Syed Farook não era ligado a nenhum grupo militante terrorista e ninguém de sua família - que está "em completo choque" - tinha conhecimento de que ele planejava algum tipo de ataque. As afirmações são do advogado da família, Mohammad Abuershaid, que concedeu uma entrevista coletiva na sexta (4).
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Um segundo advogado presente à entrevista, David Chesley, afirmou ainda que colegas de trabalho de Farook o provocavam e faziam piadas com sua barba. Ele também disse que, apesar disso, o acusado não tinha qualquer registro de comportamento agressivo e nunca havia brigado com os colegas.
O jovem trabalhava como inspetor de alimentos no Departamento de Saúde de San Bernardino e o ataque aconteceu durante um evento de confraternização de funcionários do mesmo departamento. Farook chegou a participar da festa, mas logo saiu, aparentemente contrariado após uma discussão, segundo testemunhas.
Abuershaid também falou sobre o comportamento da mulher de Farook, a paquistanesa Tashfeen Malik, que chegou aos EUA em 2014 e não falava inglês muito bem.
Ele disse que Malik era uma mulher bem educada, carinhosa, que falava pouco e pareceu muito doce à família de Farook, que não a conhecia muito bem. "Ela era muito reservada e se mantinha bastante isolada", acrescentou, descrevendo-a como uma dedicada dona de casa e mãe.
O advogado confirmou que Farrok e Malik se encontraram pela primeira vez em 2013, na Arábia Saudita, quando o americano foi participar da peregrinação do Hajj. O casal tinha um bebê de seis meses, que está sob cuidados de assistentes sociais.
Os advogados comentaram ainda que Farook reformava um carro antigo em sua garagem, mas que membros de sua família não costumavam ter acesso ao local, nem mesmo sua mãe, que morava com ele. Eles não souberam dizer se as armas do casal eram guardadas ali. Os parentes sabiam apenas que Farook tinha duas pistolas.
Abuershaid disse que, após o ataque, parentes de Farook sofreram ameaças e que desativaram perfis em redes sociais após mensagens ofensivas. Um homem, inclusive, teria sido erroneamente identificado como irmão de Syed.
Chesley contou que a mãe de Farrok, Rafia, foi detida por sete horas pelo FBI e alertada de que só seria liberada quando seus outros filhos fossem depor. Ele descreveu a experiência como "extremamente traumática", especialmente para alguém que havia acabado de perder seu filho e descobrir que ele era o autor de um violento ataque.
Mais cedo, o diretor do FBI James Comey já havia afirmado que, mesmo com sinais de que Syed Farook e Tashfeen Malik fossem radicalizados, não há evidências de que eles pertencessem a alguma célula terrorista.
Ataque
Sayed Farook, de 28 anos, e a mulher dele, Tashfeen Malik, de 27, são acusados de disparar tiros no Inland Regional Center, uma instituição que atende "pessoas com deficiências de desenvolvimento", deixando 14 mortos e 21 feridos na quarta (2).
A polícia de San Bernardino informou que encontrou na casa do casal 12 artefatos explosivos e cerca de 5 mil projéteis para fuzil de assalto. No centro comunitário, foi encontrado um dispositivo com 3 bombas de fabricação caseira e um controle remoto, que aparentemente não funcionou, segundo o chefe da polícia.