Agentes de endemias de Santarém, no oeste do Pará, estão intensificando o combate aos criadouros e ao mosquito aedes aegypti, transmissor de doenças como a Dengue, o zika vírus e a febre chikungunya. A ação está ocorrendo em todos os bairros e comunidades da cidade, após recomendação feita aos estados e municípios pelo Ministério da Saúde.
De acordo com o coordenador da Divisão de Vigilância em Saúde (Divisa), João Alberto Coelho, a população pode colaborar na prevenção, principalmente lutando contra o acúmulo de água e lixo que atraem os mosquitos. “Nós estamos aproveitando essa deixa da mídia nacional em relação ao vírus zika que possivelmente provoca aquela microcefalia e estamos procurando enfatizar bem nas famílias que o combate ao aedes aegypti que é vetor transmissor, que seja com mais eficiência”, explica.
A maior preocupação do Ministério as Saúde é quanto aos casos de microcefalia que podem está associado ao zika vírus. Por isso, todos os estados e municípios receberam um alerta para intensificar os trabalhos de combate. Segundo informações da 9ª Regional da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), no Pará já foram confirmados nove casos de zika vírus, sendo seis em Belém, dois em Ananindeua e um em Ipixuna do Pará. Dados da Sespa apontam que em Santarém e municípios da região oeste não há casos registrados do vírus.
O diretor do departamento de endemias da Sespa, Fredson Costa, informou ao G1 que as ações de combate ocorrem com orientação a população, principalmente as pessoas que costumam viajar para outras regiões. “Nós orientamos os municípios que ao identificar suspeitos, fazer toda a investigação, coleta de material sorológico, isolamento viral se for necessário, fazer o isolamento para conduzir o trabalho. Mediante a identificação de um suspeito, toda a equipe de combate ao vetor da dengue é alertada e já começa um trabalho de bloqueio daquele indivíduo com o objetivo de proteger a população e fazer com que o vírus não se instale no município ”, explica.
Entenda a microcefalia
A microcefalia é um quadro em que bebês nascem com o cérebro menor do que o esperado (perímetro menor ou igual a 33 cm para bebês a termo) e que compromete o desenvolvimento da criança em 90% dos casos. As consequências mais comuns da doença são alterações no desenvolvimento neurológico, distorções na face, atraso na coordenação motora e alterações na fala.
A médica obstetra Taís Mesquita explica que a doença pode ser causada por fatores genéticos ou por outras doenças, que podem ser adquiridas durante a gravidez, como a rubéola, a toxoplasmose e a citomegalovirose. “O interessante é fazer exame antes da gravidez, tomar as precauções para algumas doenças para evitar que isso possa acontecer. A microcefalia não tem cura. O que a gente pode fazer e continuar observando as crianças logo depois do nascimento".
Conhecendo o Zika
O vírus Zika é transmitido especialmente por mosquitos infectados, principalmente o mosquito da dengue. A maioria das pessoas não tem sintomas, mas quando surgem são principalmente erupções na pele, olhos vermelhos e dores no corpo. Eles desaparecem em até uma semana, em geral.