21/07/2011 18h13 - Atualizado em 21/07/2011 18h13

Bruno pode se casar ainda este ano com Ingrid Oliveira, diz advogado

Goleiro aguarda conclusão de divórcio para celebrar união com noiva.
Defesa deve pedir autorização da Justiça para casamento civil em presídio.

Do G1 MG

Ingrid Calheiros Oliveira, namorada de Bruno e autora da denúncia contra a juíza da Comarca de Esmeraldas, beija o goleiro preso, durante sessão da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte. (Foto: Alex de Jesus/O Tempo/AE)Bruno e Ingrid se beijam em audiência na ALMG, em BH.
(Foto: Alex de Jesus/O Tempo/AE)

O advogado Claudio Dalledone Júnior, defensor do goleiro Bruno, disse ao G1 nesta quinta-feira (21) que a expectativa de Bruno e da noiva Ingrid Oliveira é que o casamento entre os dois seja oficializado ainda este ano. Segundo Dalledone, o casal vai celebrar a união mesmo que Bruno continue preso.

“A ideia é agora esse ano ainda. O Bruno preso ou solto, o casamento irá acontecer”, disse Dalledone. Para que o casamento seja firmado, é preciso que o divórcio do goleiro com Dayanne Souza seja homologado pela Justiça.

 O advogado que cuida das questões relativas à separação de Bruno, Luis Gustavo Trotta, contou que o processo está sendo feito de forma consensual e amigável, e questões como a partilha de bens já estão definidas. Falta ajustar detalhes da pensão para as duas filhas do casal, da guarda e das visitas.

“A princípio será um divórcio consensual, nós estamos definindo os valores da pensão e a partilha dos bens já está definida”, disse. O advogado falou que deve se reunir com Dayanne para acertar algumas coisas relacionadas à separação e a valores. “Seria [discutido na reunião] o divórcio, com a partilha dos bens, alimentos para os menores, guarda e visitação”, explicou Trotta. O Advogado de Dayanne, Francisco Simin, também confirmou o encontro para acertar os detalhes do divórcio.

Se Bruno ainda estiver preso, o casamento deve ser celebrado na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH. Trotta falou que, para isso, vai pedir uma autorização da Justiça.

“Nós vamos requerer junto a magistrada a habilitação para o casamento, mediante procuração. E aí podemos ver a possibilidade de que um cartório vá até o presídio para realizar o ato. Na verdade é colher assinatura . Não vai existir o casamento no religioso, seria só no civil.”

 O advogado disse ainda que a prioridade agora é concluir o processo de divórcio. Após essa etapa, as questões sobre o casamento serão definidas. “Estando tudo organizado, o interesse da senhora Ingrid é proceder assim que possível e do Bruno também”, concluiu.

Entenda o caso
A jovem Eliza Samudio mudou-se para o Rio de Janeiro no início de 2009. Em abril ou maio do mesmo ano, ela conheceu o goleiro Bruno e os dois tiveram um relacionamento. Em outubro, ela fez um boletim de ocorrência por agressão e sequestro no Rio. Nessa época, Eliza relatou a um órgão da imprensa que estaria grávida do goleiro.

Em fevereiro de 2010, a jovem deu à luz um menino e alegou que o atleta era o pai da criança. Segundo a polícia, entre os dias 5 e 8 de junho, Eliza foi levada do Rio para Minas. Ainda segundo a polícia, no dia 9 de junho, ela foi levada do sítio do Bruno, em Esmeraldas para Vespasiano. Ambas as cidades ficam na Grande BH. A mulher teria sido morta, na madrugada do dia 10, em Vespasiano.

Ex-namorada do goleiro Bruno chega ao Rio (Foto: Tássia Thum/G1)Ex-namorada do goleiro Bruno chega ao Rio
(Foto: Tássia Thum/G1)

Entre os dias 24 e 25, a polícia recebeu denúncia de que Eliza teria sido agredida no sítio. Logo em seguida, começaram as investigações sobre o paradeiro da moça. A criança foi encontrada em Ribeirão das Neves, na Grande BH, e alguns suspeitos foram convocados para depor.
Dia 6 de julho, a polícia ouviu um adolescente que estaria dentro do carro, junto com Eliza, na viagem do Rio para Minas. A Justiça determinou a prisão de Bruno e do amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão. Nesse dia, um exame comprovou que o sangue no carro de Bruno era de Eliza.

