Aniversário de Teresina

Por Laura Moura, g1 PI


Frei Serafim de Catânia — Foto: g1 Piauí

Neste ano, Teresina completa 170 anos de existência. Para comemorar esta data, o g1 preparou uma série de reportagens sobre a principal avenida da capital piauiense: a Avenida Frei Serafim. A via é um dos cartões-postais turísticos da cidade e, em torno dela, há vários edifícios importantes para a cidades como, por exemplo, o Hospital Getúlio Vargas (HGV) e a Igreja São Benedito.

A avenida recebeu o nome de um missionário que desempenhou um papel bastante relevante na capital no século XIX. Nesta reportagem, você vai conhecer um pouco sobre a história de Frei Serafim de Catânia e sua contribuição para Teresina.

Chegada a Teresina

Frei Serafim de Catânia era um missionário capuchinho da ordem dos franciscanos. Ele chegou na capital piauiense no dia 10 de maio de 1874, com 63 anos.

O missionário foi enviado ao Piauí para reconstruir a Igreja Nossa Senhora das Dores, sendo atualmente localizada na Praça Saraiva, Centro de Teresina. Contudo, ao chegar na cidade, ele descobriu que a presidência da província já havia contratado Visconde de Gurguéia – que depois se tornou Barão de Gurguéia – para realizar a reconstrução do templo religioso.

Solidariedade e bondade

Ao longo do período em que Frei Serafim de Catânia esteve em Teresina, ele realizou diversas ações para ajudar os mais pobres.

No século XIX, o Piauí enfrentava os prejuízos da seca e da varíola. Nesta época, Frei Serafim desempenhou um papel relevante em coordenar comissões do governo para o fornecimento de alimentos, roupas, alojamentos e remédios à população mais vulnerável.

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Idealizador da Igreja São Benedito

Imagem da Igreja São Benedito — Foto: Reprodução

Antes da construção da Igreja São Benedito, o local era conhecido como “Alto da Jurubeba” e era bastante frequentado pela população. No espaço, ocorriam diversas manifestações espontâneas de religiosidade que eram realizadas por pessoas mais pobres e, especialmente, por pessoas de cor negra, que veneravam um santo também negro, São Benedito.

A partir disso, Frei Serafim teve a ideia de construir um templo religioso no local. Como a obra da Igreja da Nossa Senhora das Dores já estava em andamento, o missionário pôde se dedicar integralmente a construção da Igreja São Benedito.

Altar da Igreja São Benedito — Foto: Reprodução

Frei Serafim fez diversas viagens para colher auxílios e adquirir objetos de lavor, elementos indispensáveis ao culto e ao complemente do templo, como imagens e sinos. Na época, o coronel José Martins Teixeira doou uma imagem de São Benedito, do tamanho natural, para a igreja.

Foram 12 anos de construção. A Igreja São Benedito foi finalizada em 1886. Após a construção do templo, no mês de junho, Frei Serafim retornou para Itália.

“Ele conquistou um espaço na cidade, porque essas coisas não são simples, na igreja há disputas. Ele era um homem trabalhador, porque o resultado do trabalho está lá”, afirmou o historiador Alcides do Nascimento.

Igreja São Benedito — Foto: Lívia Ferreira /g1

Posteriormente, uma via foi construída para facilitar a locomoção entre a Igreja São Benedito e as margens do Rio Poti. Ela chegou a ser nomeada como Getúlio Vargas, mas permaneceu como Frei Serafim, devido aos trabalhos de grande relevância que o missionário exerceu na capital piauiense.

Além disso, uma estátua de Frei Serafim de Catânia foi colocada atrás da Igreja de São Benedito, em sua homenagem. O monumento foi esculpida pelo professor Murilo Couto por solicitação do prefeito Wall Ferraz, em comemoração ao centenário da construção da Igreja São Benedito. A estátua foi entregue à população em 3 de junho de 1986.

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