A demissão de Waldir Pires

qua, 25/07/07
por Cristiana Lôbo |
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O ministro Waldir Pires fez questão que o Palácio do Planalto corrigisse a informação sobre sua saída do governo, deixando claro que ele foi demitido do cargo pelo presidente Lula para abrir a vaga para a entrada de Nelson Jobim. O Planalto vinha informando, de forma extra-oficial, que Waldir havia pedido para sair e entregue o cargo na manhã desta quarta-feira. O porta-voz da presidência, Marcelo Baumbach, informou, em comunicado oficial, que Lula decidiu pela troca porque precisava de alguém “com outro perfil” para o cargo.

Na verdade, a saída de Waldir fora definida pelo presidente Lula na semana passada, logo depois do acidente com o avião da TAM. O presidente avaliou com assessores que era preciso dar uma “sacudida” no setor. No ano passado, a saída de Waldir foi cogitada e em março deste ano, o mesmo Nelson Jobim foi convidado e não aceitou.

Jobim e Pires encontram Lula

qua, 25/07/07
por Cristiana Lôbo |
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Nelson Jobim e Waldir Pires estão neste momento no Palácio do Planalto. Os dois têm encontro com o presidente Lula.

Jobim na Defesa

qua, 25/07/07
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Nelson Jobim conversou ontem por quase duas horas com o presidente Lula no Palácio do Planalto e de lá já saiu como futuro ministro da Defesa. Ele já fora convidado para o cargo duas vezes – em março, quando Lula fez a composição do ministério do segundo mandato -, e na semana passada, logo depois do acidente da TAM, e recusou.

Ontem, ele foi mais uma vez convidado, por intermédio do ex-deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF) e, depois de dar o sinal verde, foi ao Planalto para a conversa com Lula. A posse deve acontecer ainda hoje.

O ministro Waldir Pires, que havia sido avisado de que poderia deixar o cargo, terá encontro com o presidente Lula nesta manhã e vai ali definir seu destino. Jobim terá carta branca para fazer mudanças em todo o comando do setor aéreo, inclusive a Infraero.

- Ao tomar posse, ele estará investido de todo o poder para comandar a área – disse há pouco um ministro.

O ingresso de Nelson Jobim no governo está sendo comemorado pela área administrativa e também pela política. Desde o início, ele foi a principal alternativa do presidente Lula para o Ministério da Defesa e passa a ser, também, um ganho político.

Sem acordo

ter, 24/07/07
por Cristiana Lôbo |
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O ministro da Articulação Política, Walfrido Mares Guia, participa das reuniões de governo em busca de solução para o caos aéreo, mas não deixa de lado sua tarefa principal – a de formar maioria para assuntos de interesse do governo.

Embora a emenda de prorrogação da CPMF ainda esteja na Câmara, ele já olha para o problema que pode ser sua aprovação pelo Senado. Por isso mesmo, já começou a conversar com senadores – a idéia é falar com todos – para garantir sua aprovação até o prazo de 30 de setembro.

Em suas conversas, ele tem dito que o governo não quer dividir os recursos da CPMF com Estados e Municípios. Mais, ainda, agora que o governo poderá ter despesa extra para reaparelhar aeroportos de São Paulo que irão receber passageiros que deixarão de voar por Congonhas.

Nada a declarar

ter, 24/07/07
por Cristiana Lôbo |
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Representantes do National Trasportation Safety Board (STNB), dos Estados Unidos, que receberam a caixa-preta do avião da TAM que explodiu em São Paulo há uma semana, para exame das causas do acidente, informaram às autoridades brasileiras que não serão repassados aos parlamentares brasileiros da CPI do Apagão que estão em Washington os resultados das investigações.

Esta informação foi transmitida pelas autoridades da Aeronáutica em reunião no Palácio do Planalto de ministros com o presidente Lula.

Governo deve remanejar R$ 2 bi do PAC para aeroportos

seg, 23/07/07
por Cristiana Lôbo |
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Governo deve remanejar R$ 2 bi do PAC para aeroportos

O governo avalia quais as alternativas disponíveis para desafogar o aeroporto de Congonhas, como anunciou o presidente Lula em pronunciamento à Nação na noite de sexta-feira. Durante mais de quatro horas de reunião no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira, os ministros da chamada Junta Orçamentária – Guido Mantega, da Fazenda, Paulo Bernardo, do Planejamento e Dilma Roussef, da Casa Civil, além de Waldir Pires, da Defesa-, comandados pelo presidente Lula, acertaram que será possível remanejar pelo menos R$ 2 bi do PAC, até 2010.

