Benjamin Netanyahu — Foto: KNESSET CHANNEL via REUTERS
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que "um certo progresso" foi feito nas negociações para um novo acordo de cessar-fogo entre seu governo e o Hamas, nesta segunda-feira (23).
Durante um discurso no Parlamento, em meio a provocações de membros da oposição, Netanyahu afirmou que Israel havia feito "grandes conquistas" militarmente em diversas frentes e que a pressão militar sobre o Hamas havia levado seus líderes a suavizar suas exigências anteriores para a libertação dos reféns que seguem em Gaza.
"Há progresso, não sei quanto tempo levará. Continuaremos a operar de qualquer forma e sem pausa até que os tragamos de volta para casa, da terra inimiga", anunciou, falando em solidificar a posição conquistada com a ajuda dos "amigos americanos".
Após as declarações mais otimistas, no entanto, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, admitiu publicamente, pela primeira vez, o assassinato do ex-chefe do Hamas Ismail Haniyeh em julho - que levou ao aumento exponencial da tensão entre Israel e o Irã.
A nova tentativa de cessar-fogo ganhou força esse mês e tem Egito, Catar e Estados Unidos como mediadores.
Ataque israelense em escola usada como abrigo em Gaza — Foto: Reuters
Uma autoridade palestina familiarizada com as negociações disse que, embora alguns pontos de discórdia tenham sido resolvidos, a identidade de alguns dos prisioneiros palestinos que serão libertados por Israel em troca de reféns ainda não foi acertada, assim como a distribuição precisa de tropas israelenses em Gaza.
Os comentários correspondem aos feitos por um ministro israelense, Amichai Chikli, à rádio Kan. Ele disse que ambas as questões ainda estavam sendo negociadas, mas que os lados estavam muito mais próximos de chegar a um acordo do que estiveram por meses.
"Este cessar-fogo pode durar seis meses ou pode durar 10 anos, depende da dinâmica que se formará no terreno", contou.
No dia 11, a Assembleia Geral da ONU exigiu, por ampla maioria, um cessar-fogo imediato e incondicional em Gaza, em uma resolução de valor simbólico que foi rejeitada tanto por Israel quanto pelos Estados Unidos.
A resolução, que obteve 158 votos a favor, nove contra e 13 abstenções, também pediu "a liberação imediata e incondicional de todos os reféns", em uma redação semelhante à que foi bloqueada no Conselho de Segurança no final de novembro por um veto dos Estados Unidos.
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