“Meu samba é feito água. Já ‘sambei’ o hino nacional brasileiro, já ‘sambei’ até música erudita. Não existe segmento em que eu não consiga me encaixar”, diz o cantor ao G1.

Ivo garante que sua aposta no sertanejo nada tem a ver com a frase “se não pode vencê-los, junte-se a eles”. Mesmo após a frase ser atribuída a ele em um texto que divulga o projeto.

“Sempre misturei tudo quanto é ritmo com o samba. Nos primórdios do sertanejo, já cantava ‘É o amor’ em ritmo de samba. ‘Domingo de manhã’ é outra que gosto muito de cantar. Porém, não sou um profundo conhecedor do novo repertório do gênero”, confessa o cantor.

Meirelles diz não saber o que é “feminejo” quando questionado se vai inserir canções da mulherada juntos aos grandes hits sertanejos no repertório. “É claro que os clássicos estarão presentes, vou tentar colocar de tudo. E eu não conhecia esse termo ‘feminejo’”, confessa aos risos.

Ivo terá a “ajudinha” do cantor Bruno Caio, de Curitiba. “Justamente porque não conheço bem as canções e já estou numa fase que não consigo decorar coisas novas”, se diverte.

“Mas o fator principal é que, mesmo sendo em ritmo de samba, tem que se cantar anasalado, feito os sertanejos. Então seria muita forçação de barra pra mim”.

Mas que terá de Ivo Meirelles no projeto? “Eis a questão! Os arranjos, a forma de tocar, o suingue diferenciado que as músicas vão ganhar... O toque Ivo Meirelles será notado”.

Ivo fará a primeira apresentação do projeto em plena Festa do Peão de Barretos, com apresentações nos dias 25, 26 e 27 de agosto.

“No palco, não tenho medo de nada. Tenho quatro Rock in Rios na careira, inclusive um em Lisboa. Já toquei em festivais na Europa com mais de 50 mil pessoas. Gosto de desafios”.

Ivo não descarta a gravação de um DVD do projeto. “Pode ser, sim. Estou cansado de criar coisas e depois ver outros se apropriarem e nem crédito me dão”, diz rindo. “Se o SertaSamba virar um acontecimento, talvez seja a minha aposentadoria.”

Falando um pouco sobre o mercado que conhece bem, Ivo opina sobre o atual estágio do funk. “O funk deixou de ser carioca. Vejo com bons olhos toda essa amplitude e transformação dele. Mas ainda está em transformação. Aliás, o funk sempre será um mutante, no bom sentido”.

“Anitta é a maior representante do segmento. Só gostaria que ela não o renegasse nem o abandonasse”.