Paraíba pode ter nova eleição
Caso o Tribunal Superior Eleitoral confirme a decisão do TRE da Paraíba, que cassou o mandato do governador Cássio Cunha Lima, a Paraíba pode realizar novas eleições para o governo local. É que, na opinião de pelo menos dois ministros do TSE, há a compreensão de que o preceito constitucional segundo o qual o governador deve obter a maioria absoluta dos votos, não se aplica ao segundo colocado na disputa, o senador José Maranhão (PMDB). O próprio Maranhão, depois de anunciada a decisão do TRE, recomendou cautela e não quis comemorar uma possível chegada ao poder.
A decisão do TRE da Paraíba, por cinco votos contra um, foi pela cassação do mandato do governador e seu imediato afastamento do cargo e a posse do segundo colocado na disputa, o senador José Maranhão. Cunha Lima, porém, recorreu ao TSE, pedindo que seu afastamento só seja determinado depois de o TSE julgar em definitivo o caso. Esse pedido, conforme fontes do TSE, deve ser atendido. Já existiria no tribunal jurisprudência neste caso. O TSE prefere manter o ocupando do cargo até a decisão final a dar posse a um substituto que pode correr o risco de não ser o ocupante do cargo. Neste caso, se o TSE mantiver o afastamento de Cássio Cunha Lima e decidir por novas eleições, assumiria o governo interinamente o presidente da Assembléia Legislativa.
Caso seja mesmo cassado e convocadas novas eleições no Estado, Cássio Cunha Lima não poderá disputar o governo. O TSE também firmou jurisprudência estabelecendo que aquele que é o agente da necessidade de se realizar novas eleições, não pode disputar a seguinte. Seria o mesmo caso de Joaquim Roriz no Distrito Federal. Caso o TSE decida que toda a chapa de Roriz ao Senado estava contaminada pelo abuso do poder econômico e convoque novas eleições para o Senado no Distrito Federal, Roriz não poderá disputá-las.
Cássio Cunha Lima não é o único governador que responde a processo na Justiça Eleitoral. Outros seis também estão com suas eleições questionadas na Justiça, por razões diferentes. São eles: o de Sergipe, Marcelo Deda (PT); o do Maranhão, Jackson Lago (PDT), o de Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), o de Santa Catarina, Luiz Henrique (PMDB), o de Rondônia, Ivo Cassol (PSDB) e o de Roraima, Otomar Pinto (PSDB).