Papa Francisco fala para público na Basílica de Koekelberg, em Bruxelas, Bélgica. — Foto: Yves Herman/Reuters
O papa Francisco teve um encontro neste sábado (28) com representantes da comunidade católica em Bruxelas, capital da Bélgica, e voltou a ser questionado sobre os casos de agressões sexuais na Igreja belga.
Enquanto participava de uma sessão de perguntas e respostas na grande basílica do Sagrado Coração, Mia De Schamphelaere, representante de um centro de abrigo para vítimas da violência sexual no país, perguntou diretamente ao pontífice sobre o tema.
"Como a Igreja pode ver, reconhecer e aprender com as feridas dos sobreviventes? Como podemos construir uma cultura eclesiástica em que todos, jovens e idosos, homens e mulheres, se sintam seguros e protegidos?", questionou.
Na resposta, o papa enfatizou a importância de escutar "o sofrimento das vítimas", para (...) "fazê-las sentir a nossa proximidade e oferecer-lhes toda a ajuda possível, para aprender com elas a ser uma Igreja que serve a todos, sem dominar ninguém".
"Uma das raízes da violência é o abuso de poder, quando utilizamos os papéis que temos para esmagar os outros ou manipulá-los", disse o pontífice.
Na sexta-feira, Francisco teve uma reunião, a portas fechadas, com 17 vítimas de agressões sexuais no país. Em discurso feito para representantes políticos e a população, ele afirmou que a Igreja Católica deve buscar o "perdão" pelo "flagelo" dos abusos sexuais de menores de idade.
No ano passado, a Igreja belga protagonizou um grande escândalo relacionado com abusos de menores e também adoções forçadas de crianças de mães solteiras. Bispos do país pediram desculpas e solicitaram uma investigação independente sobre os casos.
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