Por G1


Família de suspeito de atentado em Berlim pede que ele se entregue

Família de suspeito de atentado em Berlim pede que ele se entregue

Um vídeo obtido com exclusividade pela agência de notícias Reuters mostra o momento em que o caminhão invadiu uma feira natalina em Berlim, na Alemanha, na segunda-feira (19). O vídeo foi registrado por um taxista que estava perto da praça Breitscheid. O ataque deixou 12 mortos e 48 feridos. Suspeito de promover o atentado, o tunisiano Anis Amri, de 24 anos, foi morto a tiros em Milão nesta madrugada durante uma patrulha de rotina, informou nesta sexta-feira (23) o ministro do interior da Itália, Marco Minniti.

No vídeo, o caminhão é visto andando em alta velocidade em direção à praça. Logo depois, pessoas saem correndo do local.

Vídeo registrado por taxista mostra caminhão invadindo feira natalina na praça Breitscheid, em Berlim — Foto: Reprodução/ Twitter/ Reuters Top News

Buscas e morte

A Alemanha anunciou na quarta-feira (21) que buscava o tunisiano Anis Amri, de 24 anos, suspeito de promover o ataque. A imprensa alemã afirmou que impressões digitais dele foram encontradas na porta e no volante do caminhão.

Anis A. em imagem divulada pela agência de investigação federal alemã — Foto: BKA/Reuters

"Impressões digitais foram encontradas no lado de fora do caminhão, na porta do motorista e em uma coluna de dentro do veículo", disse o porta-voz da investigação do caso. "Nesse ponto da investigação, nós assumimos que Anis Amri dirigiu o caminhão", completou em coletiva na tarde desta quinta.

O tunisiano começou a ser procurado na quarta após a polícia encontrar uma autorização de residência provisória do suspeito sob o banco do caminhão que atropelou a multidão. Nesta quinta, policiais invadiram casas na cidade de Dortmund. Na manhã do mesmo dia, o jornal alemão “Bild” chegou a informar que quatro pessoas foram presas. No entanto, o Ministério Público Federal negou as informações.

Irmão pede que suspeito se entregue

Um irmão de Amri, falando de sua terra natal Oueslatia, na região central da Tunísia, havia pedido ao suspeito que se entregasse à polícia, segundo informou a agência Associated Press.

Walid Amri disse à agência que o irmão mantinha contato com os familiares por telefone e pelo Facebook. “Eu peço a ele que se entregue à polícia. Se ficar provado que ele está envolvido, nós nos dissociamos dele”. O irmão também contou que a família ficou abalada ao saber da suposta ligação de Anis com o ataque.

Polícia patrulha feira natalina de Berlim, na Alemanha, que foi atacada por terroristas na segunda-feira (19). Feira foi reaberta nesta quinta-feira (22) — Foto: Hannibal Hanschke/ Reuters

Walid disse que o irmão pode ter se radicalizado na prisão na Itália, para onde foi depois de deixar a Tunísia na onda dos levantes da Primavera Árabe.

Investigação

A Associated Press afirmou que o tunisiano estava sob investigação desde 14 de março, por ser considerado uma ameaça – ele estaria tentando comprar armas automáticas para usar no ataque. Amri já havia sido acusado de envolvimento com tráfico de drogas e de participar de uma briga em um bar. Mas como não havia provas, a vigilância foi suspensa em setembro.

Segundo a CNN, ele já havia sido preso em agosto, no sul da Alemanha, quando viajava para a Itália, por portar documentos falsificados. Na ocasião, ele foi liberado por um juiz.

De acordo com o jornal "Süddeutsche Zeitung", o tunisiano esteve em contato com a rede de um importante ideólogo islâmico conhecido como Abu Walaa, recentemente preso por provável ligação com o Estado Islâmico.

Reabertura da feira

A feira natalina, que fica aos pés das ruínas da igreja Kaiser Wilhelm, no ponto central da Breitscheid, reabriu nesta quinta com o policiamento reforçado. A polícia instalou barreiras de concreto para evitar novos ataques semelhantes.

A Alemanha anunciou, na quarta, que oferece uma recompensa de até 100 mil euros (equivalente a cerca de R$ 350 mil), para quem tiver pistas sobre o suspeito.

Logo após o incidente, um paquistanês foi detido e liberado no dia seguinte já que a polícia não encontrou evidências de relações com o atentado. Na quarta-feira, um outro suspeito chegou a ser detido e liberado. Na manhã desta quinta, o jornal alemão “Bild” chegou a informar que quatro pessoas foram presas. No entanto, o Ministério Público Federal negou as informações.

A caçada internacional ao principal suspeito no ataque gerou questionamentos e a ira da opinião pública na Alemanha, segundo a Deutsche Welle. Muitas pessoas se perguntam como foi possível Anis Amri evitar a prisão e a deportação, embora estivesse no radar das agências de segurança da Alemanha.

Imediações da praça Breitscheid, em Berlim, onde aconteceu o ataque na noite desta segunda-feira (12) — Foto: Fabrizio Bensch/Reuters

Local do ataque em Berlim — Foto: Arte/G1

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