seg, 10/03/14
por Gerson Camarotti |
Caciques peemedebistas avaliaram neste domingo no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente, que esta é a última oportunidade para definir o espaço do PMDB tanto no governo Dilma como também nas eleições de 2014. Isso aconteceu depois que Dilma demonstrou resistência em ampliar o espaço do partido em conversa que teve com o vice, Michel Temer.
Alguns avaliam que o partido, a esta altura do campeonato, não terá outra opção a não ser seguir com Dilma. Argumentam que o partido hoje tem a vice-presidência e um espaço significativo no governo.
Mas essa não é uma posição unânime dentro do PMDB. Outro grupo avalia que neste momento o que vale é a sobrevivência do partido e que o mais importante é ampliar as bancadas na Câmara e no Senado, além de tentar conquistar o maior número de governos estaduais.
Para o Palácio do Planalto, o que está em jogo é o tempo de televisão do PMDB, segundo maior partido da aliança governista, atrás apenas do PT. O único temor de articuladores políticos da presidente Dilma é que o PMDB fique neutro, como na disputa de 1998, quando o tempo do partido ficou repartido entre os demais candidatos.
Hoje Dilma tem cerca de 12 minutos na televisão e o PMDB contribui com mais de um quarto desse total.
Outra possibilidade seria o PMDB apoiar o candidato Aécio Neves, do PSDB, mas esse é um cenário considerado hoje mais remoto pelo Planalto.
Na disputa pelo sexto ministério para o partido, o que o PMDB tenta é aproveitar a oportunidade para se impor, porque avalia que o PT tem asfixiado todos os instrumentos do partido dentro do governo. A cúpula do PMDB avalia que os petistas trabalham para desidratar a bancada peemedebista na próxima legislatura.
O PMDB considera ainda que se não conseguir ampliar o espaço no governo neste momento, em que Dilma precisa do tempo de TV do partido, não terá condições de conseguir esse objetivo em um eventual segundo mandato da presidente.
Publicado às 10h27.
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sex, 07/03/14
por Gerson Camarotti |
Surpreendido pela declaração do presidente do PT, deputado estadual Rui Falcão, de que o PMDB não ganhará um novo ministério, o presidente da legenda, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), reagiu. “Como o PT só tem 17 ministérios, pode ficar com os cinco ministérios do PMDB”, rebateu Raupp em conversa com o Blog. “Não estamos pedindo ministério. Essa é uma decisão da presidente Dilma”, completou.
Por solicitação do ex-presidente Lula, Raupp tenta atuar como bombeiro na crise instalada entre o PT e o PMDB. Hoje, ele voltou a conversar com Lula por telefone. Na conversa, o ex-presidente disse que falaria com Dilma antes da reunião que está prevista para acontecer no domingo entre a cúpula peemedebista e a presidente.”Lula está tentando ajudar”, explicou o senador.
Raupp demonstrou contrariedade ao ser informado por peemedebistas da entrevista em que Rui Falcão afirmou que o governo está decidido a não ceder à reivindicação do PMDB de ampliar sua participação no ministério. “O que Rui Falcão falou não ajuda. Pelo contrário. Isso vai azedar a relação entre o PT e o PMDB”, desabafou Raupp.
Publicado às 18h17
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qui, 27/02/14
por Gerson Camarotti |
Causou surpresa no governo o programa de televisão do PMDB veiculado na noite desta quinta-feira. No Palácio do Planalto, chamou atenção o fato de o principal partido aliado não ter feito uma aposta explícita no governo Dilma Rousseff, já que tem o vice-presidente Michel Temer na chapa.
No PMDB, a constatação é de que foi proposital fazer um programa enigmático ao sugerir aos telespectadores que façam “escolhas” sem citar nominalmente Dilma ou o governo. Cresce no partido a ala que defende a neutralidade da sigla no palanque nacional.
O programa que ignora Dilma foi ao ar no momento em que o partido está rebelado por causa da resistência da presidente em ceder um sexto ministério aos peemedebistas. Hoje, a bancada da Câmara mandou um recado ao Planalto: o partido não aceita ser “barriga de aluguel” na reforma ministerial para uma solução apresentada por Dilma.
