Fim na fila

qua, 30/01/08
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

O nome preferido de José Sarney para a presidência da Eletrobras, Evandro Coura, foi para o fim da fila. A indicação feita na semana passada não agradou ao Palácio do Planalto e o PMDB, agora, se reune para buscar outro nome.

No momento, os caciques não se fixaram numa indicação. Têm três ou quatro nomes, mas o mais forte deles é Flavio Decat, ex-presidente da Eletronuclear, que também teria o aval da ministra Dilma Roussef.

Mas os peemedebistas ainda querem surpreender com uma indicação “acima de qualquer contestação”.

Isso ficou para depois do carnaval, segundo um dos caciques do partido que se reuniu na noite de ontem na Casa de José Sarney.

Pelas companhias

qua, 30/01/08
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

Edison Lobão Filho (MA) tomou posse como senador pelo Maranhão na sala da presidência do Senado.  Havia apenas um senador presente – Epitácio Cafeteira (PTB), seu conterrâneo – e muitos jornalistas, convidados a entretar pelo presidente do Senado, Garibaldi Alves.

O novo senador pareceu muito seguro, desenvolto – como são os homens de negócio.]

Ele contou que tem convites para se filiar ao PR, mas a tendência dele é ir para o PTB. Tal como o seu cicerone no dia, Epitácio Cafeteira.

Bate-papo com Marcílio Marques Moreira, da Comissão de Ética Pública

qua, 30/01/08
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

O presidente da Comissão de Ética Pública, Marcílio Marques Moreira, disse hoje ao G1 que o fato de algumas recomendações da Comissão não serem acolhidas pelo governo, como o afastamento do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, da presidência nacional do PDT, não chega a ser frustrante, “mas não é animador”. Ele disse que já esperava um trabalho duro da Comissão de Ética Pública porque, segundo disse, esta é uma questão nova no país “pois a cultura brasileira é de grande leniência com as transgressões”. Mas observa: “há um progresso nesta área”.

Marcílio Marques Moreira disse que não há cogitação de renúncia coletiva dos integrantes da Comissão de Ética Pública pelo fato de algumas de suas recomendações não serem acolhidas pelo governo. A menos, disse, em caso extremo em que haja uma declaração oficial do governo de que a Comissão não teria competência para dirimir dúvidas sobre conflito de interesses das autoridades públicas.

O Brasil, disse ele, faz parte das convenções da OEA e da ONU sobre a ética pública e, muitas vezes, conselheiros dessas instituições falam em conflito de interesses de autoridades no país. “O conflito de interesse pode se transformar em desvio ético amanhã”, afirmou.

Marcílio Marques Moreira avalia que há um avanço na exigência de ética pública no país porque além da comissão que preside, várias estatais e bancos públicos também já criaram suas comissões que, ao todo, somam 125 em todo o país. A comissão de ética pública tem caráter preventivo e não punitivo.

- Há frustração em alguns casos, mas é animador em outros. Eu, pessoalmente, não me sinto frustrado, mas preocupado com a prioridade que se dá no Brasil, desde o homem na rua às mais altas autoridades, à ética como fio condutor da boa convivência social e da gestão eficaz da coisa pública – disse.

Ele fez questão de observar que a Comissão é consultada por vários ministros e autoridades que querem conselhos sobre a norma que diz que o patrimônio ativo da autoridade não pode ser influenciado por decisões de governo. Nos últimos tempos, três ministros encaminharam questionamentos à comissão sobre esse assunto – Edison Lobão, Nelson Hubner e Guido Mantega. Outros fizeram consulta sobre o fato de integrarem a comissão executiva de seus partidos ou o diretório nacional, como fizeram Marco Aurélio Garcia, Tarso Genro, Alfredo Nascimento e Paulo Bernardo.

Marcílio Marques Moreira invocou o que o então reitor da UERH, João Lyra Filho, chamou de “tempo moral” para justificar a recomendação feita a Carlos Lupi para que optasse entre o Ministério do Trabalho e a presidência do PDT. A presidência do partido, disse Marcílio, demanda tempo para gerir recursos e gerir pessoas, por isso, ele perde ‘tempo moral” para cuidar dos assuntos de interesse do Ministério do Trabalho.

- Não somos contra a que autoridades tenham ligações partidárias. Sabemos que os partidos políticos são peça fundamental na democracia. Mas não pode essa presença suscitar dúvida sobre a razão de uma decisão de governo, sem falar na questão do tempo moral, o tempo que aquele assunto ocupa.

O cartão e a tapioca

qua, 30/01/08
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

     O governo reconhece que há erros e exageros no uso do cartão corporativo por alguns ministros. Por exemplo, os saques em dinheiro que deveriam ser uma exceção têm se tornado uma prática frequente. E isso dificulta a fiscalização e, portanto, a transparência nos gastos – o que seria um objetivo. Um erro já admitido é o aluguel de carros com motorista, o que foi feito pela ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, a recordista nos gastos, tendo atingido R$ 171 mil em 2007. É que uma despesa continuada deve ser contratada a partir de licitação ou pregão eletrônico.

