O entrevero entre o presidente do DEM, Rodrigo Maia, e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, no jantar oferecido pelo senador Demóstenes Torres, foi bem pior do que se falou. Se a turma do deixa-disso não entrasse em campo, os dois poderiam ter ido às vias de fato – afirmaram alguns dos presentes à festa.
O diálogo áspero começou com o ministro Walfrido Mares Guia. Sabendo da irritação de Rodrigo Maia com as conversas da senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) com o governo, Walfrido disse que não havia nada de mais, nada de assédio, mas que, quando ele, Maia, quisesse conversar, que estaria à disposição. Rodrigo Maia disse o governo estava jogando pesado contra oposição. Foi quando Nelson Jobim, que conversava ao lado com o senador Jarbas Vasconcelos, entrou em campo para tentar equilibrar a conversa.
– Mas o seu partido também publicou uma nota indelicada comigo – começou dizendo.
A nota, com o título “O Canastrão e a Sucuri”, estava veiculada no blog do DEM e Rodrigo Maia disse que aquilo era feito por jornalistas contratadas pelo partido e que não censurava notícias. O clima esquentou quando Maia disse, ainda, que o governo estava insistindo em cooptar parlamentares do DEM, e citou que o Advogado Geral da União, Antonio Tófoli, havia dito no Supremo Tribunal Federal que o DEM iria ser “riscado do mapa”.
– Isso não é papel de um Advogado-Geral da União – disse Maia, já bastante irritado.
Roseana Sarney entrou na conversa, pediu que encerrassem a discussão e Maia saiu:
– É melhor ir embora – afirmou.
Foi quando Nelson Jobim disse que, se aquilo ocorresse no Rio Grande do Sul, Rodrigo Maia seria chamado de “Guri de Merda” – puxando no sotaque gaúcho.