Por Tom Bergin, Reuters — Londres


Veículos militares ucranianos passam pela Praça da Independência, no centro de Kiev, nesta quinta (24). — Foto: Daniel Leal/AFP

A invasão da Ucrânia pela Rússia intensificou a pressão por sanções econômicas mais duras contra Moscou, incluindo potencialmente fechar o país de fora da Swift – a principal rede de pagamentos internacionais do mundo – atingindo o comércio russo e tornando mais difícil para as empresas russas fazer negócios.

O que é Swift?

Swift, ou "Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais", é um sistema de mensagens seguro que facilita pagamentos rápidos além-fronteiras, facilitando o fluxo de comércio internacional.

Os bancos que se conectam ao sistema Swift e estabelecem relacionamentos com outros bancos podem usar mensagens Swift para efetuar pagamentos.

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As mensagens são seguras para que as instruções de pagamento sejam normalmente cumpridas sem questionamentos. Isso permite que os bancos processem grandes volumes de transações com rapidez.

Tornou-se o principal mecanismo de financiamento do comércio internacional. Em 2020, cerca de 38 milhões de "mensagens FIN" Swift foram enviadas todos os dias pela plataforma Swift, de acordo com sua Revisão Anual de 2020. A cada ano, trilhões de dólares são transferidos usando o sistema.

A quem pertence a Swift?

A Swift, fundada na década de 1970, é uma cooperativa de milhares de instituições membros que utilizam o serviço.

Com sede na Bélgica, a Swift registrou um lucro de 36 milhões de euros em 2020, com base em sua Revisão Anual de 2020. É executado principalmente como um serviço aos seus membros.

Por que um banimento Swift seria tão sério?

Se a Swift excluísse os bancos russos, restringiria o acesso do país aos mercados financeiros em todo o mundo.

Empresas e indivíduos russos teriam mais dificuldade em pagar por importações e receber dinheiro para exportações, emprestar ou investir no exterior.

Os bancos russos podem usar outros canais para pagamentos, como telefones, aplicativos de mensagens ou e-mail. Isso permitiria que os bancos russos fizessem pagamentos por meio de bancos em países que não impuseram sanções, mas como as alternativas provavelmente serão menos eficientes e seguras, os volumes de transações podem cair e os custos aumentar.

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Como a proibição Swift da Rússia afeta outros países?

Se os bancos russos fossem cortados do Swift, os exportadores achariam a venda de mercadorias para a Rússia mais arriscada e mais cara.

A Rússia é um grande comprador de produtos manufaturados. A Holanda e a Alemanha são seus segundo e terceiro maiores parceiros comerciais, com base nos dados do Banco Mundial, embora a Rússia não seja um dos 10 principais mercados de exportação para nenhum dos dois países.

Os compradores estrangeiros de produtos russos também teriam mais dificuldade, levando-os a buscar fornecedores alternativos.

Mas quando se trata de petróleo e gás russos, os compradores estrangeiros podem achar mais difícil encontrar fornecedores substitutos.

A Rússia é o principal fornecedor da UE de petróleo bruto, gás natural e combustíveis fósseis sólidos, segundo a Comissão Europeia.

É improvável que a proibição da Rússia do Swift seja acordada nesta fase, disseram várias fontes da UE.

O que a Swift vai fazer?

No passado, a Swift resistiu aos apelos para impor proibições a certos países.

Ele se descreve como neutro e disse que não tomaria uma decisão de desconectar instituições como resultado de pressão política.

A Swift está limitada a sanções econômicas?

A Swift, com sede na Bélgica, está vinculada às regras belgas e da União Europeia, que incluem sanções econômicas.

O site da Swift diz: “Embora as sanções sejam impostas independentemente em diferentes jurisdições ao redor do mundo, a Swift não pode escolher arbitrariamente qual regime de sanções da jurisdição seguir”.

Em março de 2012, a União Europeia proibiu a Swift de atender empresas e indivíduos iranianos que haviam sido sancionados em relação ao programa nuclear de Teerã. A lista incluía o banco central e outros grandes bancos.

Um porta-voz da Swift se recusou a dizer como a organização responderia a quaisquer sanções dos EUA.

(Reportagem de Tom Bergin; edição de John O'Donnell e Jane Merriman.)

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