Delegacia Especializada de Meio Ambiente — Foto: PJC
A Polícia Civil cimpriu mandados de busca e apreensão contra investigador por fraudar notas para empresas do agro, em Sapezal, a 473 km de Cuiabá, nesta quarta-feira (18)
As investigações apontaram que o funcionário de uma fazenda em Sapezal, encarregado pelos setores de lubrificação e abastecimento, fez o cadastro de serviços de manutenção de pneus dos veículos da propriedade em uma prestadora de serviços em Rondonópolis.
A empresa emitiu 250 notas fiscais, que totalizaram R$ 3 milhões, sem que tenha realizado efetivamente os serviços para a fazenda. Em seguida, a empresa fez uma apuração interna e constatou que não houve registros de entrada e saída de pneus naquele período, ainda conforme as investigações.
Notas frias
A prestadora de serviços tinha como atividade principal a consultoria em gestão empresarial. Já o serviço de borracharia, era uma atividade secundária e, conforme investigado, os valores nas notas fiscais emitidas pela prestadora, além de não condizer com o que foi prestado, são incompatíveis com a demanda gerada pela fazenda de Sapezal.
Somente em 2023, a agropecuária pagou o valor de R$ 1.226.674,22 em notas fiscais de serviços que não foram realizados. Neste ano, o valor foi ainda maior, chegando a R$ 1.636.327,32, informou a polícia.
Uma comparação entre os serviços pagos na fazenda de Sapezal e em outra propriedade do mesmo grupo, que tem o dobro de veículos, mostrou que a agropecuária pagou quase dez vezes mais em Sapezal por recapagem.
O computador corporativo utilizado pelo investigado mostrou uma proposta comercial relativa à empresa prestadora de serviço em que constavam 181 revisões, sugerindo modificações no mesmo documento antes de sua conversão para o arquivo em PDF. Na conta corporativa de e-mail dele, não havia nenhum orçamento recebido da empresa de serviços em Rondonópolis, mas, tinha diversas notas fiscais, em nome dessa empresa, para os setores responsáveis por lançamentos e pagamentos.