Guarda Costeira de Taiwan observa um navio da Guarda Costeira chinesa à distância — Foto: Guarda Costeira de Taiwan / via AFP Photo
A China expandiu nesta quarta-feira (11) suas manobras militares ao redor de Taiwan com dezenas de aviões de guerra e um grande exercício marítimo com o qual busca "estabelecer uma linha vermelha" para o próximo presidente dos Estados Unidos, segundo as autoridades de Taipei ouvidas pela agência de notícias France Presse (AFP).
As manobras marítimas chinesas, consideradas as maiores em muitos anos, incluem quase 60 navios de guerra e 30 navios da Guarda Costeira, mobilizados das imediações das ilhas ao sul do Japão até o Mar do Sul da China, disse à AFP uma fonte alto escalão das forças de segurança de Taiwan sob a condição de anonimato.
A China também ampliou a atividade militar aérea perto da ilha, com 100 voos detectados nos últimos dois dias, segundo o Ministério da Defesa Nacional taiwanês.
O Exército chinês não se pronunciou sobre os exercícios militares, mas o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país, Mao Ning, afirmou em sua entrevista coletiva diária em Pequim que "prejudicar a paz e a estabilidade do Estreito de Taiwan é o trabalho das forças separatistas", com o apoio de atores externos.
Contudo, a fonte dos serviços de segurança de Taiwan afirmou à AFP nesta quarta-feira (11) que os planos chineses para uma operação marítima em larga escala começaram em outubro e serviriam para demonstrar que Pequim pode isolar a ilha para "estabelecer uma linha vermelha" antes do início do próximo governo dos Estados Unidos.
Ao ser questionado sobre os exercícios traçando uma "linha vermelha" antes do retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, Mao respondeu: "A questão de Taiwan é a primeira linha vermelha que não pode ser cruzada nas relações China-EUA, esta é nossa posição consistente".
"A China usa a viagem do presidente Lai ao exterior como pretexto. O verdadeiro objetivo parece ser estabelecer controle na primeira cadeia de ilhas e estabelecer uma dissuasão estratégica antes da mudança de comando nos Estados Unidos", disse a fonte taiwanesa de segurança ouvida pela AFP.
Em suas manobras, os navios chineses simularam ataques a navios estrangeiros e bloqueios de rotas marítimas nas águas próximas a Taiwan.