     Apesar de reconhecer estes erros, o governo avalia que isso não ocorre por má fé, mas por falta de informação. E que é o caso de se aproveitar o momento para explicar melhor o que é permitido e o que não é para os ministros. No caso dos três citados como os que mais gastaram, Matilde Ribeiro, Altermir Gregolim, da Pesca e Orlando Silva, dos Esportes, informam fontes do governo que os três nãos têm no quadro de suas pastas o profissional responsável por estas despesas – o ecônomo. Em outros ministérios, um funcionário é responsável por estas pequenas despesas. O governo faz o depósito na conta bancária deste servidor e ele faz os pagamentos e a prestação de contas. Este processo, no entanto, demora quase seis meses. Por isso, o governo avalia que o cartão corporativo dá mais transparência nos gastos.

     Ao mesmo tempo que permite erros é possível acompanhar pela internet onde foram feitos os gastos dos ministros. O ministro Orlando Silva, por exemplo, pagou com um cartão corporativo uma nota de tapioca no valor de R$ 8,30. Está errado, mesmo sendo uma nota de baixo valor. É proibido aos ministros pagar despesas de alimentação em Brasília com o cartão corporativo. Ele só poderia ter feito este gasto com o cartão se fosse em outra cidadem, onde ele estivesse a trabalho. Orlando Silva reconheceu o erro, disse que se equivocou na hora de passar o cartão na máquina. Teve de ressarcir a despesa.

     Despois que o caso da ministra Matilde Ribeiro veio a público, outros ministros pediram à Controladoria Geral da União que investigasse suas contas. Eles querem atestar que estão usando corretamente o cartão – é o caso de Altermir Gregolim e Orlando Silva.

As cotoveladas tucanas

qua, 30/01/08
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

    José Serra e Aécio Neves aparecem sorridentes em foto do jantar na noite de terça-feira no Palácio das Mangabeiras, em Belo Horizonte. Serra precisava fazer um gesto para Aécio que andou irritadíssimo com o “comportamento dos paulistas” – é assim que os tucanos de outros estados tratam dos problemas que se referem a Serra e Fernando Henrique.
    Os dois haviam selado uma espécie de armistício – iriam suspender as bicadas naturais entre eles e deixar a definição do nome do candidato para um outro momento, provavelmente, em 2009 ou, se possível, 2010. Mas Fernando Henrique Cardoso não segurou a língua e ao falar da prefeitura de São Paulo, da disputa entre Gilberto Kassab e Geraldo Alckmim, que colocou Serra contra Alckmin, acabou falando de uma forma que pareceu definitiva na escolha do candidato do PSDB à presidência em 2010. O armistício foi para o ralo, entendeu Aécio. 
   Aécio não gostou do tom da entrevista porque achou que Fernando  Henrique já tratava Serra como candidato em 2010. E isso o enfraqueceria em Minas, onde há um grande movimento por uma eventual candidatura mineira à presidência em 2010. E começou a bombardear Serra aos amigos – o que chegou aos ouvidos do paulista. Num momento de irritação maior chegou a falar até em deixar o PSDB. Naqueles rompantes “já-não-aguento-mais-e-posso-ir-embora”.
    Serra esperou Aécio acalmar um pouco e agora foi a Minas demonstrar o prestígio do governador. Serra foi a Minas só para jantar com Aécio e disse que iria tratar de questões administrativas – assunto que é bastante caro ao mineiro que se vangloria da gestão “déficit zero”. Um gesto e tanto para Serra que também gosta de ser reconhecido como “o preparado para governar”.
     Aécio sabe que Serra está hoje na pole position para a campanha de 2010. Mas quer respeito, não aceita ser atropelado pelo estilão Serra. E, sempre que o assunto vem à tona, ele faz uma ameaça que pode ser fatal para qualquer candidato à sucessão de Lula. Ele diz que se Minas está com ele, onde conta com apoio de mais de 70% do eleitorado, nenhum candidato hostil a ele poderia vencer. E Minas é o segundo maior colégio eleitoral do país. Portanto, estar bem com Aécio já é uma boa caminhada à presidência. Serra, então, foi a Minas para tentar retomar o tal “armistício”.

PMDB agora quer ser discreto

ter, 29/01/08
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

     Há dias só se fala na disputa entre PT e PMDB pelos cargos de comando das empresas do setor de energia – a Petrobras e a Eletrobras. A briga continua. Mas o PMDB, agora, resolveu ser discreto. Foi só por causa disso que a reunião para tratar das nomeações, prevista para esta terça-feira com os ministros Edison Lobão e José Múcio Monteiro, foi cancelada. Os peemedebistas decidiram evitar o foto de todos no Planalto buscando cargos no governo.

      Mas a luta continua. O PMDB quer, sim, a presidência da Eletrobras, a diretoria Internacional da Petrobras e a presidência da Eletronorte. Mas quer tratar disso discretamente. E espera arrancar isso do governo já. O problema é que o partido não está unido em torno dos nomes já apresentados ao Palácio do Planalto, por meio do ministro José Múcio. E só o partido estando bem unido para derrubar a indicação do PT, defendida pela ministra Dilma Roussef.