No dia seguinte, Bruno e Macarrão se entregaram na Polinter do Andaraí, na Zona Norte do Rio. A Justiça mandou prender Dayanne de Souza, mulher de Bruno, e Sérgio Rosa Sales, primo do jogador.

Ainda no dia 7 de julho, a polícia fez buscas na casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em Vespasiano. O menor foi ouvido outra vez e Bruno foi indiciado como mandante do sequestro de Eliza do Rio para Minas.

No dia 8, Bola foi preso e Bruno e Macarrão foram transferidos para Minas. No dia 9 de julho, Sônia Moura conseguiu a guarda do neto na Justiça. Flávio Caetano, Wemerson Marques, o Coxinha, e Elenilson Vitor da Silva foram presos.
 

Goleiro Bruno desmaia após audiência em Ribeirão das Neves, Minas Gerais, em outubro (Foto: Pedro Triginelli/G1 MG)Goleiro Bruno desmaia após audiência em Ribeirão
das Neves, Minas Gerais, em outubro
(Foto: Pedro Triginelli/G1 MG)

No dia 10 ou 11 de julho apareceu mais um nome no caso: Fernanda Gomes de Castro, que também teria tido um relacionamento com o jogador.

No dia 12, o adolescente foi ouvido no Rio e, no dia seguinte, foi transferido para Minas. Ele disse à polícia que foi chamado para um “dar susto” em Eliza, junto com Macarrão.

No dia 14, a polícia fez novas buscas pelo corpo de Eliza na casa de Bola, em Vespasiano.
O Flamengo mandou uma carta de demissão de Bruno no dia 16, mas anulou a decisão no dia 20. No dia 29 de julho, polícia indiciou Bruno e mais oito pessoas pelo desaparecimento e morte de Eliza.

Em 5 de agosto, Fernanda foi presa em Minas. No dia 6 de outubro, Bruno teve um um mal súbito durante audiência em Ribeirão das Neves e é levado para posto médico.
 

Bruno, Macarrão e Marcos Aparecido dos Santos, o Bola (Foto: Alex Araújo/G1 MG)Bruno, Macarrão e Marcos Aparecido dos Santos,
o Bola (Foto: Alex Araújo/G1 MG)

No dia 23, o advogado Ércio Quaresma deixou a defesa do goleiro. Quatro dia depois, Flávio Caetano é solto pela Justiça.

A Justiça do Rio condenou Bruno no dia 7 de dezembro de 2010 por manter Eliza em cárcere privado.

Em Minas, no dia 17 de dezembro, a Justiça decidiu que o jogador, Bola, Macarrão, Sérgio, Dayanne, Fernanda, Wemerson Marques e Elenilson da Silva vão a júri popular.

O goleiro, Macarrão e Sérgio vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Bola, que também está preso, vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

No dia seguinte, Dayanne Souza, Fernanda Castro, Wemerson Marques (que acompanhou Dayanne e Flávio Caetano no dia em que eles levaram o filho de Eliza para uma casa na Grande BH) e Elenilson da Silva (amigo de Bruno, trabalhava como caseiro e secretário do goleiro) foram soltos e respondem em liberdade por sequestro e cárcere privado.
 

Dayanne Souza (Foto: Pedro Triginelli/G1)Dayanne Souza (Foto: Pedro Triginelli/G1)

Na prisão, Bruno ganhou o direito de treinar com bola no dia 22 de dezembro. Em 2011, no dia 19 de maio, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou habeas corpus para Bruno pedido pelo advogado Cláudio Dalledone Júnior.

No dia 20 de abril deste ano, Bola foi transferido da Nelson Hungria para a Penitenciária Jason Soares Albergaria, em São Joaquim de Bicas, na Grande BH.

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