Disputa a vista

qui, 28/12/06
por Cristiana Lôbo |
categoria Todas

A cada dia que passa, torna-se mais provável disputa entre Aldo Rebelo (PC do B) e Arlindo Chinaglia (PT) pela presidência da Câmara. Tudo o que o presidente Lula queria evitar. Porém, o PT não parece recuar, alegando ter o apoio e a chancela do maior partido, o PMDB; e Aldo Rebelo, pressionado pelos partidos que o apóiam, também vai ficando sem margem para retirar seu nome da disputa. A cada movimento do PT, como a carta ao PMDB propondo aliança, obriga Aldo a dar um passo adiante. E, assim, as duas candidaturas vão se tornando irreversíveis.

Nesta quinta-feira, Aldo se reuniu com os partidários de seu candidatura e, mais uma vez, foi pressionado e garantiu que vai “até o fim”. Ele disse que não gosta dessa expressão “até o fim”. Ele diz que vai “até a vitória”. E está contabilizando apoios. Nesta reunião, foi feito um mapeamento de votos – coisa que os governistas sabem e adoram fazer – e concluíram que Aldo poderia chegar a 289 votos. Esta marca poucos alcançaram. O próprio Aldo, no ano passado, foi eleito com 268 votos. Michel Temer, em 97, ganhou com apenas um voto a mais do que o necessário. Essas disputas, portanto, são sempre acirradas. O que não foi o caso de Severino Cavalcanti que ganhou com exatos 300 votos – uma situação completamente atípica.

O presidente Lula tem tentado evitar a disputa, mas não quer se envolver – ou parecer que está envolvido – diretamente no assunto. Ele pediu a seu partido, o PT, que se entenda com os demais aliados para lançar um único candidato – e que o nome esteja escolhido até o dia 15 de janeiro. Este é o dia que ele voltará de férias e começará a tratar da composição do ministério do segundo mandato. Não deve haver, segundo o ministro Tarso Genro, uma data para o anúncio de toda a equipe. Pelo que tem dito o presidente Lula a seus auxiliares, à medida em que for definindo os nomes, ele poderá fazer o anúncio. Deve ser, portanto, uma equipe a conta-gotas.

Tem gente que garante ter ouvido de Lula a afirmação de que poderá escolher ou Chinaglia ou Aldo para o Ministério da Defesa. Seria uma forma de resolver o problema. O curioso é que, com o andar das campanhas, Chinaglia vai se tornando o candidato do PT e do governo; e Aldo, o candidato da Casa, apoiado pelas oposições, com discurso de fortalecimento de Estados e Municípios – já que deverá obter apoios de prefeitos e governadores.

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3 Comentários para “Disputa a vista”

  1. 1
    Anônimo:

    Acho que a re-eleição de Aldo (PCdoB-SP) representa não só a candidatura mais honesta nesse momento para o Brasil, mais também representa tanto para LULA quanto a oposição a candidatura do bom senso, será um passo a frente para que a próxima gestão da casa dos deputados feche um projeto político para o País e com isso evitar o risco de fechar o Brasil por motivos de troca de forças políticas que a curto tempo não fazem com quê as pautas tenham andamento, precisamos de uma candidatura que possa andar tanto nos corredores dos gabinetes da direita como no da esquerda, uma candidatura do PT representaria o contrário e possívelmente travaria a casa no seu andamento, por esse motivo peço Aldo (PCdoB-SP) presidente.

  2. 2
    Sonia Saldanha:

    Penso que o PT precisa se fortificar para esse segundo mandato. acho o nome do Tarso um bom nome para a Câmara, mas concordo com o presidente que deve haver um nome de consenso.

  3. 3
    Rafael Alves Machado:

    Aldo Rebelo ficou extremamente desgastado com fatídico aumento de 91% para os parlamentares , ele até poderá ganhar a presidência da câmara porém a opinião pública não o aceitará e isto não é bom para os parlamentares .
    Rafael 30/12/06



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