      Os peemedebistas dizem que suas indicações são todas de nomes de técnicos, experimentados na áreas – com exceção do ministro Edison Lobão. Por isso, avalia que poderá desbancar os ocupantes dos cargos. O governo aproveitou esta pausa proposta pelo próprio PMDB para conversar com os padrinhos do que vão ser substituídos.

      – O governo não pode sair desse episódio com a base menor do que antes por conta de ressentimentos – é o que tem avisado o ministro José Múcio.

     A reunião da cúpula do PMDB com os ministros, prevista para hoje foi cancelada, mas Lobão deve ter conversas individuais com os peemedebistas que indicaram afilhados para os tais cargos.

O governo e a comissão de ética

ter, 29/01/08
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

    Neste mês de fevereiro será possível saber como o governo Lula vai tratar as sugestões que são feitas pela Comissão de Ética Pública, hoje presidida pelo ex-ministro Marcílio Marques Moreira.

    A primeira recomendação da Comissão não foi acatada pelo governo. Era a sugestão ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi, para que optasse entre o cargo de Ministro do Trabalho ou a função de presidente Nacional do PDT. Lupi continua acumulando os dois cargos e, ainda, participou do lançamento de candidatura do seu partido em horário de expediente.

     Agora, a Comissão recomendou à Controladoria Geral da União que investigasse os gastos feitos pela Ministra da Igualdade Racial, Martilde Ribeiro, durante o ano de 2007, num montante de R$ 171 mil – com despesas de hospedagem, alimentação e aluguel de carros em suas viagens. O governo diz que os gastos são normais e são feitos porque o Ministério da Igualdade Racial é recem criado e não tem estrutura nos Estados. Só que em 2007 Matilde gastou muito mais do que nos anos anteriores.

      A última recomendação da Comissão é aos ministros para que não aceitem convites para camarotes de empresas privadas neste Carnaval. O ministro Geddel Vieira Lima disse que aceitará todos os convites que receber na Bahia.

     Isso quer dizer o seguinte: as recomendações da Comissão de Ética Pública não estão tendo boa acolhida no governo. Nos bastidores o que se diz é que Marcílio Marques Moreira pode renunciar à função. O governo, então, indicaria alguém mais afinado com suas teses.

O duelo por cargos esquenta

seg, 28/01/08
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

Duas das principais estatais brasileiras, a Petrobras e a Eletrobrás, donas dos maiores orçamentos da administração, estão sendo disputadas palmo a palmo pelos dois principais partidos da coalizão de governo: o PT e o PMDB. Para não “vestir um santo e desvestir outro” é que a primeira das mudanças não foi feita nesta segunda-feira, na reunião do Conselho da Petrobras.

O PMDB esperava a aprovação do nome de Jorge Zelada para a Diretoria Internacional, em substituição a Nestor Cerveró, o que não ocorreu porque Cerveró, indicado pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS), tinha também o apoio do peemedebista Renan Calheiros. Renan se movimentou no fim de semana para preservar Cerveró na diretoria da Petrobras. Agora, a tentativa é que ele “abençoe” o nome de Zelada – para que a mudança seja efetivada.

Nesta terça-feira deve acontecer a tão esperada reunião do comando do PMDB com os ministros José Múcio Monteiro e Edison Lobão para sacramentar as nomeações de segundo escalão indicadas pelo PMDB. A principal delas é a indicação de Evandro Coura para a presidência da Petrobras, a pedido de José Sarney. Mas a ministra Dilma Roussef reage às mudanças e deseja manter a estrutura atual da empresa.

A briga vai esquentar. O presidente Lula recomendou aos ministros que atendam aos pedidos que forem pertinentes, mas rejeitem os excessos.

Sem acordo

qui, 24/01/08
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

     Quem anda conversando com tucanos de São Paulo ficam com uma certeza: não haverá acordo entre as alas de Geraldo Alckmin e José Serra.

    Serra já deixou muito claro que gostaria de apoiar a reeleição de Gilberto Kassab, do DEM, numa prévia de acordo para 2010. Alckmin só pensa nesta disputa.

    – Ninguém convence o Geraldo de nada – disse um tucano.

Desta forma, a conclusão que se tira é que os dois estarão na disputa – Kassab e Alckmin -. Para enfrentar o candidato do PT que, a esta altura, ninguém duvida que será mesmo Marta Suplicy.

O lanche foi fraco

qua, 23/01/08
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

Os ministros deixaram a reunião no Palácio do Planalto com fome ou azia por conta do lanche servido no horário do almoço. A qualidade do sanduíche servido foi criticada pelo próprio presidente Lula. Segundo um ministro, era um “pão de queijo murcho e um sanduíche de alface e tomate, molhado…”

Diante do buffet em que foi se servir, Lula contou do “período de dureza” que viveu quando era líder sindical e chegou a Alemanha com apenas 10 dólares para almoçar e teve de dividir uma lingüiça com um companheiro. E emendou:

- Nunca pensei que depois de me tornar presidente da República teria de encarar um sanduíche desses…

É….



Formulário de Busca


2000-2015 globo.com Todos os direitos reservados. Política de privacidade