(Foto: Alex de Jesus/O Tempo/AE)
O advogado Claudio Dalledone Júnior, defensor do goleiro Bruno, disse ao G1 nesta quinta-feira (21) que a expectativa de Bruno e da noiva Ingrid Oliveira é que o casamento entre os dois seja oficializado ainda este ano. Segundo Dalledone, o casal vai celebrar a união mesmo que Bruno continue preso.
“A ideia é agora esse ano ainda. O Bruno preso ou solto, o casamento irá acontecer”, disse Dalledone. Para que o casamento seja firmado, é preciso que o divórcio do goleiro com Dayanne Souza seja homologado pela Justiça.
O advogado que cuida das questões relativas à separação de Bruno, Luis Gustavo Trotta, contou que o processo está sendo feito de forma consensual e amigável, e questões como a partilha de bens já estão definidas. Falta ajustar detalhes da pensão para as duas filhas do casal, da guarda e das visitas.
“A princípio será um divórcio consensual, nós estamos definindo os valores da pensão e a partilha dos bens já está definida”, disse. O advogado falou que deve se reunir com Dayanne para acertar algumas coisas relacionadas à separação e a valores. “Seria [discutido na reunião] o divórcio, com a partilha dos bens, alimentos para os menores, guarda e visitação”, explicou Trotta. O Advogado de Dayanne, Francisco Simin, também confirmou o encontro para acertar os detalhes do divórcio.
Se Bruno ainda estiver preso, o casamento deve ser celebrado na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH. Trotta falou que, para isso, vai pedir uma autorização da Justiça.
“Nós vamos requerer junto a magistrada a habilitação para o casamento, mediante procuração. E aí podemos ver a possibilidade de que um cartório vá até o presídio para realizar o ato. Na verdade é colher assinatura . Não vai existir o casamento no religioso, seria só no civil.”
O advogado disse ainda que a prioridade agora é concluir o processo de divórcio. Após essa etapa, as questões sobre o casamento serão definidas. “Estando tudo organizado, o interesse da senhora Ingrid é proceder assim que possível e do Bruno também”, concluiu.
Entenda o caso
A jovem Eliza Samudio mudou-se para o Rio de Janeiro no início de 2009. Em abril ou maio do mesmo ano, ela conheceu o goleiro Bruno e os dois tiveram um relacionamento. Em outubro, ela fez um boletim de ocorrência por agressão e sequestro no Rio. Nessa época, Eliza relatou a um órgão da imprensa que estaria grávida do goleiro.
Em fevereiro de 2010, a jovem deu à luz um menino e alegou que o atleta era o pai da criança. Segundo a polícia, entre os dias 5 e 8 de junho, Eliza foi levada do Rio para Minas. Ainda segundo a polícia, no dia 9 de junho, ela foi levada do sítio do Bruno, em Esmeraldas para Vespasiano. Ambas as cidades ficam na Grande BH. A mulher teria sido morta, na madrugada do dia 10, em Vespasiano.
(Foto: Tássia Thum/G1)
Entre os dias 24 e 25, a polícia recebeu denúncia de que Eliza teria sido agredida no sítio. Logo em seguida, começaram as investigações sobre o paradeiro da moça. A criança foi encontrada em Ribeirão das Neves, na Grande BH, e alguns suspeitos foram convocados para depor.
Dia 6 de julho, a polícia ouviu um adolescente que estaria dentro do carro, junto com Eliza, na viagem do Rio para Minas. A Justiça determinou a prisão de Bruno e do amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão. Nesse dia, um exame comprovou que o sangue no carro de Bruno era de Eliza.
No dia seguinte, Bruno e Macarrão se entregaram na Polinter do Andaraí, na Zona Norte do Rio. A Justiça mandou prender Dayanne de Souza, mulher de Bruno, e Sérgio Rosa Sales, primo do jogador.
Ainda no dia 7 de julho, a polícia fez buscas na casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em Vespasiano. O menor foi ouvido outra vez e Bruno foi indiciado como mandante do sequestro de Eliza do Rio para Minas.
No dia 8, Bola foi preso e Bruno e Macarrão foram transferidos para Minas. No dia 9 de julho, Sônia Moura conseguiu a guarda do neto na Justiça. Flávio Caetano, Wemerson Marques, o Coxinha, e Elenilson Vitor da Silva foram presos.
das Neves, Minas Gerais, em outubro
(Foto: Pedro Triginelli/G1 MG)
No dia 10 ou 11 de julho apareceu mais um nome no caso: Fernanda Gomes de Castro, que também teria tido um relacionamento com o jogador.
No dia 12, o adolescente foi ouvido no Rio e, no dia seguinte, foi transferido para Minas. Ele disse à polícia que foi chamado para um “dar susto” em Eliza, junto com Macarrão.
No dia 14, a polícia fez novas buscas pelo corpo de Eliza na casa de Bola, em Vespasiano.
O Flamengo mandou uma carta de demissão de Bruno no dia 16, mas anulou a decisão no dia 20. No dia 29 de julho, polícia indiciou Bruno e mais oito pessoas pelo desaparecimento e morte de Eliza.
Em 5 de agosto, Fernanda foi presa em Minas. No dia 6 de outubro, Bruno teve um um mal súbito durante audiência em Ribeirão das Neves e é levado para posto médico.
o Bola (Foto: Alex Araújo/G1 MG)
No dia 23, o advogado Ércio Quaresma deixou a defesa do goleiro. Quatro dia depois, Flávio Caetano é solto pela Justiça.
A Justiça do Rio condenou Bruno no dia 7 de dezembro de 2010 por manter Eliza em cárcere privado.
Em Minas, no dia 17 de dezembro, a Justiça decidiu que o jogador, Bola, Macarrão, Sérgio, Dayanne, Fernanda, Wemerson Marques e Elenilson da Silva vão a júri popular.
O goleiro, Macarrão e Sérgio vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Bola, que também está preso, vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
No dia seguinte, Dayanne Souza, Fernanda Castro, Wemerson Marques (que acompanhou Dayanne e Flávio Caetano no dia em que eles levaram o filho de Eliza para uma casa na Grande BH) e Elenilson da Silva (amigo de Bruno, trabalhava como caseiro e secretário do goleiro) foram soltos e respondem em liberdade por sequestro e cárcere privado.
Na prisão, Bruno ganhou o direito de treinar com bola no dia 22 de dezembro. Em 2011, no dia 19 de maio, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou habeas corpus para Bruno pedido pelo advogado Cláudio Dalledone Júnior.
No dia 20 de abril deste ano, Bola foi transferido da Nelson Hungria para a Penitenciária Jason Soares Albergaria, em São Joaquim de Bicas, na Grande BH.