Vodca russa à venda em loja no Canadá — Foto: Reuters/Patrick Doyle
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta sexta-feira (11) que vai, junto com o G7, o grupo das nações mais industrializadas do mundo, retirar da Rússia o status comercial de "nação mais favorecida", uma medida que abriria caminho para aumentos de tarifas para produtos russos (leia mais abaixo).
Biden também anunciou que vai barrar a importação de diamantes e vodca da Rússia nos EUA.
O presidente Vladimir Putin é um "agressor, o agressor", disse Biden, e deve "pagar um preço".
A aprovação final da retirada da Rússia do status comercial de "nação mais favorecida" será tomada em coordenação com os países do G7 e a União Europeia, e será decidida pelo Congresso, mas a Casa já se demostrou ser amplamente favorável.
Joe Biden anuncia ações contra a Rússia devido à guerra na Ucrânia, na Casa Branca em Washington — Foto: Reuters/Evelyn Hockstein
"Esses são os passos mais recentes que estamos dando, mas não são os últimos passos que estamos dando." disse Biden. A Rússia chama suas ações na Ucrânia de "operação especial".
Ele também disse que os Estados Unidos adicionariam novos nomes a uma lista de oligarcas russos que são sancionados e proibiriam a exportação de bens de luxo para a Rússia.
Biden afirmou ainda que proibirá futuros investimentos dos EUA em qualquer setor da economia russa e espera assinar logo a lei orçamentária que inclui 13,6 bilhões adicionais em ajuda à Ucrânia.
A cláusula de "nação mais favorecida", conhecida nos Estados Unidos como "relação comercial permanente normal", é a pedra angular do livre comércio. É um princípio de reciprocidade e de não discriminação que rege atualmente a maioria das relações comerciais entre os países.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) exige que qualquer vantagem comercial, como a redução de tarifas, concedida por um membro se aplique automaticamente a todos os outros. Concretamente, privar a Rússia desse status permitiria que seus parceiros comerciais impusessem taxas alfandegárias mais altas, penalizando as exportações de Moscou.
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Os movimentos coordenados de Washington, Londres e outros aliados se somam a uma série de sanções sem precedentes, controles de exportação e restrições bancárias destinadas a pressionar Putin a encerrar a maior guerra na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Cada país deve implementar a mudança no status comercial da Rússia com base em seus próprios processos nacionais, disseram fontes da administração americana.
Nos Estados Unidos, remover o status de "Relações Comerciais Normais Permanentes" da Rússia exigirá um ato do Congresso, mas legisladores de ambas as casas - e de ambos os lados do corredor político - já sinalizaram seu apoio.
Em 2019, a Rússia foi o 26º maior parceiro comercial de bens dos Estados Unidos, com cerca de US$ 28 bilhões trocados entre os dois países, segundo o escritório do Representante Comercial dos EUA.
As principais importações americanas da Rússia incluem combustíveis minerais, metais preciosos e pedras, ferro e aço, fertilizantes e produtos químicos inorgânicos, todos bens que podem enfrentar tarifas mais altas assim que o Congresso agir para revogar o status comercial de nação favorecida da Rússia.