O Capitólio dos EUA, em Washington, no dia 21 de outubro de 2024 — Foto: REUTERS/Kevin Mohatt
A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos rejeitou, nesta quinta-feira (19), um novo texto orçamentário proposto pelos republicanos destinado a evitar a paralisação do governo federal antes do prazo limite: meia-noite de sexta-feira.
Os republicanos submeteram a nova proposta à votação depois que o presidente eleito Donald Trump e seu assessor informal Elon Musk criticaram incessantemente um acordo bipartidário alcançado após meses de negociações.
Por uma votação de 174 a 235, a Câmara rejeitou o pacote de gastos, que foi elaborado às pressas pelos líderes republicanos das críticas de Trump e Musk. Apesar do apoio de Trump, 38 republicanos votaram contra o pacote, juntamente com quase todos os democratas.
O financiamento do governo deve expirar à meia-noite de sexta-feira. Se os legisladores não conseguirem prorrogar esse prazo, o governo dos EUA entrará em uma paralisação parcial que interromperia o financiamento para tudo, desde a fiscalização das fronteiras até aos parques nacionais, e cortaria os contracheques de mais de 2 milhões de trabalhadores federais.
A Administração de Segurança de Transporte dos EUA alertou que os viajantes durante a temporada de férias podem enfrentar longas filas nos aeroportos.
O novo projeto se assemelhava em grande parte à versão anterior, que Musk e Trump haviam criticado como uma dádiva para os democratas. Ele estenderia o financiamento do governo até março, quando Trump já estaria na Casa Branca, e os republicanos, no controle de ambas as casas do Congresso.
Os republicanos abandonaram outros elementos que tinham sido incluídos no pacote original, como um aumento salarial para os legisladores e novas regras para gestores de benefícios farmacêuticos.
A pedido de Trump, a nova versão também teria suspendido os limites da dívida federal por dois anos — uma manobra que tornaria mais fácil a aprovação dos vultuosos cortes de impostos que ele prometeu e prepararia o terreno para que a dívida de US$ 36 trilhões pudesse continuar a crescer.