Por Delis Ortiz, TV Globo — Brasília


Ministro da Defesa: Rússia destruiu 74 objetos militares da Ucrânia

Ministro da Defesa: Rússia destruiu 74 objetos militares da Ucrânia

O Ministério das Relações Exteriores brasileiro divulgou nota nesta quinta-feira (24) em que pede a suspensão imediata das "hostilidades" da Rússia à Ucrânia.

A nota, divulgada no fim da manhã desta quarta, é a primeira manifestação oficial do governo brasileiro após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

"O Governo brasileiro acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Federação da Rússia contra alvos no território da Ucrânia. O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil", diz a nota do Itamaraty (leia a íntegra ao final desta reportagem).

O presidente Jair Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre a invasão da Ucrânia. Em uma rede social, ele escreveu: "Estou totalmente empenhado no esforço de proteger e auxiliar os brasileiros que estão na Ucrânia. Nossa Embaixada em Kiev permanece aberta e pronta a auxiliar os cerca de 500 cidadãos brasileiros que vivem na Ucrânia e todos os demais que estejam por lá temporariamente".

A invasão começou na madrugada desta quinta-feira (24), no horário de Brasília, por ordem do presidente russo Vladimir Putin. Os russos invadiram a partir de vários pontos da fronteira.

Há imagens de explosões e movimentações de tanques em diferentes cidades ucranianas. Putin disse às forças ucranianas que deponham as armas e voltem para casa.

Militares ucranianos se preparam para repelir um ataque na região de Lugansk, na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022 — Foto: Anatolii Stepanov/AFP

Milhares de moradores de Kiev começaram a deixar a capital da Ucrânia nas primeiras horas desta quinta, após a Rússia iniciar a invasão. A cidade começa a viver um caos.

Os Estados Unidos reagiram imediatamente afirmando que o ataque da Rússia é injustificável e que pagará pelo que está causando ao mundo.

Viagem à Rússia

Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro visitou a Rússia e se encontrou com o presidente Vladimir Putin.

Ao lado de Putin, Bolsonaro disse que é solidário à Rússia, sem especificar sobre o que se referia essa solidariedade. A declaração do presidente criou um desgaste para a diplomacia brasileira, em especial com os Estados Unidos.

Os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e da Rússia, Vladimir Putin, encontraram-se no Kremlin, em Moscou, no dia 16 de fevereiro de 2022 — Foto: Alan Santos/PR

Mourão

Mais cedo, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que o Brasil não concorda com a invasão da Ucrânia pela Rússia.

“O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que ele respeita a soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com uma invasão do território ucraniano. Isso é uma realidade”, afirmou Mourão na chegada ao Palácio do Planalto.

Leia a íntegra da nota do Ministério das Relações Exteriores:

"O Governo brasileiro acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Federação da Rússia contra alvos no território da Ucrânia.

O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil.

Como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil permanece engajado nas discussões multilaterais com vistas a uma solução pacífica, em linha com a tradição diplomática brasileira e na defesa de soluções orientadas pela Carta das Nações Unidas e pelo direito internacional, sobretudo os princípios da não intervenção, da soberania e integridade territorial dos Estados e da solução pacífica das controvérsias."

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