04/11/2013 10h36 - Atualizado em 04/11/2013 10h44

Possível espionagem da NSA é ultrajante, diz presidente do Google

Agência teria espionado centros de dados da empresa, disse jornal.
Se for verdadeira, prática é potencialmente ilegal, afirmou Eric Schmidt.

Da Reuters

O chairman do Google, Eric Schmidt, disse que a disseminada espionagem do governo dos Estados Unidos sobre os centros de dados da sua companhia é ultrajante e potencialmente ilegal se for verdade, informou o jornal "Wall Street Journal".

"É realmente ultrajante que a NSA tenha olhado entre os data centers do Google, se isso for verdade", disse Schmidt em entrevista.

Schmidt disse ao jornal na entrevista realizada em Hong Kong ter registrado reclamações junto à Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês), ao presidente Barack Obama e a membros do Congresso norte-americano.

De acordo com uma reportagem do jornal "Washington Post" publicada na última quarta-feira, a NSA grampeou diretamente as conexões utilizadas por Google e Yahoo para movimentar informações de usuários entre centros de dados internacionais.

Em resposta à reportagem, a NSA alegou que a sugestão de que se baseou em uma ordem presidencial sobre a coleta de inteligência no estrangeiro, de modo a contornar restrições legais nacionais, "não é verdade".

"Eu posso lhe dizer factualmente que nós não temos acesso aos servidores do Google, aos servidores do Yahoo", disse o diretor da NSA, general Keith Alexander, em uma conferência na semana passada.

Procurada pelo "Wall Street Journal", a NSA remeteu a seus comunicados anteriores de que as reportagens sobre a coleta de dados feita pela NSA distorceram fatos e descaracterizaram as atividades da NSA.

Schmidt disse na entrevista que a NSA supostamente coletou registros telefônicos de 320 milhões de pessoas como meio de identificar cerca de 300 pessoas que podem estar em risco.

"É simplesmente uma má política pública e talvez ilegal", disse ele ao jornal.

Eric Schmidt, presidente do conselho do Google, realizou palestra na Universidade de Harvard na quinta-feira (25) (Foto: Jessica Rinaldi/Reuters)Eric Schmidt, do Google (Foto: Jessica Rinaldi/Reuters)
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