Os espanhóis comparecem às urnas neste domingo (20) para as eleições gerais mais indefinidas da história da jovem democracia do país, após o surgimento dos partidos "Ciudadanos" e Podemos, que podem dificultar um novo governo dos conservadores do Partido Popular (PP), no poder desde 2011.
Os candidatos que já foram votar aproveitaram aproveitaram para encorajar todos os espanhois a participar da eleição, marcada pela expectativa com os resultados.
Um dos primeiros candidatos a votar, Mariano Rajoy falou com a imprensa logo após depositar seu voto na urna, em um colégio de Madri junto com sua esposa, Elvira Fernández.
"O único que cabe esperar de uma jornada como esta, e o que todos desejamos, é que o maior número de pessoas possível participe porque se trata de tomar uma decisão muito importante, com todos votando livremente e com conhecimento suficiente de causa. É o ato mais democrático de todos", acrescentou o presidente de governo.
O índice de participação era de 36,94% após cinco horas de urnas abertas, pouco menos de 1% menor que na mesma hora da eleição de 2011, segundo dados oficiais.
O subsecretário de Interior, Luis Aguilera Ruiz, assinalou em entrevista coletiva que "a normalidade está sendo a tônica da jornada", e que não houve incidentes significativos.
Os 3,5 milhões de eleitores espanhois devem escolher hoje os 350 deputados do Congresso e 208 dos 266 senadores, que elegerão o governo da próxima legislatura.
As urnas abriram às 9h (6h de Brasília) e a votação vai até âs 20h.
Bipartidarismo
A eleição de hoje marcada pela expectativa com os resultados, já que está é a primeira vez em décadas em que o bipartidarismo de PP (no poder, centro-direita) e de PSOE (socialistas), que se alternam no poder desde 1982, está ameaçado.
Os responsáveis por esta mudança são os partidos Ciudadanos (liberais centristas) e Podemos (esquerda), duas formações emergentes que as pesquisas apontam na terceira e na quarta posição com percentuais significativos, e que, no cenário sem maiorias que as pesquisas indicam, serão necessários para formar governo.
O líder socialista, Pedro Sánchez, também encorajou todos os espanhois a votar, "já que a jornada de hoje é uma jornada histórica que cheira a mudança".
"Precisamos de governos que pensem na maioria dos espanhóis. Por isso, que ninguém fique em casa", assinalou o líder da oposição, que votou em Madri acompanhade de sua esposa.
Diante da incerteza do resultado das urnas, Sánchez expressou esperança de que "se produza essa mudança de rumo que a Espanha necessita e que tanto reivindica a maioria de espanhóis".
O candidato do Ciudadanos, Albert Rivera, também fez um pedido por mobilização e pediu uma participação "recorde": "Se queremos mudar a Espanha é preciso participar".
Rivera encorajou especialmente os indecisos e os jovens a votar, parcela do eleitorado que habitualmente se abstêm, pois, segundo ele, esse é um momento em que a "Espanha vive uma segunda transição democrática".
O candidato do Podemos, Pablo Iglesias, se mostrou convencido de que a história da Espanha mudará após as eleições de hoje, e definiu a jornada como o começo de "uma nova transição".
Após exercer seu direito a voto no popular bairro madrilenho de Vallecas, o candidato de esquerda à presidência de governo encorajou os espanhóis a votar e se declarou "feliz e nada nervoso, porque meu partido tem a sensação de ter feito bem seus deveres, e os cidadãos vão dar uma lição de democracia".
As urnas foram abertas às 9h (6h em Brasília) sem incidentes em toda a Espanha para os 36,5 milhões de eleitores que devem escolher os 350 deputados do Congresso e 208 senadores, que elegerão o governo da próxima legislatura.