Chefe da Polícia Civil de Pernambuco fala sobre bens apreendidos em operação que prendeu Deolane Bezerra
A defesa da empresária, advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra se pronunciou sobre a prisão dela, na manhã desta quarta-feira (4), e disse que ela está à disposição "de modo a esclarecer todos os fatos". Ela foi detida em uma operação da Polícia Civil de Pernambuco contra uma organização criminosa voltada à prática de lavagem de dinheiro e jogos ilegais (veja vídeo acima).
A irmã de Deolane, Dayanne Bezerra, disse nas redes sociais que a mãe, Solange Bezerra, também foi presa. A mulher chegou a passar mal após a prisão e foi levada para o hospital.
Por meio de nota, o escritório Adélia Soares Advogados, que defende a empresária e a mãe, disse que a investigação tramita em segredo de Justiça e que irá responsabilizar quem “esteja divulgando informações inverídicas ou confidenciais de forma indevida”.
O escritório também diz que a divulgação de detalhes específicos do processo "não só desrespeita o direito à privacidade da investigada, como também pode configurar violação de segredo de Justiça, sujeitando os responsáveis às devidas sanções legais".
"Ressaltamos que a Dr. Deolane Bezerra tem plena confiança na Justiça e permanece à disposição para colaborar com as autoridades competentes, de modo a esclarecer todos os fatos. Além disso, informamos que o corpo jurídico da Dra. Deolane já está tomando todas as providências cabíveis para garantir o respeito ao sigilo processual e para responsabilizar aqueles que, porventura, estejam divulgando informações inverídicas ou confidenciais de forma indevida", diz a nota.
Confira a nota na integra:
“Em nome da Dr.ª DEOLANE BEZERRA e sua mãe, SOLANGE ALVES BEZERRA, viemos a público esclarecer informações que têm circulado recentemente envolvendo seu nome em uma investigação de lavagem de dinheiro e prática ilegal de jogos.
Inicialmente, é importante destacar que tal investigação, conforme estabelece a legislação brasileira, tramita em caráter sigiloso. Portanto, qualquer divulgação de detalhes específicos do processo não só desrespeita o direito à privacidade da investigada, como também pode configurar violação de segredo de justiça, sujeitando os responsáveis às devidas sanções legais.
Ressaltamos que a Dr. Deolane Bezerra tem plena confiança na Justiça e permanece à disposição para colaborar com as autoridades competentes, de modo a esclarecer todos os fatos.
Além disso, informamos que o corpo jurídico da Dr. Deolane já está tomando todas as providências cabíveis para garantir o respeito ao sigilo processual e para responsabilizar aqueles que, porventura, estejam divulgando informações inverídicas ou confidenciais de forma indevida.
Por fim, reafirmamos que qualquer especulação ou divulgação de informações não confirmadas pode acarretar sérios danos à imagem e à reputação da Dr. Deolane. Assim, solicitamos que as informações divulgadas sejam tratadas com a devida responsabilidade, respeitando o princípio da presunção de inocência que rege o nosso ordenamento jurídico”.
Prisão
Deolane Bezerra em imagem de arquivo — Foto: Marcelo Brandt/g1
A prisão de Deolane aconteceu em um hotel no bairro de São José, na região central do Recife. A informação foi confirmada à TV Globo pela Polícia Civil de Pernambuco.
As investigações da operação "Integration" foram iniciadas em abril de 2023. Ainda de acordo com a Polícia Civil, também foi decretado o sequestro de bens como carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações.
Segundo o Ministério da Justiça, a operação apura uso de empresas e casas de câmbio para lavar dinheiro de jogos ilegais.
Além de bloqueios de ativos financeiros no valor de mais de R$ 2,1 bilhões de vários alvos, entrega de passaporte, suspensão do porte de arma de fogo e cancelamento do registro de arma de fogo.
As investigações contaram com a colaboração da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), e das polícias civis dos estados de São Paulo, Paraná, Paraíba, Goiás e Minas Gerais. Ao todo, 170 policiais estão envolvidos na operação.
Mãe e filha foram levadas para o Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), em Afogados, na Zona Oeste na cidade.
Uma das empresas que está sendo investigada pela operação é a plataforma de apostas online Esportes da Sorte, que patrocina times de futebol como o Corinthians, Athletico-PR, Bahia, Grêmio, Palmeiras, Ceará, Náutico e Santa Cruz. Em nota, a empresa disse ter compromisso com a verdade e com o cumprimento de seus deveres legais.
De acordo com a Polícia Civil de Pernambuco, foram feitos bloqueios de ativos financeiros no valor de mais de R$ 2,1 bilhões. Além disso, foi determinada a entrega de passaporte, a suspensão do porte de arma de fogo e o cancelamento do registro de arma de fogo de envolvidos no esquema.
Entre os bens apreendidos estão:
- 1 helicóptero
- 1 avião
- carros de luxo, sendo um na mansão de Deolane Bezerra
- embarcações
- imóveis
- joias
- notas de dinheiro em euro e dólar
- bolsas de luxo
- garrafas de vinho avaliadas em torno de R$ 5 mil cada uma
O que diz a Esportes da Sorte
Por meio de nota, a Esportes da Sorte informou que "ratifica seu compromisso com a verdade, com o jogo responsável e, principalmente, com o cumprimento de todos os seus deveres legais".
"A nossa casa está de portas abertas para apresentar documentos, esclarecer dúvidas e prestar apoio irrestrito a qualquer ação investigatória. Atuamos sempre com muita transparência e lamentamos o fato de, no momento, estarmos às escuras, sem acesso aos autos do inquérito e aos motivos da ação policial. Seguimos à disposição para todo tipo de esclarecimento que seja necessário para elucidar qualquer controvérsia", diz a nota.
O advogado do dono da Esportes da Sorte, Pedro Avelino, disse em entrevista que ainda precisa entender o contexto da operação.
"O que aconteceu hoje foi um cumprimento de um mandado de busca e apreensão. A gente vai se habilitar dentro dessa representação para entender todo o contexto. É importante registrar que a gente já se colocou à disposição da autoridade policial há mais de um ano e meio. Então a gente acha estranho virem medidas tão gravosas como mandado de prisão, mandado de busca e apreensão, quando a gente desde o início da investigação vem cooperando com a polícia", disse o advogado.