03/12/2015 16h06 - Atualizado em 03/12/2015 18h19

Polícia encontra bombas em casa de suspeitos de tiroteio na Califórnia

Número de feridos subiu de 17 para 21, diz chefe da polícia.
FBI diz que é 'muito cedo' para especular sobre as motivações do crime.

Do G1, em São Paulo

A polícia de San Bernardino encontrou 12 artefatos explosivos na casa do casal suspeito de promover o tiroteio desta quarta-feira em um centro comunitário da cidade, que deixou 14 mortos. O número de feridos foi atualizado nesta tarde em coletiva de imprensa do chefe da polícia da cidade, Jarrod Burguan, e subiu de 17 para 21.

O tiroteio ocorreu no Inland Regional Center, uma instituição que atende "pessoas com deficiências de desenvolvimento". O FBI está investigando o caso, e ainda não se sabe qual eram exatamente os planos e a motivação dos suspeitos, que morreram após perseguição e confronto com agentes de segurança.

Os peritos ainda encontraram na casa do casal cerca de 5 mil projéteis para fuzil de assalto e, no centro comunitário, um dispositivo com 3 bombas de fabricação caseira e um controle remoto, que aparentemente não funcionou, segundo Burguan.

Vítimas de tiroteio na Califórnia são socorridas (Foto: Reprodução/GloboNews)Vítimas de tiroteio na Califórnia são socorridas (Foto: Reprodução/GloboNews)

O presidente americano Barack Obama comentou nesta quinta que ainda não se sabe a motivação do ataque. Ele disse que o caso pode ter "relação com terror, mas pode ter relação com o trabalho".

Segundo o FBI, ainda é "muito cedo" para especular sobre as motivações do crime. "Seria irresponsável da minha parte falar de terrorismo", afirmou David Bowdich, um agente do FBI em Los Angeles, durante a entrevista desta quinta.

No entanto, Bowdich destacou que as primeiras investigações apontam que os autores do ataque teriam "uma missão" com objetivo ainda indeterminado.

Testemunhas contactas pelos investigadores sugeriram que o assassinato em massa poderia estar relacionado com um desentendimento no trabalho, envolvendo um dos suspeitos, funcionário dos serviços de Saúde Pública de San Bernardino. Burguan mencionou que o casal "estava claramente preparado".

Suspeitos
Os suspeitos são Syed Farook, um homem de 28 anos e de nacionalidade americana, e Tashfeen Malik, uma mulher de 27 anos e de nacionalidade desconhecida

Burguan disse na coletiva que as armas usadas pelos suspeitos foram obtidas legalmente. Também afirmou que cerca de 300 policiais responderam ao incidente, e que os suspeitos dispararam entre 65 e 70 tiros de rifles na cena do crime e outros 76 tiros durante o confronto com a polícia. Eles tinham cerca de 1.600 munições quando foram mortos.

O nome das vítimas começarão a ser divulgados nesta quinta. O chefe da polícia também afirmou que Farook não tinha registros criminais.

Cartucho deflagrado no chão perto em local isolado pela pólícia após ação de até três atiradores em San Bernardino, na Califórnia (Foto: Mario Anzuoni/Reuters)Cartucho deflagrado no chão perto em local isolado pela pólícia após ação de até três atiradores em San Bernardino, na Califórnia (Foto: Mario Anzuoni/Reuters)

Farook era um funcionário do condado que trabalhava no edifício em que aconteceu o massacre e que, na quarta-feira, compareceu a uma confraternização que acontecia no local por ocasião do Natal, mas que deixou o local "enfurecido" para retornar depois, armado e com sua parceira, para iniciar o ataque.

Os dois tinham um filho de 6 meses, que deixaram pela manhã a mãe de Farook, dizendo que iriam a uma consulta médica.

O suspeito tinha trabalhado durante cinco anos como especialista em meio ambiente para o condado de San Bernardino no Inland Regional Center, o centro de assistência para pessoas com necessidades especiais onde aconteceu o tiroteio.

Em um primeiro momento, se falou sobre a possibilidade de que haveria um terceiro atirador, uma pessoa que foi detida no local do enfrentamento entre os policiais e os suspeitos. No entanto, as investigações se concentram agora na hipótese de que Farook e Malik foram os únicos responsáveis pelo massacre no Inland Regional Center.

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