O premiê espanhol, Pedro Sánchez, em reunião em Rabat com o primeiro-ministro do Marrocos, Aziz Akhannouch, e o chanceler do país africano, Nasser Bourita, em 2 de fevereiro de 2023. — Foto: AFP
Os dois países, muito próximos geograficamente, haviam rompido relações diplomáticas em 2021 por conta do apoio de Madri ao Frente Polisário, um grupo separatista local.
Acompanhado de 12 de seus ministros, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, presidiu uma "reunião de alto nível" com seu homólogo marroquino, Aziz Akhannouch, em Rabat.
Foi a primeira entre os dois países desde 2015.
As tensões se acirraram em 2021, depois de o governo espanhol autorizar que o líder do Frente Polisário entrasse na Espanha para tratar um problema de saúde em um hospital de Madri. A permissão revoltou o governo marroquino, que, segundo a imprensa espanhola, liberou, em retaliação, que milhares de imigrantes cruzassem a fronteira entre o Marrocos e os enclaves de Ceuta e Melilla.
Desde então, ambos tentam, sem sucesso, um acordo pelo controle da área.
Mapa com localização de Ceuta e Melilla — Foto: Elcio Horiuchi/G1
O partido esquerda Podemos, membro da coalizão do governo e que controla vários Ministérios, não quis participar da viagem a Rabat. O Podemos foi contrário ao apoio de Sánchez ao plano de autonomia marroquino.
A oposição conservadora viu sinal de fraqueza política no acordo e também criticou o fato de Sánchez não ter sido recebido por Mohammed VI no encontro desta quinta-feira.
"A ausência de Mohamed VI mancha a cúpula hispano-marroquina", noticiou o jornal El País (centro-esquerda).