O esforço de Lula

sex, 29/06/07
por Cristiana Lôbo |
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O presidente Lula tem demonstrado disposição de ajudar Renan Calheiros a escapar do julgamento pelo Conselho de Ética no Senado. Ele tem sugerido a seus amigos governadores que telefonem e façam visita de solidariedade a Renan. Lula argumenta que por trás das denúncias contra o presidente do Senado pode estar o desejo da oposição de presidir a Casa.
Ele afirma, ainda, que o caso deve seguir para investigação na Justiça, e não pelo Senado.

Lula tem conversado não só com governadores de partidos aliados. Alguns de partidos de oposição também estão recebendo mensagens do presidente.

Suplicy não sai

sex, 29/06/07
por Cristiana Lôbo |
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Desde de o início do funcionamento do Conselho de Ética o senador Eduardo Suplicy demonstrou que iria ter comportamento independente -se levar em consideração o fato de Renan ser aliado do PT no apoio ao governo Lula. Já naquela ocasião, alguém pensou em substituí-lo no Conselho, de modo a dar maioria aos aliados. Mas ele reagiu, afirmnado:

– Quem quiser o meu lugar vai ter de disputar a eleição em São Paulo -.

***

É curiosa a composição do Conselho de Ética. O Estado de Roraima, por exemplo, tem dois senadores titulares e um suplente: Augusto Botelho (PT) e Fátima Cleide (PT) e, ainda, Romero Jucá (PMDB) que é suplente de sua bancada.

O PMDB optou por indicação de senadores de Estados pequenos, como Roraima, Rondônia e Amapá e Tocantins – além de um de Minas, que é suplente do ministro Hélio Costa. São membros do Conselho Gilvam Borges, (PMDB-AP) e Leomar Quintanilha (PMDB-TO), além de Wellington Salgado (PMDB-MG) e Valdir Raupp (PMDB-RO).

PMDB cobra apoio e fala da “governabilidade”

qua, 27/06/07
por Cristiana Lôbo |
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O senador Renan Calheiros e seus amigos mais próximos do PMDB estão conversando com aliados do PT e do governo para mostrar a importância de o partido de Lula estar ao lado do presidente do Senado que passa por investigação no Conselho de Ética. O primeiro passo do grupo foi pressionar pela saída de Sibá Machado da presidência do Conselho de Ética. Sibá estaria “independente demais”, conforme um peemedebista. O argumento é o de que Renan tem forte comando sobre a bancada do PMDB, a maior do Senado, e uma eventual derrota dele poderia deixar marcas na bancada e colocar em risco a governabilidade do país.

– Sem o PMDB no Senado, tudo aqui pára – disse um peemedebista.

Até o senador José Sarney, o mais vistoso aliado de Renan, tem conversado com petistas para falar da importância de Renan ser preservado para garantir a governabilidade. O próprio Renan Calheiros teria ido nesta manhã ao Palácio do Planalto.

O senador Aloízio Mercadante (PT-SP), que chegou de viagem nesta quarta-feira, também já fala da importância da governabilidade – mas, por enquanto, em conversas reservadas com senadores.

Nesta quarta-feira, Renan retomou a rodada de telefonemas a colegas para reafirmar que não pretende se afastar da presidência do Senado e tampouco do cargo de senador. Ele tem dito que quem o aconselha nesse sentido, não o conhece bem. Seus assessores afirmam que Renan tem seguido o conselho de Jader Barbalho que passou pelo mesmo problema na presidência do Senado. E que Jader atesta que, ao deixar a presidência da Casa, perdeu todos os aliados, e não lhe restou outro caminho que não fosse a renúncia.

Sibá vai à tribuna

qua, 27/06/07
por Cristiana Lôbo |
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O senador Sibá Machado (PT-AC) passou a manhã trancado em seu gabinete com sua assessoria definindo o tom do discurso que fará da tribuna nesta tarde. Ele prometeu explicar as razões de sua renúncia à presidência do Conselho de Ética.

Segundo uma pessoa próxima, Sibá vai falar “nas entrelinhas” sobre a pressão que teria sofrido dos aliados na condução dos trabalhos do Conselho de Etica. Sem querem bater de frente com o PMDB, Sibá não quer ser responsável por colocar em risco a governabilidade – que é garantida pela bancada peemedebista.

– Mas o jogo é pesado e tratoraram o Sibá – disse a fonte.

Agitação na Casa

qua, 27/06/07
por Cristiana Lôbo |
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É grande a agitação no Senado por conta da renúncia de Sibá Machado à presidência do Conselho de Ética, o que gerou um impasse na Casa, ainda sem perspectivas de solução. Há várias teses sendo propostas.

Uma, que prega uma discussão de fundo sobre o processo de investigação interna sobre colegas – remetendo o processo para o Supremo Tribunal Federal que teria de ser mais ágil na punição. Vale lembrar, contudo, que são raríssimas as punições impostas pelo STF a políticos.

O senador Aloízio Mercadante (PT-SP) observa que não há Parlamento em que haja forma semelhante à brasileira em que o parlamentares julgam e punem um colega até com a perda do mandato.

