Por José Câmara, g1 MS — Mato Grosso do Sul


Porto Murtinho (MS), a 440 km de Campo Grande, será um dos principais acessos brasileiros à rota bioceânica. Com o desenvolvimento acelerado a Polícia Militar do município teme pelo avanço abrupto que poderá ser causado com a construção da ponte que ligará a cidade à Carmelo Peralta, no Paraguai.

Atualmente, Porto Murtinho conta com um efetivo de apenas 15 policiais na PM. Segundo o sargento Gregório Ferreira, que está na corporação há 30 anos, o desafio para a cidade é a mudança do "status" de um município tranquilo para um "bem agitado".

"Hoje vivemos em uma cidade muito tranquila. O aumento de pessoas que estarão passando por Porto Murtinho será muito maior. Então, já se espera um tráfego de pessoas muito maior, além do aumento de criminalidade".

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A Polícia Militar de Porto Murtinho é subordinada ao pelotão de Jardim (MS), cidade vizinha. Com a chegada do desenvolvimento, o município que está às margens do Rio Paraguai deverá ganhar título próprio.

Com as mudanças, esperasse que o efetivo de PMs dobre. Além do ganho para a Polícia Militar, Ferreira detalhou que Porto Murtinho deve ganhar reforço das Polícias Federal e Rodoviária Federal.

"Com esta questão do possível tráfico de drogas, a esperança é que ganhemos uma equipe do Departamento de Operações de Fronteira (DOF). Com a demanda que está para vir com a construção da ponte, estamos preocupados, mas com certeza o preparo existe", detalha o sargento.

O sargento vê que a logística na segurança pública de Porto Murtinho está em avanço. "Hoje vivemos em uma cidade completamente pacata, tranquila. Com a construção da ponte que interligará o Pacífico, também irá trazer preocupação", finaliza.

Atualmente, Porto Murtinho conta com um efetivo de apenas 15 policiais na PM — Foto: José Câmara/ g1 MS

O que é a Rota Bioceânica?

A rota bioceânica é um corredor rodoviário com extensão de 2.396 quilômetros que pretende ligar quatro países (Argentina, Brasil, Chile e Paraguai) por meio de uma única via terrestre. Além de encurtar distâncias, a construção multinacional tem a ideia de ampliar a cultura dos países da América do Sul, consequentemente o turismo.

Conforme estudos do do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul (Setlog/MS), deve encurtar em mais de 8 mil quilômetros de rota marítima a distância nas exportações brasileiras para a Ásia. Com isso, poderá haver acréscimo entre negociações, além de promover integração cultural e do turismo.

Quando estiver pronta, a Rota Bioceânica vai encurtar a distância percorrida pelos produtos brasileiros rumo ao mercado asiático, integrar Brasil, Paraguai, Argentina e Chile e, para especialistas, transformar Mato Grosso do Sul em um hub logístico, um centro de distribuição de mercadorias.

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