Por Redação g1


Notre-Dame reabre com cerimônia especial e convidados de todo o mundo

Notre-Dame reabre com cerimônia especial e convidados de todo o mundo

Um dos símbolos de Paris, a Catedral de Notre-Dame foi reaberta neste sábado (7) totalmente restaurada, mais de 5 anos após um incêndio devastador.

O presidente francês, Emmanuel Macron, e diversos convidados e líderes mundiais como Donald Trump, Volodymyr Zelensky, Giorgia Meloni, Príncipe William e Elon Musk estavam presentes na cerimônia de reinauguração. Assim como os ex-presidentes franceses François Hollande e Nicolas Sarkozy. Um forte esquema de segurança foi montado em Paris para o evento.

Com os golpes do arcebispo de Paris, Laurent Ulrich, as portas da Catedral foram abertas às 19h21 (15h21 de Brasília). O presidente francês, acompanhado de sua esposa, Brigitte, e da prefeita de Paris, Anne Hidalgo, entrou atrás do arcebispo e da comitiva de autoridades eclesiásticas.

Catedral de Notre-Dame é reaberta em Paris após 5 anos — Foto: Ludovic Marin, Pool via AP

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A cerimônia contou com apresentação do coral de jovens e a esperada reinauguração do grande órgão. O instrumento, que tem mais de 3 séculos de idade, foi desmontado e totalmente restaurado.

Vista da janela Rosa Sul e do órgão da catedral de Notre-Dame de Paris. — Foto: Julio Piatti

Em momento de grande emoção no local, os convidados receberam com aplausos os bombeiros que trabalharam para conter o fogo em Notre-Dame. Não houve registro de mortes decorrentes do incêndio.

Em discurso de reabertura da Catedral, o presidente Emmanuel Macron prestou uma homenagem ao trabalho realizado para recuperar a catedral. O chefe de Estado expressou a "gratidão da nação francesa a todos aqueles que salvaram, ajudaram e reconstruíram a Notre-Dame de Paris".

O órgão despertará", Emmanuel Macron se emocionou ao dizer. "Nesta noite, podemos compartilhar a alegria e o orgulho [...] Viva Notre-Dame de Paris, viva a República e viva a França", concluiu o presidente.

Macron discursa durante cerimônia em Notre-Dame

Macron discursa durante cerimônia em Notre-Dame

Por causa da previsão de fortes chuvas hoje em Paris, a organização decidiu gravar o show de reabertura. Curiosos que passaram perto da Notre-Dame por volta das 22h30 da noite de ontem tiveram a oportunidade de ouvir Pharrel Williams cantando 'Happy', acompanhado de um coral gospel.

Trump e Macron participaram da cerimônia de reinauguração da Catedral de Notre-Dame — Foto: Ludovic Marin, Pool via AP

O bilionário Elon Musk, que terá um cargo no primeiro escalão do governo Trump, também foi a Paris — Foto: Christophe Petit-Tesson, Pool via AP

Papa recusou convite para evento

O Papa Francisco não participou das cerimônias de reabertura da Catedral, mas enviou ao arcebispo de Paris uma mensagem "dirigida ao povo francês", que foi lida durante o evento.

"Notre-Dame em breve será novamente visitada e admirada por uma imensa multidão de pessoas de todas as esferas da vida, origens, religiões, idiomas e culturas, muitas delas em busca de significado absoluto e propósito para suas vidas”, declarou em seu texto, conta a Agência France Presse.

O pontífice também disse esperar que a catedral, com mais de 860 anos, continue a receber "generosamente e gratuitamente" os visitantes, diante dos planos mencionados em círculos governamentais e culturais franceses de cobrar uma entrada.

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Encontro antes da cerimônia

Antes do evento em Notre-Dame, Emmanuel Macron se reuniu na tarde deste sábado com o presidente da presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para tratar da guerra contra a Rússia.

Os três deixaram o palácio presidencial de Eliseu por volta das 14h10 e, segundo Zelensky, a reunião foi "boa e produtiva".

"Nós todos queremos que essa guerra acabe o mais rápido possível e de uma forma justa. Nós falamos sobre nosso povo, a situação na terra e uma paz justa", disse o ucraniano.

Sobre a restauração

O projeto da reforma de Notre-Dame custou cerca de 700 milhões de euros (cerca de R$ 4,4 bilhões). O dinheiro veio do mundo todo, incluindo de bilionários franceses do setor de luxo, como François Henri Pinault e a família Arnault.

Tanto dinheiro foi doado, mais de 840 milhões de euros (cerca de 5,4 bilhões), que haverá até fundos sobrando para mais investimentos no edifício.

No fim de novembro, canais de televisão franceses e internacionais transmitiram a visita de Macron e mostraram o interior restaurado pela primeira vez (veja na imagem abaixo).

Presidente francês, Emmanuel Macron, visita a Catedral de Notre Dame, em Paris, dias antes da reabertura ao público — Foto: STEPHANE DE SAKUTIN/Pool via REUTERS

Símbolo de Paris

Público acompanhou cerimônia do lado de fora. Facha da catedral foi iluminada em noite fria em Paris — Foto: Bernat Armangue/AP Photo

Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1991, a Notre-Dame é um dos principais símbolos de Paris e uma das catedrais mais famosas do mundo.

Ela é considerada uma obra-prima gótica medieval, sendo um dos monumentos mais amados e frequentados por turistas que visitam a capital francesa. Ela encanta por suas abóbadas de nervuras, arcobotantes, vitrais deslumbrantes e gárgulas de pedra esculpida.

Maurice de Sully, o primeiro construtor, sonhava em erguer a maior catedral do mundo ocidental.

Um projeto ousado para um homem que nasceu camponês e chegou a ser bispo de Paris em 1160. Ele não vinha de uma família influente, mas contava com o apoio do rei Luís VII, o Piedoso, com quem estudou na escola da catedral de Paris.

Foto tirada durante protesto do Greenpeace mostram obras na catedral de Notre Dame, em Paris, nesta quinta-feira (9) — Foto: Greenpeace via AP

Segundo seus planos, a catedral, construída após ele erguer quatro igrejas na Île de la Cité, seria a maior e mais alta. Teria torres e um pináculo coroado por um galo, símbolo para despertar os cristãos adormecidos.

A tradição situa a colocação da primeira pedra em 1163. Maurice de Sully, que morreu em 1196, não viu a conclusão da obra, por volta de 1345.

A torre central da catedral de Notre Dame despencou durante o incêndio — Foto: Getty

O incêndio de 15 de abril de 2019 que quase destruiu Notre-Dame revelou um sério risco à saúde. Quando as chamas derreteram o telhado, toneladas de pó de chumbo tóxico foram liberadas no ar e se depositaram em Paris.

O problema? As autoridades descobriram que não havia padrões para medir o perigo do pó de chumbo ao ar livre. Isso não era apenas um problema em Paris – grandes cidades como Londres e Roma, e até mesmo a Organização Mundial da Saúde, não têm diretrizes para contaminação por chumbo ao ar livre.

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