Estes recursos serão utilizados, prioritariamente, para obras em dois aeroportos de São Paulo: o de Cumbica, em Guarulhos, para a construção do terceiro terminal de passageiros; e no de Viracopos, em Campinas, onde será necessário construir uma segunda pista e também mais um conjunto de salas de embarque e desembarque de passageiros – esta, uma obra mais simples para estar pronta mais rapidamente. A avaliação do governo é a de que nenhuma dessas obras pode ficar pronta antes de um ano.

Na reunião, o presidente Lula disse que era preciso o governo concentrar energias para resolver o problema do setor aéreo para dar uma resposta à sociedade “e não deixar o assunto adormecer nas gavetas”. Por isso mesmo, ele convocou para a segunda etapa da reunião os comandantes de órgãos do setor aéreo: o brigadeiro Juniti Saito, Comandante da Aeronáutica, o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira; e o presidente da Anac, Milton Zuanazzi – praticamente, mais uma reunião do Conac, o Conselho Nacional de Aviação Civil, que o presidente Lula quer que se reúna sistematicamente durante o período da crise aérea.

Ficou acertado que o presidente da Infraero apresentará na próxima reunião estudos sobre as necessidades dos aeroportos de Cumbica e Viracopos, e eventualmente, outros que necessitem reformas como decorrência da redução do uso de Congonhas.

Além disso, a área econômica acelera os estudos para a abertura de capital da Infraero, como forma de o governo obter mais recursos para o setor aéreo. Isso, também, iria demorar ao menos um ano.

A procura de um ministro

seg, 23/07/07
por Cristiana Lôbo |
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O presidente Lula está a procura de um nome para substituir Waldir Pires no Ministério da Defesa. Porém, mais do que escolher um novo ministro da Defesa, que terá sob sua pasta os Comandos das três Forças, Lula quer alguém que possa comandar o setor aéreo brasileiro que, sem dúvida está em crise.

O crescimento do setor aéreo no Brasil tem sido de 20% ao ano e a malha aérea não está preparada para isso. O resultado tem sido crise nos aeroportos, nas companhias aéreas. Tudo isso somado aos dois acidentes aéreos de grandes proporções no período de dez meses.

Desde que aconteceu o acidente com o avião da Gol, em 29 de setembro do ano passado, a crise no setor aéreo tornou-se visível. No fim do ano, caos nos aeroportos por conta do overbooking praticado pelas companhias aéreas – venda de maior número de passagens do que de assentos nos aviões. Mas, até então, o presidente Lula dizia que não iria substituir Waldir Pires enquanto persistisse a crise. Ele alegava que tinha respeito pela biografia política do ministro e não queria dar um atestado de incompetência administrativa a ele.

Agora a situação mudou. Lula percebeu que a crise extrapola o Ministério da Defesa e o setor aéreo e já começa a resvalar na imagem dele e do governo como um todo. E, assim, decidiu buscar um novo ministro para comandar o setor aéreo – o Ministro da Defesa é o presidente do Conselho Nacional da Aviação Civil (Conac) que deve assumir papel mais relevante, agora, com reuniões semanais neste período de crise.

O presidente Lula teve longa conversa com o ex-presidente do STF, Nelson Jobim, para sondá-lo a ocupar o cargo. Jobim declinou. Há alguns meses, a mesma sondagem foi feita e Jobim também recusou, alegando resistências de sua mulher, Adrienne.

Semana difícil, diz Lula

sáb, 21/07/07
por Cristiana Lôbo |
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Em conversas com amigos, o presidente Lula desabafou que a semana que se encerra foi uma das mais difíceis de seu governo. Começou ainda sob o impacto das vaias na abertura do Pan (na sexta-feira, 13), na segunda-feira ele comentou o assunto no programa de rádio, na terça-feira foi o dia do acidente com o avião da TAM que deixou quase duas centenas de mortos e, na quinta-feira, o assessor Marco Aurélio Garcia levou o governo de novo à berlinda quando foi flagrado por um cinegrafista em seu gabinete no Palácio do Planalto fazendo gestos impróprios.

– “A situação não está fácil”, disse ele, indicando que considerava uma das mais difíceis enfrentadas no governo e que decidira não comparecer ao enterro de Antonio Carlos Magalhães. Ele havia comparecido a dois velórios, o de Leonel Brizola, onde foi vaiado, e no Miguel Arraes, onde foi aplaudido. Alegando que ainda se recuperava da cirurgia no olho para a retirada de um terçol, Lula decidiu não ir à Bahia.

Amigos e auxiliares lembraram a Lula que ele já havia superado momentos piores – como em 2005, durante a crise do mensalão. Naquela ocasião, o governo era acusado de envolvimento em casos de corrupção e ele foi obrigado a afastar o principal assessor, o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. Lula conseguiu atravessar as dificuldades e recobrou forças para sua campanha à reeleição.

