Frito Vaqueiro é um prato clássico no Marajó. — Foto: Marcus Passos / g1 Pará
O potencial turístico, cultural, econômico e culinário da cultura bubalina transforma a vida de muitas pessoas na Ilha do Marajó, região que concentra o maior rebanho de búfalos do Brasil. O chef de cozinha Claudomiro Maués, mais conhecido como Bola, é um exemplo disso.
Claudomiro é dono do restaurante "Solar do Bola", localizado no município de Soure. Com 53 anos, ele diz que a gastronomia é algo transformador na sua vida.
“A gente trabalha com muito amor e carinho com o que fazemos. É sensacional. E assim, nós aprendemos que a gastronomia transforma a vida de muita gente. Gastronomia traz felicidade”, afirma.
Os búfalos da Ilha do Marajó fazem parte do enredo da escola Paraíso do Tuiuti, que desfila na segunda-feira (20), no Rio de Janeiro.
O chef de cozinha começou vendendo comidas em uma lanchonete no trapiche da cidade. Com o dinheiro da venda, ele conseguiu comprar o terreno onde atualmente fica o seu restaurante.
“Quando comecei a trabalhar com lanche, passei a gostar desse segmento e a questão do restaurante não veio por acaso. Deus dá habilidade para as pessoas e me direcionou para aquilo que eu amo hoje, que é a gastronomia”, comenta.
Chef de cozinha Claudomiro Maués é dono do restaurante ‘Solar do Bola’. — Foto: Marcus Passos / g1 Pará
Segundo Claudomiro, a Ilha do Marajó tem uma geografia completamente diferente que deixa a proteína animal, comercializada na região, com um sabor incomparável.
“Você imagina um búfalo que só come capim oriundo de um terreno de água doce. Imagina um peixe pescado no rio de água doce, sem poluição, sem nada. Então, tudo é muito gostoso. Eu costumo dizer, brincando, se tem algo ruim aqui é meu tempero. O resto é tudo uma maravilha”, diz, em tom de felicidade.
Entre as vantagens de usar a carne de búfalo está o fato de ela ser mais magra quando comparada a do boi. A carne de boi é mais gorda, enquanto a gordura do búfalo é superficial. Além disso, a carne de búfalo tem um tom mais escuro.
Cardápio saboroso
E é justamente da carne de búfalo que saem os principais pratos servidos no restaurante "Solar do Bola". Um é o Filé Marajoara, considerado o prato da casa e símbolo do Marajó, a iguaria acompanha queijo de búfalo e arroz à piamontese, também feito com o queijo do animal.
Outra delícia da casa é o Frito Vaqueiro. Feita a partir da carne de búfalo, o prato era a comida dos antigos vaqueiros marajoaras.
“O Frito é uma comida com mais de 150 anos que era feita na própria fazenda. É uma carne gorda que os vaqueiros cozinhavam em uma lata. A gordura dissolvia e a carne ia fritando na própria gordura até dissolver toda”, conta o chef.
Confira abaixo os ingredientes e o modo de preparo de cada um dos pratos:
Filé Marajoara
Filé Marajoara, considerado o prato da casa e símbolo do Marajó. — Foto: Marcus Passos / g1 Pará
Ingredientes:
- 300g de filé mignon de búfalo
- 100g de queijo do Marajó
- 100g de arroz à piamontese (com queijo do Marajó)
- 100g de batata frita
Modo de preparo:
Primeiro tempere o filé com sal, pimenta e ervas a gosto. Depois passe azeite e sele a carne em fogo alto, escolha o ponto de cozimento e cubra generosamente com queijo do marajó.
Frito Vaqueiro
Frito Vaqueiro era a comida dos antigos vaqueiros marajoaras. — Foto: Marcus Passos/g1 Pará
Ingredientes:
- 300g de frito Vaqueiro
- 100g de arroz branco
- 50g de farinha de mandioca
- 200g de banana empanada
Modo de preparo:
Segundo o chef Claudomiro Maués, o preparo do filé vaqueiro é mais simples. Primeiro você pode cobrir a carne de búfalo com temperos a gosto e sal. Depois leve ao fogo para fritar a carne até desfiar.
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