Por g1


A invasão da Ucrânia iniciada em 24 de fevereiro pelo presidente russo Vladimir Putin provocou uma onda de sanções internacionais contra Moscou, especialmente por parte dos países ocidentais.

Lideradas pelo governo dos Estados Unidos e pela União Europeia (UE), as sanções têm objetivo de isolar a Rússia do mercado global, controlar de forma rigorosa a exportação e impactar diretamente o acesso do país à tecnologia de ponta.

As medidas adotadas não incluem nenhuma ação militar até o momento. Em pronunciamento, o presidente americano Joe Biden fez questão de reforçar que suas tropas não irão entrar em combate na Ucrânia.

SAIBA MAIS:

Veja os principais pontos abaixo.

Suspensão de importação de petróleo

No final de fevereiro, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, suspendeu a importação de petróleo da Rússia.

O país uma das principais exportadoras de petróleo do mundo, com cerca de 7 milhões de barris por dia. A dinâmica da guerra, por si só, havia elevado os preços do barril de petróleo para perto dos US$ 140, mas a nova sanção imposta pelos EUA vai pressionar ainda mais a restrição de oferta.

Rebaixamento de status comercial

Os Estados Unidos, junto com o G7, o grupo das nações mais industrializadas do mundo, anunciou em 11 de março que vai retirar da Rússia o status comercial de "nação mais favorecida", uma medida que abriria caminho para aumentos de tarifas para produtos russos.

A cláusula de "nação mais favorecida", conhecida nos Estados Unidos como "relação comercial permanente normal", é a pedra angular do livre comércio. É um princípio de reciprocidade e de não discriminação que rege atualmente a maioria das relações comerciais entre os países.

A aprovação final da retirada do status da Rússia será tomada em coordenação com os demais países do G7 e será decidida pelo Congresso, mas a Casa Branca já se demostrou ser amplamente favorável.

Isolamento do setor financeiro

Líderes da Comissão Europeia, França, Alemanha, Itália, Reino Unido, Canadá e Estados Unidos decidiram banir alguns bancos da Rússia do sistema Swift - sistema que permite a transferência rápida de dinheiro entre os países.

O anúncio foi feito pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e reforçado pela Casa Branca por meio de um comunicado conjunto.

Saiba o que é o Swift

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Os bancos usam o Swift, com sede na Bélgica, para enviar milhões de instruções diariamente, dando suporte a trilhões de dólares em pagamentos anuais para sustentar o comércio internacional.

Sanções ao Banco Central russo

Na madrugada de 28 de fevereiro, as sanções da União Europeia ao Banco Central russo entraram em vigor. As restrições incluem uma proibição de transações com o instituto financeiro e todos os ativos do banco na UE deverão ser congelados para impedir o financiamento da guerra.

Para os especialistas, a medida impede, por exemplo, que a Rússia consiga usar suas reservas em moeda estrangeira para estabilizar o rublo, que está apresentando queda acentuada.

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos também proibiu quaisquer transações com o Banco Central da Rússia, bem como com o fundo nacional de riqueza russo e com o Ministério de Finanças da Rússia.

Além disso, o Tesouro americano impôs sanções contra o Fundo de Investimento Direto da Rússia, assim como a seu presidente, Kirill Dmitriev, que foi citado pelo Tesouro como um conhecido aliado do presidente russo, Vladimir Putin.

Sanções fazem russos correrem aos bancos

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Veto a exportações

Os Estados Unidos limitaram as exportações para a Rússia de produtos de tecnologia destinados aos setores de defesa e aeronáutica. A Casa Branca declarou querer "sufocar a importação russa de bens tecnológicos críticos". Ou seja, deve negar as exportações de tecnologia sensível ao país. Em especial, de produtos dos setores de defesa, aviação e marítimo.

Após a reunião de cúpula de seus líderes, a União Europeia também anunciou um endurecimento das sanções contra a Rússia. De acordo com a agência AFP, as medidas incluem o veto à exportação de tecnologia, peças e serviços de aeronáutica e aeroespaciais, assim como de equipamentos para reforma de refinarias de petróleo.

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O Japão anunciou medidas "sobre as exportações para organizações russas vinculadas ao exército" e sobre "bens de uso geral, como os semicondutores". Canadá e Austrália tomaram medidas semelhantes, cancelando a permissão de exportação para a Rússia de produtos aeroespaciais, militares e de tecnologia da informação.

O Ministério das Relações Exteriores de Taiwan, país fundamental para a cadeia global de fornecimento de semicondutores, também afirmou que vai agir de forma coordenada com os EUA e parceiros em medidas contra a invasão da Ucrânia. O órgão ainda não especificou quais serão as sanções ao governo russo.

Saída de empresas

Uma lista crescente de multinacionais anunciou a saída da Rússia por conta da invasão à Ucrânia na última semana. Com sanções econômicas que desencadearam uma crise financeira no país e a possibilidade de colapso reputacional, empresas estão abandonando uma base de investimentos feitos no país desde a reabertura econômica em 1991.

A Rússia passou a receber investimentos estrangeiros com o fim da União Soviética, tornando-se uma potência na exploração de recursos naturais valiosos, como petróleo e gás natural.

Setor de energia

Os EUA e a UE também devem endurecer as sanções contra a Rússia no setor de energia. O grupo de energia Gazprom e outras grandes empresas do país não poderão obter financiamento nos mercados de crédito do Ocidente, uma medida que já era aplicada contra o governo russo.

Espaço aéreo

A União Europeiaanunciou o fechamento do espaço aéreo para todos os aviões russos, inclusive jatos privados. Também deve banir a mídia do Kremlin e impor um novo pacote de sanções ao governo de Belarus.

Com muitos países fechando ou anunciando o fechamento de seu espaço aéreo, o tráfego aéreo russo se vê diante de uma zona de exclusão muito grande na Europa, forçando os voos a grandes desvios.

Restrições a indivíduos

Além disso, as sanções afetam indivíduos nos círculos de poder, com o congelamento de ativos ou proibição de entrada no território da UE, que são adicionadas às aplicadas na quarta-feira contra personalidades próximas a Putin.

Belarus, acusada de envolvimento na invasão, será objeto de medidas adicionais. Além disso, o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou sanções contra 24 pessoas e organizações bielorrussas.

A Suíça decidiu não se alinhar com as sanções ocidentais à Rússia, mas atuará para evitar que o país seja usado por Moscou para 'driblar' as medidas punitivas que afetam o governo russo, declarou seu presidente Ignazio Cassis.

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