Agora, a situação é diferente. Ele está com alta popularidade, o governo tem boa aprovação, mas está sob críticas de gestão, em especial, na área do setor aéreo. A oposição critica a gestão do governo do PT desde o primeiro mandato, mas isso ficou bem visível no setor aéreo depois de dois graves acidentes com aviões que provocaram pelo menos 346 mortes. O governo está em xeque, justo num momento de boas notícias na economia e na política – isso é o que preocupa o presidente Lula e seus assessores: que a crise aérea afete a sua popularidade.

E deve afetar mesmo. Depois de todas as medidas anunciadas – que aliás, poderiam ter sido elaboradas antes e já providenciadas – os problemas no setor aéreo persistem. O sábado foi de caos em quase todos os aeroportos brasileiros. Vôos que vinham do exterior foram obrigados a voltar. Isso provoca insegurança nos passageiros e, também, afeta a imagem do Brasil no exterior.

A política sem ACM

sex, 20/07/07
por Cristiana Lôbo |
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Antonio Carlos Magalhães morreu e com ele se encerra um jeito de fazer política. A política na Bahia, com certeza, nunca mais será a mesma. Seu grupo político que dominou o estado por muitos e muitos anos experimenta, agora, a primeira derrota tripla: no governo municipal, no estadual e no federal. O amálgama que os unia era ACM. Agora, tudo indica que o racha iniciado já na campanha de 2006 vai se aprofundar.

No Senado Federal também ficará um vazio. Antonio Carlos Magalhães sabia polemizar e até impor discussões de temas de seu interesse. É claro que, com o tempo, foi se enfraquecendo, perdendo a capacidade de gerar fatos e notícias. O último grande lance dele foi impor ao governo (na época Fernando Henrique Cardoso) a criação do Fundo de Combate à Pobreza – uma atuação, sem dúvida, importante pois este fundo até hoje abastece os programas sociais do governo.

Todo jornalista que vive em Brasília tem uma passagem para contar sobre Antonio Carlos Magalhães. Acho que três episódios traduzem o estilo e o temperamento dele. O primeiro, logo após a vitória de Fernando Henrique Cardoso e ele, um aliado muito importante na ocasião, tinha poder para fazer e tirar ministro. Na ocasião, perguntei se ele poderia indicar o economista Daniel Dantas para o Ministério da Fazenda – naquele momento, Daniel Dantas se tornava conhecido pela inteligência, a capacidade de dar lucro ao então empregador (Grupo Icatu) e havia dado sugestões a Fernando Collor. ACM foi rápido:

– Não, o Daniel Dantas é hoje um famoso economista. Mas ele sabe ganhar dinheiro, cuidar da coisa pública é diferente…

Já eleito senador, ACM reagiu fortemente à ação do Banco Central de Fernando Henrique de desapropriar o Banco Econômico. Ele fora vendido pelo valor simbólico de R$ 1 real – o que, na prática, significava a liquidação do banco. ACM foi em marcha ao Palácio do Planalto e, ali, demonstrou, para sempre, que só se norteava pelo interesse da Bahia. Brigou com o governo aliado para defender a Bahia. Ficou a marca, mas ele não conseguiu reverter a decisão do Banco Central.

Num terceiro episódio, ACM divergia sempre do comando de seu partido, o PFL. O então presidente Jorge Bornhausen resolveu convidar o então senador Gilberto Miranda para se filiar à legenda. ACM não gostou e quando soube que tudo havia sido arquitetado num jantar na véspera, saiu com uma frase que ficou conhecida:

– Jantar ao qual eu não vou, não vale.

Três episódios que traduzem o que foi ACM na política, em Brasília: perde o aliado, mas não deixa a Bahia; sabe formar equipe de governo; e mão de ferro na política. Não se fará outro ACM nem na Bahia nem em outro Estado. O Brasil é outro e a política também.

Alencar no enterro de ACM

sex, 20/07/07
por Cristiana Lôbo |
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O presidente Lula não deve comparecer ao enterro do senador Antonio Carlos Magalhães, em Salvador, no fim da tarde de sábado. Ele já designou o vice-presidente José Alencar para representá-lo no funeral. ACM será velado no Palácio da Aclamação e enterrado ao lado do filho, Luis Eduardo Magalhães, morto em 22 de abril de 1998.

Daqui a pouco, embarcam para São Paulo no avião presidencial os senadores Renan Calheiros, José Sarney e Edison Lobão para buscar o corpo de ACM e levá-lo até Salvador. A cessão do avião presidencial foi uma deferência do presidente Lula a pedido do amigo Sarney.



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