Já o senador Jefferson Peres (PDT-AM) não vê impasse algum. Para ele, basta o vice-presidente do Conselho de Ética, Adelmir Santana, assumir e tomar as providências necessárias, com base no regimento, e convocar uma eleição para a escolha do presidente. E o PMDB, que está com um representante a menos em função da renúncia à vaga feita pelo senador Valter Pereira, teria de indicar um outro senador – alguém de respeitabilidade, diz Peres.

Apoio geral

qua, 27/06/07
por Cristiana Lôbo |
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Os depoimentos na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, que acontecem neste momento, não deixam dúvida: a indicação de Antonio Fernando de Souza para um segundo mandato como procurador-geral da República será aprovada com facilidade. A dúvida é se será ou não por unanimidade, em plenário.

Antonio Fernando de Souza ganhou alguns adversários por conta dos processos que propôs abertura, como o que chamou de “organização criminosa” – referindo-se ao grupo que esteve envolvido no caso do mensalão.

A indicação da comissão de Constituição e Justiça deve ser aprovada hoje e, provavelmente, à tarde, deve ser submetida ao Plenário do Senado.

Sibá cumpriu a ameaça

ter, 26/06/07
por Cristiana Lôbo |
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O senador Sibá Machado (PT-AC) ameaçou renunciar à presidência do Conselho de Ética já na segunda-feira, quando voltou de viagem ao Acre. Seus amigos contam que, tal como senadores do Sul e Sudeste, Sibá, no longínquo Acre, também foi cobrado por eleitores e militantes do PT. Nesta terça, cumpriu a promessa e deixou o cargo, quando sentiu que lhe faltava apoio no PT e também no PMDB para conduzir o processo sobre Renan no Conselho de Ética.

Ele havia participado de reunião da bancada do PT, onde colegas cobraram que o partido estava pagando preço alto demais para tê-lo na presidência.

Mas, agora, terá de colocar alguém no lugar – será Ideli Salvatti – que deve dar o voto a Renan Calheiros, coisa que Sibá não precisaria fazer como presidente. O presidente do Conselho de Ética só vota se houver empate.

O PMDB também não estava gostando nem um pouco do que chamou de “excesso de independência” de Sibá que incorporou a idéia de investigação das notas apresentadas por Renan ao Conselho, solicitando a ajuda da Polícia Federal.

Resumo da ópera: Sibá se afastou do cargo porque não tinha apoio para conduzir o processo na forma como gostaria e porque sua atuação estava sendo questionada. Mas, ao deixar a vaga, ele ajuda Renan porque a substituta, Ideli Salvatti, está comprometida com o presidente do Senado.

A menos que o mundo vire de cabeça para baixo.

O grupo de Renan quer fazer outras substituições no Conselho para garantir maioria e interromper o processo logo no Conselho de Ética. Na mira está o senador Augusto Botelho (PT-RR), que também tem se manifestado pelo aprofundamento das investigações.

O bate-cabeça no Senado

ter, 26/06/07
por Cristiana Lôbo |
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O caso Renan no Conselho de Ética está provocando estanhamentos entre amigos e aliados no Senado. Na mira está o senador Sibá Machado (PT-AC) que, na opinião de peemedebistas, está independente demais. Sibá tinha a prerrogativa de escolher o relator do caso, a partir da renúncia de Wellington Salgado (PMDB-MG), mas preferiu consultar o PMDB. Sem encontrar quem aceite a missão, ele deu o ultimato: vai colocar em votação nesta quarta-feira o parecer de Epitácio Cafeteira (PTB-MA) que propõe o arquivamento do processo contra Renan.

O PMDB não gostou. Nesta tarde, o parecer de Cafeteira seria rejeitado por pelo menos oito votos, segundo cálculos de aliados de Renan, entre eles, o de três de senadores da base governista, portanto, aliados do presidente do Senado. São eles: Renato Casagrande (PSB-ES), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Augusto Botelho (PTR-RR) – os mesmos três que na sexta-feira, dia 18, propuseram o aprofundamento das investigações sobre o caso Renan.

Nesta tarde, Sibá ameaçou renunciar à presidência do Conselho de Ética. Isso aconteceu depois de uma reunião da bancada do PT que avaliou que o partido está pagando preço muito alto por seus representantes no Conselho, entre os quais, Sibá como seu presidente. “O Conselho de Ética está sendo exovalhado”, disse o senador Tião Viana. As cobranças do eleitorado do partido são crescentes, mirando especialmente em Sibá, embora, agora se perceba que ele está mais independente do que gostaria o grupo de Renan.

– Sibá ganhou vida própria – brincou um aliado, resumindo a independência do presidente do Senado.

Os aliados de Renan identificam dificuldade para ele vencer no Conselho de Ética, neste momento, em que o caso ganhou a opinião pública. Vale lembrar, que lá o voto é aberto. Mas alimentam expectativa de que o caso chegar ao plenário – e o mais rapidamente possível – ele vencerá. No plenário, o voto é secreto.

