representações
Não li e não pretendo ler a Sininho “encapavejada”. Segundo fonte confiável, um “ex-tudante” de História que um ano antes das manifestações de junho/julho de 2013 decidiu trocar os bancos da escola pelas ruas e costumava encontrar Elisa Quadros nesses atos, ela é uma das muitas jovens que como ele tentam fazer História. Se vão conseguir é outra história. Pouco mais sei sobre Sininho, mas transformá-la em líder ou porta-voz de black blocs é demais. Assim como passa dos limites a manipulação detonada pela trágica morte do cinegrafista da Band, com a tentativa de ligar Marcelo Freixo aos dois infelizes que acenderam o rojão fatal. Estes, presos com rapidez tão rara que permite suspeitas, teorias conspiratórias, estão sendo usados e abusados.
Não concordo com o uso da violência mas o fenômeno dos black blocs é parte do problema. Boa parte sem representatividade no mundo contemporâneo, a maioria da periferia, é gente que usa do quebra-quebra como um rito de passagem ou uma catarse.
E é bom lembrar que o despreparo da igualmente violenta polícia militar jogou mais combustível na fogueira. Estado de guerra que esvaziou as manifestações sem que as mudanças pedidas pelo povo na rua tenham começado a acontecer. Para ficar num só exemplo, os transportes públicos continuam precários. Portanto, na cidade do Rio o pavio do morteiro também foi aceso pelo aumento para os ônibus concedido em janeiro pelo prefeito Eduardo Paes.
Como já escrevi por aqui, com o quadro político partidário brasileiro e as regras do jogo, há pouca chance de melhoras com as eleições para presidente, governador e câmaras federais e estaduais que se aproximam, mas a democracia ainda é o menos pior.
Em meio ao tiroteio verbal dos últimos dias, parabéns pela postura (e pelas ideias) para o delegado Orlando Zaconne, com quem cheguei a cruzar no “Globo”, no início dos anos 1990 – eu já um veterano jornalistamusical chegando e ele trocando o jornalismo pelo curso de Direito e o trabalho como policial.
Parabéns também para Gregório Duvivier e demais cabeças da Porta dos Fundos.
Trilha sonora dos últimos dias? Nada que remeta a esse post. “Liquid spirit”, do cantor e compositor de jazz Gregory Porter; e “Croz”, do cantor e compositor de “hippie-pop” David Crosby.