11/03/2011 10h47 - Atualizado em 11/03/2011 14h17

Brasileiros que moram no Japão falam sobre tremor desta sexta-feira

Terremoto de magnitude 8,9 já causou pelo menos 60 mortes.
O tremor foi o 7º pior da história, e também o pior já registrado no Japão.

Thassia OhphataEspecial para o G1, em Ota, província de Gunma

Marli e Cristina no carro em que estão em carro em estacionamento (Foto: Thassia Ohphata/G1)Marli e Cristina no carro em que estão juntas em
estacionamento (Foto: Thassia Ohphata/G1)

“Vi tudo cair, as coisas das lojas, parte do teto. Foi um desespero até encontrarmos a saída de emergência”, disse Marli Mariko Abematsu, 38. A paulista de Praia Grande estava com amigas e as três filhas num shopping center na cidade de Ota (Gunma), no momento em que um forte terremoto de magnitude 8,9 atingiu o Japão nesta sexta-feira (11). "Logo pensei, vamos morrer todas juntas.”

O abalo já causou a morte de pelo menos 60 pessoas no país e gerou um tsunami (onda gigante com potencial destrutivo) que ameaça países da costa do Oceano Pacífico. O tremor foi o 7º pior da história, segundo o Serviço Geológico dos EUA, e também o pior já registrado na história do Japão.

Há 22 anos no Japão, Marli já passou por outros terremotos, mas nenhum a assustou tanto quanto o desta sexta. “Já passei pelo terremoto de Niigata em 2004, que também foi bem forte, mas acho que não foi a metade do que foi o de hoje”, lembra ela. Assim que saiu do shopping, ela, as filhas e a amiga foram até o estacionamento de uma escola brasileira que está servindo de abrigo aos brasileiros que vivem naquela região. “Ainda não fui para casa, mas minha irmã já passou lá e encontrou as portas e janelas abertas por causa dos tremores.”

Aos amigos e familiares que estão no Brasil, Marli deixa o recado: “Foi um susto, mas estão todos bem”, diz. “Agora é preciso estarmos unidos. Acho que se não fossem os amigos, não sei se iria aguentar.”

Cristina Freire, 50 anos, vive em Oizumi (Gunma). No momento do tremor, ela estava no trabalho. Agora, está no mesmo carro que Marli. “Trabalho em fábrica de plásticos e a porta imediatamente travou. Três pessoas passaram muito mal”, conta ela, que já foi dispensada logo em seguida. “Naquele momento queria mais ajudar as pessoas que passavam mal. Teve uma colega que ficou bem ruim”, acrescenta a santista, que vive já 10 anos no Japão.

Assim que chegou em seu apartamento, ela diz que se assustou ao ver os objetos caídos e sem energia elétrica. “A televisão estava caída, o microondas estava longe de onde fica, as portas do armário abriram e os objetos e a comida caíram. Está tudo virado”, diz ela. “O medo passou. Está tudo bem," garantiu.
 

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