A proposta que surge é a divisão do caso: vota-se o parecer de Cafeteira, que deve ser rejeitado. Depois, serão colocados em votação os “votos em separado” já apresentados – pelo PSDB, pelo senador Demóstenes Torres, pelo senador Jefferson Peres e também o voto no senador peemedebista, Valter Pereira. O parecer aprovado terá seu autor designado como relator. Isso quer dizer que, provavelmente, Renan tenderia a perder no Conselho de Ética.

É aí que surge a idéia de dividir o caso: o Conselho iria analisar o processo de Renan com base na representação feita pelo PSOL – se houve ou não pagamento de despesas pessoais do senador pela empreiteira Mendes Junior – e o restante da documentação seguiria para a Mesa do Senado, que é o órgão capaz de decidir se é necessário ou não pedir investigações pela Polícia Federal. A tese deste grupo é a de que o Conselho não poderia ter pedido ajuda à PF – não teria autoridade para isso, o que só cabe à Mesa.

Renan, sem se afastar da presidência, se declararia impedido de votar em tal matéria – se o processo deve ou não ser enviado ao Supremo Tribunal Federal. A Mesa poderia decidir não dar prosseguimento ao caso; ou enviar ao STF que, provocado, iniciaria a investigação, tal como já existem tantas por lá.

Tudo isso são conjecturas feitas no Senado nesta tarde. Mas ninguém sabe exatamente o que poderá acontecer na sessão de amanhã do Conselho de Ética, que vai se reunir sob a ameaça de renúncia de seu presidente.

A força de Lula vai além…

ter, 26/06/07
por Cristiana Lôbo |
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A pesquisa CNT-Sensus, divulgada esta manhã, mostra que o presidente Lula tem 64% de aprovação popular – mais do que a aprovação do governo, que é de 47%. Pesquisa recente feita pelo PSDB mostra um pouco mais do que isso: diz que se Lula resolvesse disputar um terceiro mandato, seria eleito.

Este foi o ponto que mais chamou a atenção dos tucanos que encomendaram a pesquisa para saber como devem se posicionar daqui em diante. Ficou claro para eles que não deve ser feita uma oposição ferrenha centrada no presidente Lula. Afinal, Lula seria reeleito para um terceiro mandato, e como não poderia disputar (a menos que seja aprovada emenda constitucional neste sentido), Lula seguramente será um importante cabo eleitoral na disputa de 2010. Um candidato com o apoio explícito de Lula teria, pelo menos, conforme a avaliação recebida pelos tucanos, algo em torno de 20% das intenções de voto. Ou seja, estaria com vaga garantida no segundo turno.

Mas a pesquisa encomentada ao Ibope pelo PSDB não traz apenas notícias negativas. Aponta, também, uma brecha para um candidato de oposição. Quando a pergunta é: “se Lula estiver fora do páreo, o senhor votaria num candidato de oposição que demonstrasse capacidade de fazer melhor do que está sendo feito?” A maioria disse que sim. Ou seja, quem quiser ser candidato à sucessão de Lula tem de, desde já, demonstrar capacidade de fazer melhor pela população. Neste quesito, três tucanos aparecem: José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves. Os três têm avaliação positiva, conforme a pesquisa.

Até para não estimular a disputa interna, a pesquisa do PSDB não fez consultas específicas sobre os três tucanos – Serra, Alckmin e Aécio. Mas avaliou o conhecimento de cada um deles e, na frente, ficou José Serra, seguido de Alckmin e, em terceiro, Aécio Neves, que demonstrou baixo conhecimento nas regiões Sul e Nordeste – o número de questionários sem resposta nestas regiões induz a esta avaliação.

A pesquisa tucana, feita para nortear o programa político do PSDB que já foi ao ar, mostrou que a população reconhece a paternidade da estabilidade econômica como sendo de Fernando Henrique Cardoso e também reconhece o trabalho de FHC na área de saúde, mas os programas sociais, que começaram no governo tucano, é visto como obra de Lula.

O governo Lula é bem avaliado nos quesitos programas sociais e emprego. E é mal avaliado quando o assunto é segurança pública, corrupção e saúde. No caso da corrupção, há um aspecto interessante: o governo Lula é associado à corrupção, mas, ao mesmo tempo, associado ao combate à corrupção. Pesquisa encomendada pelo Democratas mostrou o mesmo resultado sobre os pontos positivos e negativos do governo Lula.

Fernando Henrique Cardoso tem sua avaliação bem abaixo da avaliação de Lula, mas, segundo a pesquisa dos tucanos, está hoje melhor do que no tempo em que deixou o governo.

Airritação de Sibá

seg, 25/06/07
por Cristiana Lôbo |
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Depois de uma rápida conversa com Renan Calheiros, na tarde de hoje no Senado, o senador Tião Viana (PT-AC) saiu apressado para um encontro com o colega e conterrâneo Sibá Machado.

Tinha a missão de dissuadir Sibá de deixar o Conselho de Ética.

Sibá anda irritado com colegas – aliados e também da oposição. Aliados, querem pressioná-lo a fazer o processo de uma forma que ele não gostaria, apressando o passo; e os da oposição, com críticas pela demora até na escolha do relator.

Nesta terça-feira, Sibá, com o PMDB, deve anunciar o novo relator do processo sobre Renan Calheiros.



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