(Foto: Reprodução / TV Globo)
O artista plástico Gilvan Samico morreu, na manhã desta segunda-feira (25), no Recife, aos 85 anos. Ele estava internado há uma semana no Hospital Português, no bairro do Paissandu, devido a um câncer na bexiga. A doença, segundo os médicos, era incurável e ele recebia tratamentos paliativos.
Ele foi internado por várias vezes nos últimos meses para tratar do câncer. Samico morava em Olinda, onde também funcionava seu ateliê. O velório ocorreu no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, no Grande Recife. O corpo dele foi encaminhado para cremação.
Samico foi pintor, desenhista, professor e gravador, conhecido principalmente pelas xilogravuras, a arte de talhar desenhos em madeira e imprimir no papel ou em outro suporte. Integrou o Movimento Armorial, com Ariano Suassuna.
Nascido na capital pernambucana em 15 de junho de 1928, Gilvan José Meira Lins Samico era o penúltimo de seis filhos de um casal de classe média do bairro de Afogados. Na adolescência, depois de dois empregos frustrados, o pai percebeu a aptidão do filho para a ilustração e o levou ao professor, pintor e arquiteto Hélio Feijó.
Foi Feijó quem incentivou o aluno a deixar de copiar as fotografias para passar a desenhar modelos vivos. Samico frequentou a Sociedade de Arte Moderna do Recife e integrou o Atelier Criativo. No Atelier, começou a fazer gravuras em placas de gesso e, algumas vezes, as reproduzia em madeira quando chegava em casa, surgindo assim o gosto pela xilogravura.
O traço preciso, misturando luzes e texturas revelou-se logo no começo da carreira. Em 1957, 1958 e 1960 foi premiado no XVI Salão de Pintura do Museu do Estado de Pernambuco. Para aprimorar sua arte, Samico deixou o Recife e estudou xilogravura com Lívio Abramo, na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo, e gravura com Oswaldo Goeldi, na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.
O romanceiro popular nordestino marcou a obra de Samico, trazendo em suas gravuras personagens bíblicos e lendas e narrativas locais, animais fantásticos e míticos, como serpentes e dragões, sempre com um toque de cor nas xilogravuras. O artista plástico deixa mulher, dois filhos e três netos.