Universidade Federal do Pará (UFPA) campus Belém, onde fica o Instituto de Psicologia e o Programa de Pós-graduação de Psicologia (PPGP). — Foto: g1 Pará
Um professor da Universidade Federal do Pará está sob investigação da Polícia Civil por suspeita de usar um registro de outro profissional e falsificar o diploma em psicologia. De acordo com o currículo Lattes, o docente concluiu o pós-doutorado em psicologia pela Universidade de São Paulo, em 2022.
A Polícia Civil informou que o caso está sendo apurado, porém "sob sigilo pela Divisão de Investigação e Operações Especiais".
Já a UFPA disse que "desde que tomou conhecimento das denúncias, adotou todas as medidas administrativas cabíveis para a apuração do caso, resguardado o sigilo legal".
O g1 procurou o professor, identificado como Leandro Passarinho Reis Júnior, e ele informou que, por hora, não vai se manifestar sobre o assunto.
O caso tem repercutido nas redes sociais nesta semana, principalmente entre alunos do curso de psicologia da UFPA. Taianara Freire, uma das ex-alunas de Leandro na graduação, disse que o professor estava há anos vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGP).
"Ele estava no cargo de diretor do PPGP com um diploma de graduação falsificado, assim como o número de registro no Conselho Federal de Psicologia, também era falso", disse.
Sobre o assunto, o PPGP informou que também "adotou medidas administrativas cabíveis para colaborar com a administração superior e o Conselho Regional de Psicologia da 10ª Região - Pará e Amapá (CRP-10) na apuração do caso".
Registro falso no conselho
Em um comunicado, o Conselho Regional de Psicologia disse que Leandro Passarinho Reis Júnior "não é psicólogo e nunca foi registrado junto ao CRP-10".
O órgão afirmou que indeferiu o pedido de registro profissional por parte de Leandro e que comunicou a UFPA sobre o exercício ilegal da profissão, além de ter comunicado a PC e a Polícia Federal para a tomada de medidas cabíveis.
Segundo a presidente do órgão, Jureuda Duarte Guerra, Leandro usava o registro de outra pessoa, uma psicóloga, que foi avisada e orientada a fazer um boletim de ocorrência sobre a situação. Procurada, a PF informou apenas que "não comenta investigações em andamento".
Indignação
Taianara Freire, que hoje está formada em psicologia, ficou indignada com o caso e enxergou nas redes sociais a janela para repercutir o caso.
Publicações feitas por Tainara nas redes sociais denunciam a situação. — Foto: Reprodução / Redes sociais
O Conselho Regional de Psicologia explicou como funciona o processo quando o órgão encontra indícios de falsificação de documentos.
"Nos casos de apresentação de documentos com indícios de falsidade, o requerimento de inscrição no CRP-10 é indeferido. Quando se trata de diplomas, é solicitado o atestado de veracidade diretamente à Universidade emitente, se for confirmada a falsificação, é protocolada a notícia de fato na delegacia de Polícia Federal, a quem compete tomar as medidas cabíveis".
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