Líderes das delegações dos países que participaram da cúpula do Brics posam para foto no último dia do encontro, em 24 de outubro de 2024, em Kazan, na Rússia. — Foto: Alexander Nemenov, Pool Photo via AP
Os líderes dos países-membros e observadores do Brics posaram para a tradicional foto no último dia da cúpula do bloco, nesta quinta-feira (24). Neste ano, o evento foi realizado em Kazan, na Rússia, e teve o presidente russo Vladimir Putin em evidência, o presidente venezuelano Nicolás Maduro sendo barrado pelo Brasil e discussões por ampliação do bloco econômico.
País aspirante a integrar do Brics, a Venezuela ficou de fora da lista se tornar parceiro do bloco econômico que tem Brasil, Rússia, Índia e China e África do Sul como países principais. A decisão coincidiu com o desejo do Brasil --a relação entre Maduro e Lula está estremecida desde a eleição presidencial venezuelana, em que o presidente foi declarado reeleito em um pleito com falta de transparência.
Apesar de ter sido barrado pelo Brasil, Maduro apareceu na foto oficial. Ele viajou para Kazan e chegou na terça-feira (22), no segundo dia do evento. O presidente venezuelano defende a entrada do país no bloco, mas nem Putin defendeu a inclusão da Venezuela aos parceiros do Brics.
Durante as conversas na cúpula do Brics, foi discutida uma possível ampliação do bloco com a criação da posição de "países parceiros". Segundo especialistas, essa discussão ampliou a influência geopolítica da Rússia e da China.
Putin em evidência
Vladimir Putin na cúpula do Brics — Foto: Alexander NEMENOV / POOL / AFP
Vladimir Putin esteve em evidência na cúpula 2024 do Brics. O presidente russo defendeu uma "nova ordem mundial multipolar". A Rússia considera o bloco de países emergentes uma alternativa às organizações lideradas pelas potências ocidentais, como o G7, e é respaldada pelo presidente chinês Xi Jinping, aliado crucial de Moscou.
Outro fator que colocou Putin no holofote foi o local da realização da cúpula: Rússia. O país está em guerra contra a Ucrânia desde fevereiro de 2022, quando tropas russas invadiram o território ucraniano.
Ao mesmo tempo em que discursou a favor da desescalada dos conflitos no Oriente Médio, o presidente russo chamou de "ilusória" a perspectiva de uma derrota de seu país na guerra.
Nos últimos dias, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, apresentou ao parlamento ucraniano seu "plano de vitória" sobre a Rússia, que ele já havia mostrado aos EUA.
Durante a cúpula, a Rússia também demonstrou apoio à recondução de Dilma Rousseff para um novo mandato à frente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também conhecido como "banco do Brics".
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Discurso de Lula
Lula discursa por videoconferência na Cúpula do Brics em Kazan, na Rússia — Foto: Reprodução
O presidente Lula participou da reunião presidencial da cúpula do Brics por videoconferência na quarta (23). Ele não viajou a Kazan por recomendação médica após sofrer um acidente doméstico.
No discurso, Lula recorreu a temas frequentes nas suas últimas participações em fóruns internacionais, incluindo apelos contra mudança climática, crítica às guerras e defesa da taxação dos "super-ricos". Leia tudo aqui.