Deolane Bezerra, Gusttavo Lima, Darwin Henrique da Silva Filho, Maria Eduarda Quinto Filizola, André e Aislla Rocha estão entre os investigados — Foto: Arte/g1
A juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, determinou um prazo de cinco dias para que o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ofereça denúncia, arquive o caso ou peça novas diligências na Operação Integration – que investiga lavagem de dinheiro de jogos ilegais e envolve o cantor Gusttavo Lima e a influenciadora Deolane Bezerra.
O despacho, publicado na terça-feira (19), também reforçou a competência da Justiça de Pernambuco para julgar a parte do inquérito que envolve Gusttavo Lima e sua empresa Balada Eventos; assim como as empresas Vai de Bet (PIX 365 Soluções Tecnológicas) e Zelu Brasil Facilitadora de Pagamentos e seus sócios.
O MPPE havia recomendado que o inquérito fosse encaminhado para a Comarca de Campina Grande/PB, onde está a sede da empresa de apostas Vai de Bet. A manifestação do MP também apontou a falta de indícios de que o avião vendido por Gusttavo Lima para donos de casas de apostas tenha sido utilizado para lavagem de dinheiro.
No texto da decisão, a juíza aponta que o Ministério Público protocolou um pedido para novas diligências no dia 20 de setembro e que a solicitação foi cumprida pela Polícia Civil desde 18 de outubro. O prazo de cinco dias estipulado na decisão é "improrrogável".
"Como se sabe o titular da ação penal, em cumprimento ao seu dever Constitucional e ao comando dos Arts. 16, 18 e 24 do Código de Processo Penal, não pode repousar em inércia", diz o texto do despacho.
O g1 procurou o MPPE para saber o posicionamento do órgão diante da nova decisão, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Cronologia da Operação Integration
Deolane Bezerra foi uma das pessoas presas na operação Integration, que investiga organização criminosa que atua com lavagem de dinheiro de jogos ilegais
- A operação foi deflagrada em 4 de setembro, com o cumprimento de mandados de prisão, incluindo os de Deolane e da mãe dela, Solange Bezerra, e de busca e apreensão em Pernambuco e nos estados da Paraíba, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás.
- No mesmo dia, um avião que pertenceu a Gusttavo Lima foi apreendido no aeroporto de Jundiaí, no interior paulista.
- O cantor estava na Grécia, para onde havia viajado em 1º de setembro na companhia de José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henriques da Rocha, casal de empresários donos da Vai de Bet, investigado na mesma operação.
- Em 9 de setembro, o Tribunal de Justiça de Pernambuco permitiu que Deolane fosse para prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica.
- A influenciadora também foi proibida de se manifestar por meio de redes sociais, imprensa e outros meios de comunicação.
- No entanto, ao deixar a Colônia Penal Feminina do Recife, Deolane falou com a imprensa e com fãs que se aglomeravam no local. Em seguida, postou uma foto no Instagram em que aparece com a boca coberta por uma fita, com a inscrição de um "X" no meio.
- Em 10 de setembro, Deolane teve a prisão domiciliar revogada e voltou a ser presa.
- Em 15 de setembro, Gusttavo Lima foi indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa.
- Em 23 de setembro, a juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, decretou a prisão preventiva de Gusttavo Lima e do empresário Bóris Maciel Padilha.
- Horas antes, entretanto, Gusttavo Lima havia deixado o Brasil em voo privado que saiu de madrugada do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, com destino a Miami, na Flórida (Estados Unidos).
- No mesmo dia, o Tribunal de Justiça de Pernambuco permitiu novamente que Deolane deixasse a prisão. Outros 17 investigados obtiveram habeas corpus na ocasião.
- No dia 24 de setembro, a ordem de prisão preventiva de Gusttavo Lima foi revogada pelo relator do caso, o desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, da 4ª Câmara Criminal do TJPE.
- O magistrado alegou que as justificativas dadas pela juíza para a ordem de prisão constituíam "meras ilações impróprias e considerações genéricas".
- No dia 19 de novembro, o MP pediu arquivamento de investigação sobre o avião de Gusttavo Lima e recomendou que denúncias sobre lavagem de dinheiro sigam para a Paraíba.