerda se aprumou. A campanha dele mudou completamente. Deixou de lado de mostrar apenas os padrinhos, o que lhe deu o título de “poste” e passou a ser apresentado como alguém com vida política e capacidade administrativa. Também partiu para o ataque ao adversário. Em uma semana, reverteu a queda nas pesquisas e segundo o DataFolha já está na frente. A tão poucos dias da eleição, Lacerda está em curva de subida e Quintão de descida.

      – Foi uma chuva de verão – comentou um especialista em pesquisas eleitorais que no início da campanha considerou Quintão um “fenômeno de comunicação”.

      Depois de acompanhar debates em Belo Horizonte e o programa eleitoral, ele avalia que Leonardo Quintão não demonstrou capacidade técnica para resolver os problemas da cidade. Revelou inconsistência. Para os mineiros, pesou contra ele, também, as “más companhias”. Ele foi mostrado ao lado de seus aliados Newton Cardoso e Anthony Garotinho. Os mineiros não gostaram.

      Faltam quatro dias para a eleição. Será que ainda muda alguma coisa em Belo Horizonte?

**** No Rio de Janeiro, o resultado das pesquisas mostra que deram resultado os ataques feitos por Eduardo Paes (PMDB) contra Fernando Gabeira. No Ibope, os dois estão empatados; no DataFolha, Paes já está na frente – quando, na semana passada, Gabeira tinha ligeira vantagem.

      Ao longo de uma semana, Eduardo Paes atacou Gabeira como pôde: acusou-o de falta de experiência, tocando num ponto que é preocupação do eleitor do Rio em relação ao candidato do PV e, ainda, explorou suas idéias inovadores, retirando da gaveta o preconceito que existe contra o candidato e que estava guardado, sendo superado.

     As ações de Eduardo Paes demonstraram que foram capazes de despertar o preconceito que existe contra Gabeira e que já se revelara no passado.

Emoções finais

ter, 21/10/08
por Cristiana Lôbo |
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     Esta quarta-feira é dia de novas pesquisas sobre as eleições municipais. Por isso, os partidos que estão na disputa estão atentos. Particularmente, sobre três capitais: Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador. Os casos de São Paulo e Porto Alegre, dizem eles, não têm, aparentemente, mudanças importantes. Seguem na frente os candidatos Gilberto Kassab (DEM) e José Fogaça (PMDB).

     No Rio, a atenção é grande porque os candidatos Fernando Gabeira e Eduardo Paes  estão em parelha – com pequena vantagem para o verde, na última rodada de pesquisas. A dúvida, agora, é se Gabeira abriu folga maior ou se foi Paes que cresceu nesta última semana de campanha.

      A situação mais curiosa a esta altura é a de Belo Horizonte. Lá, houve virada na primeira rodada de pesquisas depois do segundo turno, com a dianteira, com folga, de Leonardo Quintão (PMDB) sobre Márcio Lacerda. Quintão foi festejado pelo PMDB em Brasília, mas, agora, virou vidraça. Lacerda mudou completamente o estilo da campanha e, segundo aliados e também adversários, alguma coisa está mudando em Minas.

      Para os aliados de Lacerda, já está havendo reação dele junto ao eleitorado. Ele tem mostrado as fragilidades do adversário, a ponto de, nesta quarta-feira, ter comprovado que Leonardo Quintão retirou da wikipédia, na internet, um longo trecho de seu programa de governo. A notícia de re-virada, em Minas, também chegou ao PMDB nesta quarta-feira.

     Salvador é a cidade onde o embate entre PT e PMDB se dá de forma mais intensa. As pesquisas lá são divergentes (Ibope dá empate técnico e Datafolha abre vantagem confortável para o peemedebista João Henrique). Por isso, a nova rodada está sendo aguardada dentro do próprio governo.

    

Lula e Bush

ter, 21/10/08
por Cristiana Lôbo |
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     O presidente Lula recebeu telefonema do colega George Bush nesta tarde e gostou do que ouviu. Bush o convidou para uma reunião de chefes de governo de países de economia importante – não só do G-8 -, em meados de novembro, para tratar da crise financeira mundial.

     O que mais agradou ao presidente brasileiro foi o fato de que sua proposta está ganhando adeptos: a de se contruir uma discussão sobre o day after da crise. Lula já vinha falando nisso há alguns dias. Ele avalia que o mundo precisa avaliar quais as lições os países poderão tirar da crise financeira? Ele não chega ao ponto de decretar o fim do neoliberalismo, mas acha que as coisas vão mudar daqui em diante.

      Lula observa  que aqueles que pregavam que o mercado resolveria por si só os problemas, “quebraram a cara”. Ele que compara a situação antes da crise a um “grande cassino”, onde o mais forte sempre ganha. Agora, diz Lula, que aceitou o convite de Bush, é preciso construir um mecanismo novo. Não só a partir da opinião dos países ricos. Mas de um grupo muito maior, incluindo, além do Brasil, a China e a Índia, pelo menos.

Pegadinhas, músicas e coerência

seg, 20/10/08
por Cristiana Lôbo |
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    Na reta final da campanha pela prefeitura do Rio, Eduardo Paes tem tentado colar em seu adversário Fernando Gabeira a pecha de quem não tem proposta para governar a cidade. Nos debates, ele solta “pegadinhas”, se valendo de siglas e nomes técnicos para se referir a programas da prefeitura e áreas da cidade.

      É assim que ele tem tentado se diferenciar de Gabeira que, conforme as pesquisas, está na frente, com reduzida margem de votos.

      De sua parte, Gabeira, vez por outra tem insistido em mostrar fragilidades políticas de Eduardo Paes nos debates com o adversário. O ponto central tem sido a relação de Paes com o presidente Lula – as críticas contundentes do passado e o pedido de desculpas, recente.

      A candidatura de Gabeira trouxe para a campanha a presença espontânea de artistas – que, aliás, andavam sumidos há muito tempo. A não ser em casos em que faziam papel de apresentadores de programas, o que é bem diferente da participação atual da campanha do candidato do PV. A porta, a propósito, foi aberta por Caetano Veloso que, ainda no primeiro turno, apareceu cantando “Amanhã” e depois ”Cidade Maravilhosa” no programa eleitoral de Gabeira.

     Eduardo Paes apresentou nesta noite em seu programa uma eleitora que cobrou do adversário propostas para  o Rio. Ela completou: “Não adianta só musiquinha bonita, tem de ter propostas”. Foi a última alfinetada.



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