Trabalhador pinta tanque da Petrobras em Brasília. 30 de setembro de 2015Uma Petrobras forte e resiliente, preparada para os desafios do século XXI, bem posicionada no mercado global de energia e estruturada para a transição - já iniciada - em direção a uma economia de baixo carbono, é o desejo de todos os que entendem a importância desta empresa para o Brasil.

Sob nova direção - Pedro Parente será o terceiro presidente nos últimos quatro anos - e com a promessa de não absorver mais indicações políticas em seus quadros, a Petrobras deverá ser novamente sacudida por mudanças. A prioridade continua sendo resolver os problemas de caixa da companhia e todos os estragos causados pelas interferências desastrosas do governo - que controlou os preços dos combustíveis arruinando as finanças da estatal -  e pela desvalorização do petróleo no mercado internacional.

Em meio a essa gigantesca turbulência financeira, é importante não perder de vista o horizonte. Para onde aponta o norte magnético da bússola da Petrobras? Como uma companhia de energia, importa não apostar todas as fichas no petróleo.

Considerando que os "bons tempos" do barril a U$ 140 não devem voltar; que os "desinvestimentos" em combustíveis fósseis já fazem vista entre grandes grupos financeiros; que a própria Arábia Saudita - maior produtor mundial de petróleo, se não considerarmos o óleo de xisto explorado pelos Estados Unidos - criou semanas atrás um fundo soberano para financiar projetos que preparem o reino para o mundo "pós-petróleo"; que o novo Acordo do Clima assinado por 195 países em Paris (COP-21) sacramenta a drástica redução nas emissões de gases estufa ainda neste século (substituindo os combustíveis fósseis por fontes limpas e renováveis de energia); convém prestar atenção nos rumos do pré-sal.

Que se explore petróleo sim, mas sem ignorar que a prosperidade da Petrobras num futuro próximo depende do posicionamento da companhia em relação às demais fontes de energia não emissoras de gases estufa.

Algo que já vem sendo dito há muito tempo.
Sem que os "oleocratas" da empresa dêem a devida atenção.
Será diferente agora?

Foto: Ueslei Marcelino/Files/Reuters