A polícia de San Bernardino encontrou 12 artefatos explosivos na casa do casal suspeito de promover o tiroteio desta quarta-feira em um centro comunitário da cidade, que deixou 14 mortos. O número de feridos foi atualizado nesta tarde em coletiva de imprensa do chefe da polícia da cidade, Jarrod Burguan, e subiu de 17 para 21.
O tiroteio ocorreu no Inland Regional Center, uma instituição que atende "pessoas com deficiências de desenvolvimento". O FBI está investigando o caso, e ainda não se sabe qual eram exatamente os planos e a motivação dos suspeitos, que morreram após perseguição e confronto com agentes de segurança.
Os peritos ainda encontraram na casa do casal cerca de 5 mil projéteis para fuzil de assalto e, no centro comunitário, um dispositivo com 3 bombas de fabricação caseira e um controle remoto, que aparentemente não funcionou, segundo Burguan.
O presidente americano Barack Obama comentou nesta quinta que ainda não se sabe a motivação do ataque. Ele disse que o caso pode ter "relação com terror, mas pode ter relação com o trabalho".
Segundo o FBI, ainda é "muito cedo" para especular sobre as motivações do crime. "Seria irresponsável da minha parte falar de terrorismo", afirmou David Bowdich, um agente do FBI em Los Angeles, durante a entrevista desta quinta.
No entanto, Bowdich destacou que as primeiras investigações apontam que os autores do ataque teriam "uma missão" com objetivo ainda indeterminado.
Testemunhas contactas pelos investigadores sugeriram que o assassinato em massa poderia estar relacionado com um desentendimento no trabalho, envolvendo um dos suspeitos, funcionário dos serviços de Saúde Pública de San Bernardino. Burguan mencionou que o casal "estava claramente preparado".
Suspeitos
Os suspeitos são Syed Farook, um homem de 28 anos e de nacionalidade americana, e Tashfeen Malik, uma mulher de 27 anos e de nacionalidade desconhecida
Burguan disse na coletiva que as armas usadas pelos suspeitos foram obtidas legalmente. Também afirmou que cerca de 300 policiais responderam ao incidente, e que os suspeitos dispararam entre 65 e 70 tiros de rifles na cena do crime e outros 76 tiros durante o confronto com a polícia. Eles tinham cerca de 1.600 munições quando foram mortos.
O nome das vítimas começarão a ser divulgados nesta quinta. O chefe da polícia também afirmou que Farook não tinha registros criminais.
Farook era um funcionário do condado que trabalhava no edifício em que aconteceu o massacre e que, na quarta-feira, compareceu a uma confraternização que acontecia no local por ocasião do Natal, mas que deixou o local "enfurecido" para retornar depois, armado e com sua parceira, para iniciar o ataque.
Os dois tinham um filho de 6 meses, que deixaram pela manhã a mãe de Farook, dizendo que iriam a uma consulta médica.
O suspeito tinha trabalhado durante cinco anos como especialista em meio ambiente para o condado de San Bernardino no Inland Regional Center, o centro de assistência para pessoas com necessidades especiais onde aconteceu o tiroteio.
Em um primeiro momento, se falou sobre a possibilidade de que haveria um terceiro atirador, uma pessoa que foi detida no local do enfrentamento entre os policiais e os suspeitos. No entanto, as investigações se concentram agora na hipótese de que Farook e Malik foram os únicos responsáveis pelo massacre no Inland Regional Center.