Tabelinhas com o mundo do futebol são jogadas frequentes na carreira da Turma Do Pagode. De indicações de Robinho e Falcão, do Futsal, no quadro "Pistolão", do "Domingão do Faustão", em 2007, a show no casamento de Dentinho em 2012. Marcam presença até em treinos do Corinthians. "Eles gostam da nossa música. E nós somos fãs deles jogando bola. É uma parceria que dá certo", explica o vocalista Leíz em entrevista por telefone ao G1.
Antes de conhecer jogadores, o grupo que começou a tocar em rodas de samba de São Paulo teve sorte com padrinhos. Netinho de Paula convenceu o grupo a gravar, em 2001, o primeiro CD, e ainda deu o nome Turma do Pagode. Com públicos em número cada vez maior do que o das primeiras rodas, a banda lança "O som das multidões" em CD e DVD. Um dos sucessos, "Camisa 10", de 2010, volta ao cruzamento com o futebol no refrão: "Eu não me separo de você mulher (...) /Se no Barcelona eu for camisa 10".
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G1 - O que você acha que o Netinho viu de diferente em vocês há 11 anos?
Leíz - Ele sempre elogiou nossa batucada. Fazíamos um samba de roda, mais percussivo. Em São Paulo tinham poucos desses grupos percussivos. Que deixavam repique, tantã e pandeiro à frente. O Netinho disse que nosso nome na época, Arte de Amar, não combinava conosco. O pessoal ia pensar que era um grupo muito romântico, na época havia muitos assim. Ele sugeriu Turma do Pagode e aceitamos, era um nome diferente, tinha mais a ver com a gente. Nós levamos esse samba de roda ao palco, e foi isso que nos diferenciou.
G1 - O que vocês mudaram hoje em relação às rodas de samba do começo?
Leíz - Como a gente está fazendo show para muita gente e os palcos aumentaram, mudamos algumas coisas. Nós tivemos que colocar bateria, contrabaixo, flauta. Antes gente fazia show para 30 mil pessoas só uma vez ao ano, hoje é direto. Muita feira, praça pública, até estádios.
G1 - E é difícil para um grupo de pagode de São Paulo ser aceito no Rio?
Leíz - No começo sentíamos dificuldade. Como na cidade há muito grupo bom, o público carioca analisa muito antes de abraçar o conjunto. Nos outros estados a gente já era conhecido. Mas “Camisa 10” foi uma música que agradou muito no Rio. E tivemos a felicidade de sermos abraçados.
G1 - Como conseguiram, antes disso, que o Robinho apadrinhasse a Turma do Pagode para o 'Pistolão do Faustão'?
Leíz - Não é exatamente um padrinho, o Robinho é um amigo. Em 2007, a gente foi fazer um quadro no Faustão em que ele mandou um vídeo nos parabenizando. Fomos lá com o Falcão, jogador de salão.
G1 - Como vocês conhecem tantos jogadores?
Leíz - Eles gostam da nossa música. E nós somos fãs deles jogando bola. É uma parceria que dá certo. A maioria dos pagodeiros pensava em ser jogador, e muito jogador pensava em ser pagodeiro. Eles se identificam com o som. Eu sou muito amigo do Ralf, do Corinthians, de frequentar a casa. Conhecemos todos os meninos: Neymar, Paulinho, Arouca, Danilo, Fábio Santos, Romarinho. A gente até frequenta os treinos do Corinthians. O Ralf e o Paulinho sempre vão aos nossos shows.
G1 - Acha que 'Camisa 10' aumentou a conexão com eles?
Leíz - Sim, muito jogador sonha em ser “camisa 10 do Barcelona”. A música fala da vida deles. Eles se identificaram.
G1 - Vocês tocaram no casamento do Dentinho em junho. Como aconteceu?
Leíz - O Dentinho nos conheceu em uma das nossas visitas ao treino do Corinthians. Já gostava da gente, vivia colocando no Twitter. Aí surgiu o convite para tocar no casamento. O Ronaldo Nazário estava lá, mas eu já o conhecia da comemoração do Campeonato Paulista, na festa dos jogadores.
G1 - A Turma do Pagode é toda corintiana?
Leíz - Só tem um palmeirense, o Thiagão (percussionista). Ele sofre. É difícil aturar corintiano.
Turma Do Pagode - Lançamento de 'O som das multidões' em São Paulo
Quando: 27 e 28 de julho (sexta e sábado), 23 h
Onde: Credicard Hall – Av. das Nações Unidas, 17.955 – Santo Amaro
Quanto: de R$ 40 a R$ 180
Mais informações: www.ticketsforfun.com.br