Quase um quinto da população menor de 18 anos da UE – de 15,6 milhões de jovens – viveu abaixo da linha da pobreza em 2023 — Foto: Picture-alliance/DPA
Em torno de 400 mil crianças viveram sem teto na União Europeia (UE) e no Reino Unido em 2023, afirma um estudo sobre a exclusão residencial na Europa elaborado pela Fundação Abbé Pierre e pela Federação Europeia de Associações Nacionais que Trabalham com Desabrigados (Feantsa).
O relatório apresentado nesta quinta-feira (19) alerta que, no ano passado, "quase 14,5 milhões de crianças na Europa viveram em moradias com goteiras, umidade ou mofo", sendo que um a cada quatro menores morava em habitações superlotadas.
Além disso, quase um quinto da população abaixo dos 18 anos da UE – de 15,6 milhões de jovens – viveu abaixo da linha da pobreza.
A Fundação Abbé Pierre e a Feantsa estimam que, no ano passado, 1,2 milhão de pessoas na UE e no Reino Unido viviam na rua, em abrigos noturnos ou alojamentos temporários.
Leia também:
Precariedade e a pobreza energética
O relatório também destaca a relação entre a precariedade e a pobreza energética nos países da UE. O índice de preços de energia aumentou de 105,4 pontos em janeiro de 2021 para 158,1 em dezembro de 2023, o que representa um aumento de 50%, segundo dados da agência europeia de estatísticas Eurostat utilizados na análise.
Entre 2021 e 2023, os preços de eletricidade e gás aumentaram 35,8% e 61,3%, respectivamente, assim como os preços dos combustíveis líquidos (71,2%) e sólidos (73%).
A consequência da alta nos preços de energia é que um a cada dez domicílios – e mais de um em cada cinco, no caso das moradias mais pobres – estava no ano passado em situação de pobreza energética.