A cúpula peemedebista está incomodada com a insistência de Dilma em querer impor o nome do líder no Senado, Eunício Oliveira (CE), para o Ministério da Integração Nacional. O PMDB ficou contrariado com a proposta do Planalto de indicar um empresário “amigo do governo” para o Ministério do Desenvolvimento na cota do partido.
Publicado às 21h53
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sex, 21/02/14
por Gerson Camarotti |
Interlocutores da presidente Dilma Rousseff apostam que a crise na base aliada com o Palácio do Planalto já tem data para terminar. E que tudo será pacificado com o fim da reforma ministerial que está em curso. Essa avaliação foi feita com os sinais de rebelião da base aliada na Câmara, que decidiu formar um superbloco com vários partidos e cerca de 250 deputado, como antecipou o Blog na quarta-feira (19).
Em Roma, ao ser questionada por jornalistas sobre a criação do superbloco na Câmara com uma postura de independência ao governo, Dilma foi cautelosa. “Olha, meu querido, eu acho que tem muito de especulação isso. E eu não vou de fato me manifestar sobre especulação. Você está dizendo. Vamos ver o que acontece de fato”, disse a presidente.
A constatação no governo é que, até lá, o PMDB tentará se cacifar junto aos demais partidos aliados. “Mas isso é chuva de verão. Com os interesses conflitantes, isso não vai longe. É o tempo da reforma ministerial. Afinal, o PROS tem interesse no Ministério da Integração Nacional. O PR e o PP não devem abrir espaço para o PMDB. Cada partido tem seus próprios interesses. Há disputa pelos mesmos espaços. Não dá para todo mundo ajudar o PMDB”, observou esse interlocutor da presidente. “Por isso, é remoto um desembarque dos partidos da base”.
O governo reconhece que, enquanto isso, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e o líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), devem aproveitar o ambiente de insatisfação para aumentar o cacife do partido na Câmara. Mas o Palácio do Planalto conta com o apoio da base aliada no Senado para barrar qualquer movimento para derrotar Dilma em votações importantes. “O Senado deve segurar qualquer tipo de pressão da Câmara”, ressaltou essa fonte.
“Volta, Lula” tem relação com ausência de cargos
Ao mesmo tempo, integrantes do governo também estão atentos à insatisfação da bancada do PT na Câmara. Para o governo, o movimento de petistas pelo “Volta, Lula” está relacionado com a falta de espaço de parlamentares no Executivo. “Essa insatisfação do PT tem relação com a ausência de cargos”, reconheceu esse interlocutor.
Publicado às 18h51
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qua, 19/02/14
por Gerson Camarotti |
Depois de ter marcado uma conversa para esta quarta-feira (19) com o vice-presidente Michel Temer (PMDB) para tratar de reforma ministerial, a presidente Dilma Rousseff cancelou o encontro.
Dilma alegou que por problemas de agenda só poderia conversar com Temer depois de uma rodada de viagens que fará ao Rio Grande do Sul, Vaticano e Bruxelas (Bélgica).
A cúpula do partido esperava com expectativa o resultado do encontro de hoje. O adiamento da agenda gerou forte desconforto.
Publicado às 17h27
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qua, 19/02/14
por Gerson Camarotti |
Partidos da base governista articulam a criação de um bloco informal na Câmara para atuar em conjunto. Esse bloco pode contar com até 250 deputados.
Entre os partidos que já sinalizaram positivamente com a criação do bloco estão o PMDB, o PP, o PTB e o PROS. A ideia tem o aval direto do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
A bancada do PT não será chamado para fazer parte desse bloco. O objetivo dessas bancadas é ter uma posição de força em relação ao Palácio do Planalto.
A maioria dos deputados aliados estão insatisfeitos com a relação política com o governo Dilma. Isso ficou explicitado recentemente com as tratativas para a reforma ministerial. Até o momento, nenhuma bancada da Câmara conseguiu emplacar um nome no primeiro escalão.
Publicado às 9h32
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seg, 17/02/14
por Gerson Camarotti |
Há duas semanas, o PMDB se transformou no maior pesadelo da presidente Dilma Rousseff. O principal partido aliado iniciou uma rebelião e criou um impasse na reforma ministerial.
Pelo cronograma inicial do Palácio do Planalto, a essa altura do campeonato, a mudança no primeiro escalão já deveria estar bem encaminhada. Mas Dilma resistiu dar mais uma pasta ao PMDB. O problema é que, neste momento, muitos peemedebistas acreditam que a oferta de um sexto ministério já não resolveria o atrito com o Planalto.
Ao longo dessas duas semanas, a queda de braço entre Dilma e o PMDB já deixou muitas sequelas. Tanto que vários diretórios regionais da legenda já iniciam uma aproximação com o pré-candidato tucano à presidência, o senador Aécio Neves. Interlocutores da presidente Dilma avaliam que o PMDB não terá coragem de cumprir a ameaça, já que tem na chapa o vice-presidente, Michel Temer.
Mas no núcleo do PT, a palavra de ordem é cautela. Tanto que o ex-presidente Lula já foi acionado para apagar o incêndio. Isso porque a principal preocupação da cúpula petista é garantir a manutenção do PMDB na aliança da candidatura de Dilma à reeleição.
Publicado às 7h32.
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qui, 13/02/14
por Gerson Camarotti |
O senador Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à Presidência, passou a adotar uma estratégia de aproximação com o PMDB, em razão da insatisfação do partido com a reforma ministerial da presidente Dilma Rousseff. A cúpula tucana passou a priorizar a negociação de alianças com peemedebistas descontentes.
Aécio tem mantido conversações com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), que não esconde a mágoa por causa do afastamento do PT da sua base de apoio.
Na Paraíba, o senador tucano Cássio Cunha Lima, vice-presidente do PSDB, retomou conversas com o senador Vital do Rego (PMDB-PB), preterido por Dilma na reforma ministerial. Os dois jantaram ontem em Brasília.
Já o ex-senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) tem sinalizado uma aliança no Ceará com o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, que deve concorrer ao governo do estado e não esconde a decepção com o PT pelo fato de o partido ter decidido apoiar o grupo do ex-ministro Ciro Gomes, atualmente no PROS. Tasso deve ser candidato ao Senado e negocia compor uma chapa com Eunício Oliveira.
Outra prioridade de Aécio Neves é a Bahia, quarto colégio eleitoral do país. Ele tenta intermediar um acordo entre o ex-deputado Geddel Vieira Lima (PMDB) e o ex-governador Paulo Souto (DEM), para formar uma chapa única de oposição ao PT.
A pretensão de Aécio é ampliar as dissidências peemedebistas nos estados, a ponto de vislumbrar um objetivo mais ousado: obter a neutralidade do PMDB no plano nacional. Hoje, o PMDB participa da chapa de Dilma, com o vice-presidente Michel Temer.
Publicado às 17h44
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qua, 12/02/14
por Gerson Camarotti |
Veja bastidores no Jornal das Dez, da GloboNews:
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seg, 10/02/14
por Gerson Camarotti |
Depois das dificuldades com o PMDB, Dilma Rousseff decidiu colocar as tratativas da reforma ministerial com o maior aliado do governo em banho-maria. A prioridade da presidente passou agora a atender ao PT, que tem, entre outros ministérios, Direitos Humanos e Desenvolvimento Agrário.
Com o desgaste da semana passada, ela avalia que é preciso esfriar um pouco os ânimos para voltar a negociar o espaço do PMDB na Esplanada.
Outra dificuldade na reforma tem sido o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, de onde Fernando Pimentel deve desembarcar em breve. Dilma queria um empresário para o posto, mas o nome de Abílio Diniz é visto com reservas, já que ele se envolveu em recentes disputas pelo controle do Pão de Açúcar.
Como já mostrou o Blog, a dificuldade de encontrar um nome do meio empresarial, com a recusa de Josué Gomes da Silva, levou Dilma a cogitar também o ex-secretário-executivo da Fazenda Nelson Barbosa.
Publicado às 16h19
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